sexta-feira, dezembro 23

Nem sempre é quando um homem quer, afinal

Por cá, há órfãos e os pais dos mesmos. Todos metidos ao barulho, no mar da prata, onde o peixe agora é de bronze.
Há também pessoas que, cá, nunca jantarão, por dizerem – no ditado – a verdade. Outras, quartadas, tardam em revelá-la.
Os espelhos dos palácios fogem pelas paredes dos seus corredores, para não mostrarem as faces desprovidas da honra que, noutros tempos, os povoava.

Em Portugal, alinha-se não pela direita ou pela esquerda mas sim pela troika que, por cá, brilhante e poupadinha, já dá nome a bifes. Em Espanha mais um especialista acordou para a crise da Europa e diz que mais um – dos da constelação às escuras – viveu como rico e, do outro lado da estrada, em terras da velha rainha, a palavra de ordem no sector da hospitalidade (como também nós o devíamos interiorizar) é: DESBUROCRATIZAR! Qual “Grito do Epiranga” contra os lindos e asseadinhos tecnocratas de Bruxelas, que nos têm feito a folha a todos, retirando-nos a nossa identidade e respectivas idiossincrasias.

Mas, como se diz que o Natal é quando um homem quiser, pergunto-me quando irá ele aparecer neste presépio que, de tão pobre, está cada vez mais a preceito. Fiquem, pois, com esta pérola e digam-me de vossa justiça.

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