sexta-feira, maio 27

Mário Mesquita (1950-2022)

 



Mário Mesquita, que hoje transpôs os “pearly gates” para a grande viagem, afirmou numa das suas últimas entrevistas, ao Jornal de Letras (nº 1325; 14-27 julho 2021) – acredito que no meu necrológio dirão – e dirão bem – faleceu o jornalista Mário Mesquita que, distraído como era, deixou caducar a carteira profissional.  Palavras que definem bem o humor seco e a arte do understatement que ele tão bem cultivava. 

 

Não tenho qualquer competência para falar do seu trajeto no  jornalismo português do último meio século, e muito menos do contributo que deu para a institucionalização das Ciências da Comunicação no ensino universitário, mas creio sem quaisquer hesitações que ele foi o epítome de uma honrosa tradição da imprensa açoriana que, se algum dia esta terra consagrar ao tema o devido núcleo museológico, espero venha a ter a justiça de lhe reservar aí um lugar de memória.

 

Sobre as outras latitudes do seu legado cívico, político, intelectual e moral, designadamente a notável coragem independência que sempre demonstrou, essas ficam no domínio privado daqueles que tiveram o privilégio da sua amizade. 

 

 

Au revoir, Mário. Deixas uma irremediável saudade.