domingo, junho 30

Homens-minhoca

Há alturas na vida das comunidades em que todos ficam, aparentemente, expostos ao mesmo grande problema, cuja solução parece impossível de se materializar e, curiosamente, sempre que essas ocasiões se manifestam, o poder instituído – sobre quem se julga recair a responsabilidade de lidar com elas – raramente está preparado para o fazer.
Os tempos não estão para os heróis de peito empolado. Aliás, ao contrário da imagem mais romântica do “salvador da pátria” que todos temos, precisamos de homens-minhoca que, ao darem de caras com os obstáculos, os possam contornar sem grande alarido mas, com a firmeza de quererem atingir os objectivos que têm que ser cumpridos e concretizar alguma coisa, num mundo super dinâmico, multifacetado e que, para mal dos nossos pecados, está em constante evolução.
Na verdade, não sei se temos homens destes por cá ou se temos que os “importar”. E, não acreditando que o Governo dos Açores se tenha esquecido das suas importantes funções (se bem que algumas vezes – muitas mais do que as desejáveis – assim nos faça crer), torna-se importante relembrar que nos tempos modernos (tempo nosso também) o “Desenvolvimento” é o grande negócio dos Governos Nacionais. Negócio no qual, no nosso caso, o factor “Regional” obriga a inscrever a importante perspectiva da proximidade, que deve permitir adequar toda e qualquer ajuda externa à complexidade pequenina típica do meio.
Não obstante a maior ou menor ajuda que possamos vir a ter, reflectir sobre o caminho a seguir, contrabalançá-lo com as necessidades de intensidade e capacitação, adoptar ou repudiar medidas mais ou menos disruptivas, torna-se imprescindível para sairmos deste fosso no qual nos encontramos e é tarefa para todos nós ou, pelo menos, para aqueles de nós que forem homens-minhoca!

quinta-feira, junho 27

O Condomínio Feliz



Falei há dias com Fernando Murta Rebelo, o director desta sala de convívio, e ele disse-me que, depois da transmissão deste vídeo, recebeu chamadas de desconhecidos de diversas partes do país, interessados em saber quais os misteriosos motivos para esta comunidade funcionar. Ele respondeu que os motivos não são misteriosos - há apenas uma vontade colectiva dos moradores de que assim seja. Um Portugal no qual acredito e uma peça que me preencheu. 

quinta-feira, junho 20

e chegou o Verão

E, com ele, chega também uma "Infectious passion” for the Azores.


“For the first four nights we stayed at the well-chosen Hotel Terra Nostra Gardens, an elegant art deco inspired gem – and, more importantly, blessed with its own expansive botanical gardens, whose massive refurbishment was one of David’s personal major projects. Working with English arborist Richard Green, he identified and treated around 2,500 trees and planted in excess of 3,000 new trees and shrubs.


O fim da primavera


O dia nasceu soalheiro, apesar do mundo. O verão vai chegando contundente, sem clemência nem bruma, a estas ilhas. E eu, que gosto de manhãs frescas, sinto já saudades da primavera.
 
«Depressa se vai a primavera
choram os pássaros e há lágrimas
nos olhos dos peixes»

Matsuo Bashô, in O Gosto Solitário do Orvalho

quarta-feira, junho 19

Vinho de missa

A Diocese de Angra quer produzir o seu próprio vinho de missa. A Cooperativa Vitivínicola do Pico será responsável pela produção deste licoroso que tem características próprias. Depois de certificado, o vinho pode ser exportado.
Uma boa iniciativa para ler e ouvir.

terça-feira, junho 18

Luís Bettencourt


O Luís Gil Bettencourt é um génio musical. O melhor será colocar as coisas assim, desta forma chã, sem barrocos verbais e outros adiamentos. Um talento gigante a tocar guitarra e viola como vi poucos ao vivo.  Composições suas e de gente diversa. Uma vez ouvi-o a, em pouquíssimos segundos, recriar  de uma maneira própria - inventiva, lúdica, orgânica, transcendente - uma canção que acabava de conhecer. Como se estivesse a respirar ou a apertar os atacadores das botas. A canção já não era só de quem a havia desenhado. Era do Luís, da sua verve, da sua entrega, da sua generosidade, do seu egoísmo generoso - como só os artistas maiores conseguem ter. Agora que se está despedir dos palcos (de uma certa maneira de estar nos palcos) convém lembrar esta evidência simples.

Horta, Lajes do Pico, Angra e Ponta Delgada

Hoje, mais de 20 cineclubes do país vão exibir José e Pilar no terceiro aniversário da morte de José Saramago. Os Açores estão incluídos nesta lista.

quinta-feira, junho 13

Memorável


Discurso memorável de Charlie Chaplin, em The Great Dictator. Palavras a que devemos sempre regressar. Para que nunca as esqueçamos.

terça-feira, junho 11

Queijada Branca




Isto é muita arma junta, sim senhor. Mas o prémio vai directo para o nome da operação.

Ainda hei-de processá-lo por causa disso

Admiro esta malta. Anda uma pessoa a fugir destes cidadãos subaquáticos e há quem procure apreciar a sua presença como quem diz olá ao merceeiro. Eu tenho um problema, meus senhores: vi o Jaws. O Spielberg matou o Cousteau que havia em mim.

sexta-feira, junho 7

"A insularidade era um ponto fraco que se transformou numa força"


Entrevista ao P3 com Diana Sousa e Jesse James, fundadores, promotores, pensadores, estrategas e carregadores de latas do festival Walk & Talk. Para ler aqui.

quinta-feira, junho 6

06 de Junho


A RTP/Açores emite esta noite, pelas 20h45, uma grande reportagem de Herberto Gomes sobre o Verão Quente de 75, que culminou com a manifestação de seis de junho, que hoje se comemora, em Ponta Delgada.

quarta-feira, junho 5

O Marginal Ameno


O camarada de blog e amigo (do wall of sound da caipirinha) tem nova aventura blogueira que aqui partilho.

terça-feira, junho 4

Boas notícias

Um regresso aguardado com expectativa e um bom exemplo do que devemos construir em termos de serviços turísticos no ramo da hotelaria. Parabéns!