domingo, setembro 23

O que fazer com elas?


"São soalheiras, lindas e seguras, mas Portugal parece não saber o que fazer com elas. Talvez seja tempo de começar a reconhecer o potencial dos Açores".

São as primeiras linhas de um dos artigos de destaque da edição de Outubro da Monocle, com 258 páginas dedicadas ao mundo lusófono. 
Na ausência de assinatura desta publicação marcadora de tendências, vide artigo na P3 de ontem, assinado por Ana Maria Henriques.

2 comentários:

Anónimo disse...

Cara Liza
É natural que "santos de casa não fazem milagres", mas menos natural, é os entes responsáveis pelo País e pelos Açores, não compreenderem o que fazer não só com os Açores, mas com este Portugal, cheio de potencialidades, mas amarfanhado, com as burocracias,as corrupções e a falta de estudo e vontade de resolver os problemas desde o seu conhecimento até à sua resolução...
O que se verificou nas décadas anteriores à actual crise, é que não se desenvolveu a inteligência critica e pro-activa ao serviço do desenvolvimento sustentado, inovador e assente nas potencialidades das terras e das gentes...
Foi o tempo do subsidio e da saída airosa do compadrio e do arranjinho, sem que a necessidade acusa-se, não só soluções criativas e que fossem resultado dum estudo abrangente entre o mercado,as pessoas e as necessidades existentes e promovidas, tanto na cultura,no turismo e lazer, industria e comercio, sem esquecer a investigação cientifica e a vertente marítima, tão florescente e possível nos Açores.
Já tenho dito e insistido que o País e os Açores, necessitavam dum amplo e abrangente dialogo, na sociedade civil, mas também institucional de diversa ordem, sobre o hoje e o amanhã de Portugal.
Bom post, muito lúcido e a mostrar que existe massa critica para promover este debate, nos Açores.
Parabéns e saudações.
Açor

ezequiel disse...

Uma "publicação marcadora de tendências."

Há uns anos atrás uma amiga minha que muito se interessa por estas coisas das "tendências" (perdoa-me o sting), informou-me que uns editores de uma revista Britânica que (dizia ela, erradamente) é lida pela aristocracia Brit haviam se deslocado aos Açores e que estavam a fotografar os nossos geo-icons e, claro, uns solares aqui e ali. Depressa os sinhoras e sinhores desta terra que se julgam descendentes de Afonso o Fundador começaram a dizer que a partir de agora as nossas belas ilhas seriam o destino de eleição dos aristocratas Britânicos. (que imensa honra esta, sermos anfitriões!! é assim tão bom bem servir?)

o que é que aconteceu??? NADA. Os nossos andaram por aí feitos palonços a presentear os visitantes com mimos (caros) e com a nossa patética subserviência para no fim....NADA. ZERO.

Uma obra arquitectónica açórica é apresentada na Wallpaper. Horas depois testemunhamos uns orgasmos (prematuros) de narcisismo dos nossos cosmopolitas de ocasião...ah, aparecemos na Wallpaper ou na National Geographic ou na Aristocratic International...

Sinceramente, não sei porquê, mas sempre que assisto a isto, a esta satisfação mui portuguesa de sentir felicidade por outros reconhecerem a nossa existência...dá-me VÓMITOS (TAL É A SUPERFICIALIDADE DA COISA)


De onde provém esta necessidade infantil de reconhecimento. Estamos aqui!! AÇORES!!! É imperativo divulgarmos os Açores, dizem os senhores do turismo. Tudo assenta na p*t* da IMAGEM. Desde a minha adolescência que esta MERDA da imagem é um fetiche, uma verdadeira obsessão das classes dirigentes. A frase "promover a imagem dos Açores" é, tal como a frase " promover o potencial dos Açores" os dois chavões mais inconsequentes da nossa história recente.

O nosso desenvolvimento não assenta na promoção da nossa imagem. As imagens, tendências, etc são coisas fúteis, extemporâneas e quase sempre inconsequentes. Para o mês que vem, a monologue publica um trab de "investigação" sobre as novas tendências graffiti em timbuktu....

O nosso desenvolvimento TEM que assentar em coisas SÓLIDAS...COISAS....

Já basta de IMAGENS INCONSEQUENTES.