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A RTP Açores é um dos pilares da Autonomia. A nossa estação é o espelho da nossa realidade e ainda a plataforma política da nossa identidade. A par da organização administrativa descentralizada - (São Miguel-Terceira-Faial) -, e da Universidade dos Açores, a RTP-Açores contribuiu significativamente para a consolidar a unidade do "Povo Açoriano". Hoje, regressamos ao passado, e com as memórias da primeira emissão há 35 anos pela mão do mesmo Paulo Martinho que ficou na nossa memória colectiva e que agora regressa para registo da emissão comemorativa. Convidar Paulo Martinho para voltar a fazer o Telejornal neste dia de aniversário foi uma boa prenda para os telespectadores que ainda têm memória da fundação da televisão Açoriana. A nostalgia convoca ainda outros nomes como, por exemplo, o de Emanuel Carreiro, Fernando Balsinha, Maria José Azevedo, e tantos outros cuja omissão é, por certo, injusta. Hoje importa mais falar do futuro e esse exige a autonomia administrativa e financeira da RTP-Açores. Sem personalizar é tempo também de se aquilatar outras possibilidades de gestão que passem, designadamente, por modelos electivos inter-pares de quem dirige a estação ao invés da directa indigitação pelos donos do poder. Por certo e seguro fica a certeza de que enquanto Açorianos, sob pena de trairmos a nossa identidade, nunca defenderemos a extinção do canal e a sua diluição numa qualquer "janela" de programação nacional. Queremos mais e melhor televisão regional. Arrumado o tempo das brumas e dos seriados fatalistas de recorte etnográfico temos o direito de reivindicar uma televisão do Século XXI. Não deixemos que em Lisboa decidam por nós. Façamos nós próprios a defesa daquilo que tem a nossa marca e o engenho. A televisão nos Açores precisa de imensos recursos humanos e técnicos e só a ignorância (ou a má fé) é capaz de sustentar que ambos são suficientes. A competitividade desta nova geração não se compadece com amadorismos e queixumes que ainda arrastam os esqueletos da ditadura e das promessas frustradas dos baladeiros de Abril. O mundo não parou em 75! A televisão também não. De lá para cá demos um "quantum leap" enorme e a recente plataforma multimédia da nossa RTP-Açores é um meritório exemplo de que, mesmo à nossa escala, somos capazes, querendo, de passos gigantescos acompanhando o ritmo do mundo globalizado que nos envolve. Parabéns a todos aqueles que ao longo destes 35 anos têm mantido a emissão da nossa televisão. Votos de audácia na defesa dos Açores aqueles que recebendo o legado fundacional o projectem para o nosso futuro.
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