sexta-feira, novembro 20

Eficiência energética


Foto Francisco Botelho

Na recente visita governamental ao Grupo Ocidental ficámos a saber, por revelação do Secretário Regional do Ambiente, Álamo Menezes, que, em Outubro deste ano, a ilha das Flores esteve 12 dias a funcionar exclusivamente com recurso a energias renováveis, numa situação inédita a nível nacional e que nos deixa a todos, acredito, orgulhosos. As Flores, a par com São Miguel, são as ilhas dos Açores onde a taxa de penetração das renováveis tem, neste momento, maior incidência, se bem que existam características endógenas favoráveis para que, a curto prazo, a contribuição das energias renováveis na produção de energia eléctrica no arquipélago passe de 28% para 75%, até 2018.

A estratégia governamental visa alcançar uma maior eficiência energética nas ilhas e maximizar o aproveitamento das energias renováveis na produção de electricidade, quer por intermédio da certificação energética dos imóveis e equipamentos, que passa a ser obrigatória já em 2010 nos Açores, quer por intermédio da introdução da tarifa bi-horária e de contadores inteligentes. Nesta medida, deu recentemente entrada no Parlamento Regional a revisão do PROENERGIA, cujo incentivo aos investidores passa agora pela redução do limite do investimento mínimo exigido aos particulares e às empresas, na alteração do limite máximo do apoio e pela criação recente do sistema de registo de microgeração, que vem permitir que o cliente da EDA possa, simultaneamente, produzir para auto-consumo e por via do seu excedente energético alimentar a rede pública.

Os Açores são precursores no plano nacional e o Governo Regional está ciente da importância que se nos coloca, sobretudo, ao nível da procura de uma maior competitividade económica, através da redução da factura energética. Este é um “desafio global” e os Açores estão bem posicionados para o alcançar.

Isto apesar de anteontem e na “véspera” da próxima conferência climática da ONU, marcada para Dezembro, em Copenhaga, Barack Obama e outros líderes mundiais terem manifestado a intenção de atrasar até 2010, ou até para mais tarde, a concretização de um acordo vinculativo sólido com vista à negociação do sucessor para o Protocolo de Quioto. Será que o planeta pode dar-se ao luxo de ficar “em espera”?


* Publicado na edição de 17/11/09 do AO
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