sexta-feira, agosto 31
quarta-feira, agosto 29
Reposição
A reposição da mais recente criação de José Medeiros a partir de hoje e até 6ª feira @ Teatro Micaelense.
quinta-feira, agosto 23
domingo, agosto 19
sábado, agosto 18
Cinquenta sombras escuras
Não tenho credenciais de crítica
literária, mas no caso vertente, acreditem, ninguém precisa.
Quando a livraria onde eu, aos 16
anos, comprei O Perfume, de Patrick Süskind
(entre tantos outros bons livros aí adquiridos), apresenta na sua montra, com
honras de destaque e flanqueado por Fernando Pessoa e Sophia de Mello Breyner,
esse pedaço de mommy-porn que dá pelo
título de As Cinquenta Sombras de Grey,
lamento, mas abano a cabeça em descrédito da realidade.
O facto é que o dito livro está
no topo de vendas da casa. O que é arrepiante, porque me lança em leituras
perturbantes sobre o que se passará para que os nossos conterrâneos considerem
apelativa a historieta de um bilionário “lindo de morrer”, sádico, que subjuga
uma virgenzinha improvável e a faz passar as passas do Algarve, enquanto a
pobre ingénua sacrifica toda e qualquer autoestima para agarrar aquele misógino
que faz dela brinquedo sexual à revelia de qualquer noção de consensualidade
adulta.
Sem moralismos bacocos mas
mantendo a noção do respeito ao feminino e ao masculino, peço que ao menos
leiam isto antes:
http://www.independent.co.uk/opinion/commentators/yasmin-alibhai-brown/yasmin-alibhaibrown-on-fifty-shades-of-grey-do-women-really-want-to-be-so-submissive-7902818.html
E, se possível, depois leiam isto
“em vez de”:
http://www.wook.pt/ficha/o-amante/a/id/12940499quinta-feira, agosto 16
Las Simples Cosas
Ouvida ontem, no meio da ilha, a caminho do nevoeiro.
Chavela. Nevoeiro. Roseiras bravas num jardim abandonado. Bons amigos.
A beleza é uma coisa tão simples.
Chavela. Nevoeiro. Roseiras bravas num jardim abandonado. Bons amigos.
A beleza é uma coisa tão simples.
quarta-feira, agosto 15
Leituras de Férias para os Políticos Açorianos
Carlos César – Como Salvar a Minha Reforma – David Almas
Berta Cabral – A Solidão da Rainha – Pilar Eyre
Vasco Cordeiro – A Guerra dos Tronos – G.R.R Martin
António Cansado – Nunca é Tarde Demais – Fern Michaels
Graça Silva – Teoria Geral do Esquecimento – José E. Agualusa
Duarte Freitas – Livro do Protocolo – José de B. Serrano
Sérgio Ávila – Olhos nos Olhos – Medina Carreira
Aníbal Pires – Descubra o Milionário Que Há em Si – Pedro Queiroga
Artur Lima – Um Homem com Sorte – Nicholas Sparks
Francisco Coelho – O Céu Existe Mesmo – Lynn Vicent
José Bolieiro – Gosto Disto Aqui – Kingsley Amis
José Contente – A Cidade Impura – Andrew Miller
José Andrade – Confissões da Leoa – Mia Couto
António Cordeiro – Promessas Desfeitas – Penny Vincenzi
Joel Neto – Caminhos da Fé – Dalai Lama
André Bradford – Verão Quente – Domingos Amaral
Zuraida Soares – Fala-me do Paraiso na Terra – Suzanne Ward
Miguel S. Correia – As Palavras do Corpo, antologia de poesia erótica – Maria Teresa Horta
Miguel Brilhante – Os Segredos do Convento – José de Mello
Catarina Furtado – A História não Acaba Assim – Miguel Sousa Tavares
Paulo Estevão – A Ilha do Silêncio – Nora Roberts
Ana Paula Marques – A Cabana – WM. Paul Young
Rui Matos – Treine o Cérebro Use-o ou Perca-o – Vários
Teofilo Braga – Linguagem Secreta dos Gatos – Heather Dunfy
segunda-feira, agosto 13
domingo, agosto 12
sábado, agosto 11
Pictures of the day: 9 August 2012
A diver swims with a blue shark in the Atlantic Ocean off the coast of Pico Island in the Azores, Portugal @ The Telegraph
quinta-feira, agosto 9
Arte e Engenho
Explode como um átomo, abre-se
como uma flor e tem o cunho primevo do big
bang e da flora original. Esta Atomic
Magnolia, brinda-me o olhar todas as manhãs dos últimos dias na rotina
casa-trabalho. Hoje decidi parar e olhá-la de perto.
O criador tendia elásticos e tem
o olhar meigo (claro que é importante o seu olhar, porque não haveria de ser?).
Nas linhas que fez nascer assim, centrífugas, ele vê a explosão do átomo
primordial e o desabrochar da magnólia – “é entre as flores uma das espécies
mais primitivas”. Desenha com elásticos linhas que irradiam de um centro – “é
como os Açores, um ponto de contacto de onde partem muitas direções”.
É assim que o olhar do Bruno Jamaica vê a sua Atomic Magnolia. Eu
concordo e acrescento – que bonito está, por estes dias, o jardim Antero de
Quental.
Mil e quinhentos metros de
elástico compõem a magnólia atómica. Numeral idêntico ao dos quilómetros que se
fazem entre Ponta Delgada e o Porto, onde o Bruno Jamaica compra os ditos
elásticos. O artista captou esse detalhe de informação nos monitores a
bordo da Sata ao voar para cá. Não disse que o olhar do Bruno era importante?
Olhos que também captam detalhes tendem a ser hábeis na hora de retratar o
essencial.
A sensatez dos plátanos
Esperam-nos, com aquela soberania que só as árvores encerram,
no ponto exacto em que a SCUT (no sentido Nordeste – Ponta Delgada) se funde
com a estrada regional. São três velhos plátanos, três seres distintos forjando
uma entidade única, sólida, infatigável. Passo por ali diariamente nestas
tardes estivais, e todos os dias sinto a força da sua sensata advertência:
«Desacelera, activa o freio (do pé, do carro, do coração), que a partir daqui a
coisa é nossa, é antiga e inabalável, um sábio reino de seiva e de raízes». E
eu, claro, obedeço.
quarta-feira, agosto 8
segunda-feira, agosto 6
Poder simbólico
The artist wanted to honor to the families of the fishermen, and particularly to their wives, whom wait with distress the return of their husbands after fishing in the ocean, dedicating also the work to her mothers and the ones which lose their big love that never returned.
A andar por aí até 12 de Agosto.
A andar por aí até 12 de Agosto.
sexta-feira, agosto 3
Inauguração
As peças 'Piece of Me' e 'Em Viagem', de Catarina Branco, vão suceder à obra 'Kenosis', de Urbano, instalada desde Junho na igreja de São José, em Ponta Delgada, aquando da inauguração do projeto "Indigências".
A inauguração é hoje, 6ª feira, pelas 19h00.
A morada dos manuais
Sessenta e
quatro “likes” e setenta e três “talking about this”. É pouco mas é um começo.
Para os mais
distraídos, apesar da boa cobertura jornalística prestada ao Banco do livro escolar dos Açores, lembro a nova morada dos manuais que tem lá por casa: Avenida
Infante D. Henrique no edifício dos “correios velhos”. Não há que enganar, tal
qual como o propósito do banco: reaproveitar os livros que tanto lhe custaram a
comprar no ano passado para os seus filhos, para que possam reentrar no
circuito escolar e continuem a prestar bom serviço a outros alunos e outras
famílias.
Interessante o
cuidado dos promotores (este banco insere-se numa rede nacional) ao
sublinharem, em várias ocasiões, que o Banco do livro escolar é para todos e
não apenas para famílias financeiramente carenciadas. Ao tomar esta posição, o
Banco do Livro Escolar assume-se como verdadeira iniciativa cidadã – a
sociedade a “tomar juízo” e consequente ação.
Fica o desejo
de que o Banco do Livro Escolar cresça desmesuradamente a ponto do seu ruído
chegar ao governo que, à semelhança do seu antecessor, teima em tardar a regulamentação
da lei 47/2006, de 28 de Agosto, no que esta prevê quanto ao empréstimo de
manuais e de outros recursos didático-pedagógicos, a definir pelas escolas e
agrupamentos no âmbito da sua autonomia.
É ingrato
constatar que, neste país falido, o Estado continua a gastar milhões de euros
por ano com a compra de livros escolares para famílias que recebem apoios da
ação social, ao mesmo tempo que obriga as famílias da dita “classe média”
(ainda há disso por cá?) a investirem centenas de euros por ano nesses recursos
essenciais que são os manuais escolares, para em seguida o seu destino ser –
com sorte – a reciclagem.
Ou o Banco do livro escolar dos Açores. Valha-nos o Banco do livro escolar.
quinta-feira, agosto 2
A HUMANIDADE EM AGOSTO
A HUMANIDADE EM AGOSTO
para a Inês, que esteve lá
Era uma tarde assim, como já sabíamos
ou devíamos, pelo menos, calcular:
insuportável o calor, duvidosa a
alegria.
Mas íamos fazer compras e
era Agosto, mês de pouca gente.
que viu, como nós, o autocarro
parar bruscamente.
Quatro pequenos cães, de famílias
por certo bem diferentes,
atravessavam
num sereno susto o alcatrão. Desconheciam
que tudo (sim, não é apenas o
tabaco)
pode matar num dia qualquer os
que estão vivos.
Seguiam quase ordeiros, sem
caminho.
E não sabiam. Como poderiam saber
que eram as vítimas ocasionais
de umas férias mais tranquilas
para esses mesmos que, na sua
excessiva
humanidade, os abandonaram à
nenhuma sorte?
E a caravana passou, rodeada de
silêncio.
O mais pequeno e farrusco, o que
vinha atrás, parecia não
acreditar ainda
que era este o seu destino, nem
urbano
nem campestre; simplesmente
intolerável.
Doía muito ver-lhe os olhos, e
ser humano
como os humanos que ali se
libertaram
dele, para garantir a liberdade
que não têm.
Pouco tempo depois, o autocarro
arrancou.
Chegaremos mais devagar à mesma
morte. Mas
chegaremos. Eu sempre achei a
humanidade o que
de pior havia sobre a terra. Preferia,
às vezes, não ter razão.
Manuel de Freitas
quarta-feira, agosto 1
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