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"É certo que nos últimos anos o número de trilhos pedestres oficiais devidamente assinalados tem vindo a aumentar, contribuindo para a necessidade de responder a uma das principais procuras turísticas na nossa Região, o Turismo de Natureza. O movimento Cívico "SOS Costa Norte" iniciou a sua contestação contra a construção de um passadiço em madeira no interior da cratera da Lagoa do Fogo, e vem desta forma esclarecer os motivos pelo qual contesta esta obra.
1º A Lagoa do Fogo é um dos poucos lugares da Ilha de S.Miguel que ainda se pode considerar intacto, sem acção do homem. É uma zona extremamente sensível e virgem, é reserva Natural, Património Natural, reunindo todas estas condições graças ao facto de ser muito pouco frequentada.
2º A Lagoa do Fogo abastece várias ribeiras da nossa ilha e fornece água a localidades como a Ribeira Grande, Vila Franca do Campo, Lagoa, Ponta Delgada e Capelas.
Nestes termos, consideramos que promover percursos pedestres nesta Lagoa, só irá contribuir para o aumento do número de visitantes e isto, obivamente, trará consequências graves no que diz respeito à sua preservação. Lamento alguma falta de visão das pessoas que apoiam esta obra por não reconhecerem a gravidade da solução que pretendem ver executada.
Alegar que a construção deste passadiço é feita a pensar na segurança das pessoas e protecção das plantas é no mínimo absurdo. A zona em questão é precisamente a parte final do trilho que vem das Lombadas, um trilho difícil de percorrer. Esta parte final onde pretendem construir o passadiço, consiste em percorrer uma planície de cerca de 500m que não tem qualquer grau de dificuldade e o seu solo encontra-se seco durante o Verão. Em relação à protecção da vegetação do local, nós consideramos que o "caminho de cabras" existente no local é suficiente, é fácil de indetificar e de percorrer, desta forma, consideramos mal fundamentada a intenção de construir este percurso pedonal em madeira. O Percurso Lombadas/Lagoa do Fogo é pouco usado porque implica o tranporte das pessoas até às Lombadas e posteriormente a recolha das pessoas no miradouro da Lagoa do Fogo. Este percurso se for feito mediante a presença de um guia qualificado, o mesmo terá a responsabilidade de avisar as pessoas para não pisarem a vegetação endémica.
O verdadeiro motivo desta construção, tem a ver com a intenção da CMRG em juntar mais um trilho à sua lista de ofertas turísticas, mesmo que tenha de esquecer o grau de sensibilidade daquela Lagoa. Se não for construído este passadiço, o trilho não será homologado e, consequentemente, não irá constar na carta de trilhos Regionais. No nosso entender, é mais importante salvaguardar a Lagoa, nem que se tenha de esquecer o trilho em questão. No entanto já enviamos uma sugestão ao Sr. Director Regional do Ambiente que consiste em abrir um período de monitorização do Local, sinalizar todo o trilho com os postes habituais na zona sensível, traçar uma trajectória com os postes mais próximos uns dos outros ao longo do "caminho de cabras" e, no final, do período avaliar se houve ou não estragos avultados no trilho. Consideramos que, mesmo que alguma planta tenha sido pisada, terá tempo suficiente para recuperar durante o Inverno, visto ser um período com um número de visitantes quase nulo.
Colocamos em causa, a forma como foi deliberada esta solução. Questionamos a existência de estudo de impacto Ambiental e a consulta de especialistas. Condenamos o facto de se continuar a fazer as coisas sem debate público. Promover qualquer tipo de actividade na Lagoa do Fogo será o princípio do seu fim. Agradecemos que os responsáveis do Ambiente ponderem a hipótese de recorrer a outra alternativa que defenda mais a Lagoa do Fogo. O movimento "SOS Costa Norte" e a "Quercus Açores" estão disponíveis para discutir esta nova solução. "
Os melhores cumprimentos
SOS COSTA NORTE
Filipe Tavares
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"É certo que nos últimos anos o número de trilhos pedestres oficiais devidamente assinalados tem vindo a aumentar, contribuindo para a necessidade de responder a uma das principais procuras turísticas na nossa Região, o Turismo de Natureza. O movimento Cívico "SOS Costa Norte" iniciou a sua contestação contra a construção de um passadiço em madeira no interior da cratera da Lagoa do Fogo, e vem desta forma esclarecer os motivos pelo qual contesta esta obra.
1º A Lagoa do Fogo é um dos poucos lugares da Ilha de S.Miguel que ainda se pode considerar intacto, sem acção do homem. É uma zona extremamente sensível e virgem, é reserva Natural, Património Natural, reunindo todas estas condições graças ao facto de ser muito pouco frequentada.
2º A Lagoa do Fogo abastece várias ribeiras da nossa ilha e fornece água a localidades como a Ribeira Grande, Vila Franca do Campo, Lagoa, Ponta Delgada e Capelas.
Nestes termos, consideramos que promover percursos pedestres nesta Lagoa, só irá contribuir para o aumento do número de visitantes e isto, obivamente, trará consequências graves no que diz respeito à sua preservação. Lamento alguma falta de visão das pessoas que apoiam esta obra por não reconhecerem a gravidade da solução que pretendem ver executada.
Alegar que a construção deste passadiço é feita a pensar na segurança das pessoas e protecção das plantas é no mínimo absurdo. A zona em questão é precisamente a parte final do trilho que vem das Lombadas, um trilho difícil de percorrer. Esta parte final onde pretendem construir o passadiço, consiste em percorrer uma planície de cerca de 500m que não tem qualquer grau de dificuldade e o seu solo encontra-se seco durante o Verão. Em relação à protecção da vegetação do local, nós consideramos que o "caminho de cabras" existente no local é suficiente, é fácil de indetificar e de percorrer, desta forma, consideramos mal fundamentada a intenção de construir este percurso pedonal em madeira. O Percurso Lombadas/Lagoa do Fogo é pouco usado porque implica o tranporte das pessoas até às Lombadas e posteriormente a recolha das pessoas no miradouro da Lagoa do Fogo. Este percurso se for feito mediante a presença de um guia qualificado, o mesmo terá a responsabilidade de avisar as pessoas para não pisarem a vegetação endémica.
O verdadeiro motivo desta construção, tem a ver com a intenção da CMRG em juntar mais um trilho à sua lista de ofertas turísticas, mesmo que tenha de esquecer o grau de sensibilidade daquela Lagoa. Se não for construído este passadiço, o trilho não será homologado e, consequentemente, não irá constar na carta de trilhos Regionais. No nosso entender, é mais importante salvaguardar a Lagoa, nem que se tenha de esquecer o trilho em questão. No entanto já enviamos uma sugestão ao Sr. Director Regional do Ambiente que consiste em abrir um período de monitorização do Local, sinalizar todo o trilho com os postes habituais na zona sensível, traçar uma trajectória com os postes mais próximos uns dos outros ao longo do "caminho de cabras" e, no final, do período avaliar se houve ou não estragos avultados no trilho. Consideramos que, mesmo que alguma planta tenha sido pisada, terá tempo suficiente para recuperar durante o Inverno, visto ser um período com um número de visitantes quase nulo.
Colocamos em causa, a forma como foi deliberada esta solução. Questionamos a existência de estudo de impacto Ambiental e a consulta de especialistas. Condenamos o facto de se continuar a fazer as coisas sem debate público. Promover qualquer tipo de actividade na Lagoa do Fogo será o princípio do seu fim. Agradecemos que os responsáveis do Ambiente ponderem a hipótese de recorrer a outra alternativa que defenda mais a Lagoa do Fogo. O movimento "SOS Costa Norte" e a "Quercus Açores" estão disponíveis para discutir esta nova solução. "
Os melhores cumprimentos
SOS COSTA NORTE
Filipe Tavares
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