sábado, novembro 10

À espera do apito.


Neste momento, parece que estamos suspensos num largo intervalo de uma partida de futebol (para utilizar um exemplo que tanto agrada ao nosso país, a avaliar pela quantidade de programas televisivos sobre a matéria), à espera que a outra equipa regresse dos balneários.

O “jogo” não corre bem para governos (sejam eles quais forem) e governados que, desafortunadamente, ao contrário dos primeiros, não temos direito a substituições, vamos até ao final, com as baixas – mais ou menos importantes – que vão acontecendo e cada vez mais cansados.

No entanto, este não deveria ser um “jogo” como outros tantos que nós conhecemos. Este deveria ser um “jogo especial", no qual se espera que as equipas não sejam verdadeiramente adversárias e possam, de facto, ajudar-se mutuamente.

Apesar de tal regimento ser absolutamente desejável, na verdade, há alguns “jogadores”, de ambos os lados, que insistem em viver mais esta experiência com base na jogada trapaceira, na qual as rasteiras são uma constante, resultando – não poucas vezes – no tombo ruidoso do “adversário”.

Este é um “jogo” onde a ética republicana classifica como desnecessária a presença mais imediata de um árbitro, remetendo para um eventual e posterior “conselho superior de uma coisa qualquer”, a dirimição dos “casos do jogo” que sempre vão acontecendo.

Neste momento, nós, os do lado de cá, estamos sem o que dizer. Não lhes conhecemos a táctica e, incapazes de prognósticos, apesar dos muitos e imensos treinadores de bancada, vamo-nos apercebendo que afinal de contas as regras do “jogo” estão, infelizmente, viciadas.

Será que a Democracia serve apenas para isso? Para escolhermos os adversários para o outro lado do campo?



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