terça-feira, outubro 4

Limites

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Há limites para tudo. Limites para a desresponsabilização política do PS de César, e dos seus "delfins", pela hecatombe económica cujo fosso se cava cada vez mais fundo numa enorme vala comum onde se enterram falências a esmo. Limites para a repetida falsidade da nossa "saúde" financeira quando "toda a verdade" sobre as nossas finanças regionais está por revelar, escondida que está sob o véu das contas marginais ao orçamento regional por onde "sangram" milhões em sociedades comerciais que mais não são do que um prolongamento tentacular do governo regional. Limites para as paroquiais guerrilhas alimentadas por um culto de personalidade do líder do PS que institucionalmente enxovalham a região como a que, por exemplo, recentemente foi protagonizada pelo Presidente do Governo Regional que não quis representar os Açores, ao lado do Presidente da República, num importante acto de projecção nacional aquando da inauguração do Centro de Estudos Natália Correia, por sinal na Freguesia onde César reside e que tanto alardeia estimar! Com esse afecto enviou um substituto que ficou "aos papéis" e optou pela demagógica inauguração de um lanço das SCUTs que, no caso, mais não se tratou do que "cortar a fita" a meia dúzia de quilómetros de pavimento entre Vila Franca e…Vila Franca!

Limites também para o nepotismo à escala regional mas em registo dinástico, até com subliminar evidência fotográfica, em que o pater e "Querido Líder" César reúne com o filius familiae César, qual "Jovem General", em audiência no âmbito das propostas de plano e orçamento do PS ! Só faltou trocarem flores ao melhor estilo de opereta, num momento que lembra o lado mais piroso da Coreia do Norte, onde as "rosas", como a "kimjongilia", celebram alegremente o nome da família e da corte, quando tristemente a realidade social e económica até murcha qualquer "cravo" mais resiliente. Limites para a desfaçatez deste PS que confunde o partido com o governo e que alimenta um tabu. Limites também para, do outro lado, se prestar atenção ao suspense de um folhetim que não existe porque dele não há que temer em qualquer cenário. Limites pois para a novela e o enredo da sucessão de César como se os Açorianos fossem reféns deste PS feito à sua imagem e semelhança. Citando com inteira justiça um artigo de opinião de Luís Rendeiro no Diário Insular, aqui ao lado na Terceira, e com a propriedade de quem vive numa ilha tarjada de "cor-de-rosa" a verdade é também esta: "O PS de César amordaçou e amedrontou os Açorianos. Tanto, que se fez temer em vez de se fazer respeitar".

Para isto também é preciso pôr um limite. Mas, para lá do que se diz e opina, também há limites legais, que tarde ou cedo, são o sinal de stop a este desgoverno. Limites que nem decorrem daquele que diz magnanimamente ter escrito pelo seu punho a sua própria sentença, como o fez Carlos César, atirando à cara dos Açorianos essa falsa generosidade, com a norma limite para os mandatos do Presidente do Governo Regional dos Açores agora inclusa no Estatuto Político Administrativo da nossa região. Esse limite era já programático desde a revisão Constitucional de 2004 no "princípio da renovação" da nossa Lei Fundamental. Este é também um limite pelo qual "ninguém pode exercer a título vitalício qualquer cargo político de âmbito nacional, regional ou local" razão pela qual, seguindo o texto constitucional, importa "determinar limites à renovação sucessiva de mandatos dos titulares de cargos políticos executivos". Como se sabe não há nenhum tabu quanto à possibilidade de César pater ser recandidato a Presidente do Governo. Apenas uma farsa a que importa pôr um limite.
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João Nuno Almeida e Sousa na edição de 3 de Out. do Açoriano Oriental

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