O mito é hoje cada vez mais uma realidade decepcionante.
Antes da eleição global do 44º presidente norte-americano formulei estas dúvidas retóricas que, à data, não escondiam o cepticismo que me merecia a histeria do fenómeno "yes we can". Um ano depois da vitória de Obama, sem que o sonho se tenha concretizado, os Americanos interrogam-se: "Can We?". Barack Obama colocou de novo os Estados Unidos na rota do crescimento económico mas à custa de um investimento público colossal. Uma política "socialista" de subvenção à economia teve como consequência animar Wall Street, salvar a General Motors, e enterrar um bilião de dólares em "ajudas à economia". O resultado no campo dos danos colaterais não é positivo com a derrapagem das contas públicas. Ao contrário do acervo histórico de um orçamento de Estado com excedente no fim do respectivo exercício, os Estados Unidos vão terminar o ano de 2009 com um défice de 10 %. O mesmo valor percentual da taxa de desemprego ! Com estes fantasmas a ensombrarem o sorriso de Obama o futuro do sonho americano ameaça transformar-se num pesadelo. Certamente que as grandes corporações vão subsistir, nem que seja com o amparo do Estado, como aliás sucedeu com os 20 mil milhões de dólares que Obama injectou na nacionalização da General Motors ; mas a questão que hoje se coloca é quem vai amparar o "working class hero" americano cujo horizonte perspectiva taxas galopantes de desemprego, défice e inflação ? Perante estes desafios Obama coloca a fasquia ainda mais elevada e sonha com o "Obamacare", um sistema nacional de saúde universal e gratuito, e idealiza uma economia verde com recurso a energias limpas e renováveis. Tudo desígnios nobres e de um magnetismo arrebatador para qualquer sensibilidade mais romântica. Porém, a realidade é que os USA estão hoje bem colocados no pelotão do défice e do desemprego. Neste cenário o Nobel da Paz é triste prémio de consolação para um "Salvador do Mundo" que prometeu a paz do multilateralismo mas foi incapaz, por exemplo, no seu próprio quintal, de encerrar a prisão de Guantánamo como tinha, aliás, prometido na época venatória da caça ao voto. Com "santos" destes não se fazem milagres.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com
Antes da eleição global do 44º presidente norte-americano formulei estas dúvidas retóricas que, à data, não escondiam o cepticismo que me merecia a histeria do fenómeno "yes we can". Um ano depois da vitória de Obama, sem que o sonho se tenha concretizado, os Americanos interrogam-se: "Can We?". Barack Obama colocou de novo os Estados Unidos na rota do crescimento económico mas à custa de um investimento público colossal. Uma política "socialista" de subvenção à economia teve como consequência animar Wall Street, salvar a General Motors, e enterrar um bilião de dólares em "ajudas à economia". O resultado no campo dos danos colaterais não é positivo com a derrapagem das contas públicas. Ao contrário do acervo histórico de um orçamento de Estado com excedente no fim do respectivo exercício, os Estados Unidos vão terminar o ano de 2009 com um défice de 10 %. O mesmo valor percentual da taxa de desemprego ! Com estes fantasmas a ensombrarem o sorriso de Obama o futuro do sonho americano ameaça transformar-se num pesadelo. Certamente que as grandes corporações vão subsistir, nem que seja com o amparo do Estado, como aliás sucedeu com os 20 mil milhões de dólares que Obama injectou na nacionalização da General Motors ; mas a questão que hoje se coloca é quem vai amparar o "working class hero" americano cujo horizonte perspectiva taxas galopantes de desemprego, défice e inflação ? Perante estes desafios Obama coloca a fasquia ainda mais elevada e sonha com o "Obamacare", um sistema nacional de saúde universal e gratuito, e idealiza uma economia verde com recurso a energias limpas e renováveis. Tudo desígnios nobres e de um magnetismo arrebatador para qualquer sensibilidade mais romântica. Porém, a realidade é que os USA estão hoje bem colocados no pelotão do défice e do desemprego. Neste cenário o Nobel da Paz é triste prémio de consolação para um "Salvador do Mundo" que prometeu a paz do multilateralismo mas foi incapaz, por exemplo, no seu próprio quintal, de encerrar a prisão de Guantánamo como tinha, aliás, prometido na época venatória da caça ao voto. Com "santos" destes não se fazem milagres.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com
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