terça-feira, março 8

Vitorino

Se há coisa a que um bom açoriano está mais do que habituado é a brumas e nevoeiros, já para não falar em borrascas. Quantas e quantas vezes não vamos na estrada, lentamente, no receio que do cinzento espesso da bruma saia uma vaca tresmalhada em correria. Olhar atentamente o nevoeiro é um costume nas ilhas. Não nos surpreendem portanto os Sebastiões deste mundo. É claro que este post vem a propósito de António Vitorino, esse Messias do Portugal assustado. Segundo consta o Sr. Vitorino, que eu próprio aventei para PR aqui há dias, terá confessado em público que não gostou de ser ministro, que acha que é melhor estar no parlamento e que, no fundo no fundo, o que ele mais deseja é que o deixem quietinho no seu canto a ganhar dinheiro e a falar mal da situação sem ter que se chatear com coisas, sei lá, menores, como isso da governação. Ora, está o Sr. Vitorino no seu pleno direito, aliás se o que o Sr. Vitorino quer é poder falar mal da situação enquanto vai à sua vida descansado, devia mesmo era abrir um blogue que é onde as pessoas de bem libertam o murcon que têm em si, insultando ao desbarato, e siga. Mas o problema é que o Sr. Vitorino quer isto tudo mas ao mesmo tempo quer também ser o Dom Sebastião do centro esquerda nacional, e quiçá internacional, ora meu caro Sr. Vitorino, ou uma coisa ou outra. É que quando chega a hora da verdade, que é como quem diz quando toca o sino da governança, a malta têm que dar a cara, como disse o Professor Freitas. Eu também gostava de viver no Hawaii mas, malogradamente, nasci numa família açoriana. De que serve aparecer na campanha, escrever programas de governo, enfim, cagar tantas sentenças, para no fim vir apregoar que o governo não interessa nem ao Dom Sebastião. Como é que é, falam, falam e depois não os vejo a fazer nada, fico chateado. Pois fique o Sr. Vitorino sabendo que desde que o Euro ultrapassou o Dólar que já não há boa moeda, e que por este andar creio que o Dom Sebastião do PS pode mesmo ter encontrado o seu Alcácer-Quibir. Vá lá João Nuno, canta comigo: Merecíamos Políticos Melhores. Algo vai muito mal neste país pequenino.

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