terça-feira, março 15

Ao João Nuno Almeida e Sousa

Ao grande (acima de 1.90 m) João Nuno, à sua mulher que cegamente o adora, aos seus filhos que loucamente o sofrem, aos seus amigos que pacientemente o aturam, aos génios que muito se esforçam e não o percebem e para aqueles merdas que nem o querem perceber, dedico este poema dos Clã que roubei no blog Cromossoma X, cromossoma este que o João Nuno tanto aprecia, o seu único e os dois da sua extremíssima senhora.
Tenho dito...

tu nunca choras ao ver sangue
tu nunca sangras quando sofres
guardas a dor dentro do cofre
se alguém decifra o segredo
e se pica no teu ferrão azedo
tu lambes-lhe o sangue do dedo

tu nunca choras ao ver sangue
tu nunca ficas transparente
és daquela raça tão rara
que tem no olhar o gelo quente

se alguém te atinge o coração
aguentas o baque
de frente
e sentes uma oscilação
defendes-te com uma paixão competente
e encarnas tão impunemente
a pele de um animal de sangue quente
que ama a sangue frio

tu nunca choras ao ver sangue
tu nunca ficas transparente
és daquela raça tão rara
que tem no olhar o gelo quente

gelo quente
quente e frio.

("Sangue Frio", Clã, Lustro, 2000)



Tempus Fluit (boy with melting ice - a photo about time) Phnom Penh 1993 wim wiskerke

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