domingo, setembro 30
Ao Viés
Todos aqueles que escrevem defrontam-se com uma situação desvantajosa, que remete os seus escritos para o gavetão da relativização do grau de importância da mensagem.
Todos os que escrevem fazem-no por se considerarem portadores de uma importante mensagem que, enquanto tal, deveria ser assimilada por todos os leitores, desconsiderando, no entanto, a distância a que o destinatário se encontra relativamente às suas causas e consequências mais directas.
Todos os que escrevem precisam de alguém que os leia e, tristemente, pouco ou nada sabem quanto ao verdadeiro perfil daquele universo multicéfalo que o pode seguir ou ensacar.
É certo que todos os que escrevem falam. Dizem coisas que precisam ser ouvidas. Mesmo que não mas, isso agora não vem a propósito. Vivemos e incorporamos a dita sociedade da informação, mesmo que isto signifique estar sempre a ler as revistas cor-de-rosa que, não poucas vezes, parecem de cor púrpura.
Para os que escrevem e, sobretudo, para os que escrevem no sentido de procurarem contrariar a leveza de espírito com que algumas análises são feitas, algumas ideias são veiculadas e algumas pessoas são sumariamente julgadas, é muito difícil fazer as pessoas mergulharem na profundidade dos temas e verem para além da espuma que, por vezes, insiste em persistir, sendo, não poucas daquelas, artificialmente criada para diversão das penas mais ligeiras.
Para quem escreve, a vida nem sempre traz o merecido reconhecimento mas, para quem lê, a dificuldade da vida nem sempre permite a felicidade de encontrar mais um caminho que lhe permita contabilizar mais uma oportunidade de melhoria e, incauto, poderá também desiludir-se com o que foi escrito, quando quem escreve está a soldo desta ou daquela ideia, isto para não personalizar, atendendo aos dias que passam.
Para mim, que escrevo em má forma, intermitentemente e me confundo com o muito que leio, o grande objectivo dos princípios da comunicação é encontrar o caminho mais curto para poder chegar ao maior número de pessoas, procurando anular o ruído no canal, para despertar as suas consciências.
Outubro começa já amanhã e, preocupado por julgar perceber que a arrogância e prepotência de uns (poucos) não corresponde, ainda, à indignação de outros (muitos), relembro que temos 13 dias para os necessários esclarecimentos.
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16 comentários:
Caro Carlos Rodrigues
Leio com prazer o que escreve, mas mal de mim se espera-se que escrevia o que quero ouvir, antes de mais seria contrário(com toda a minha insignificância)à forma como escrevo, e colocava uma dificuldade acrescida, de conciliar os gostos diversos de quem lê os seus escritos.
Na minha modesta opinião, a única forma de ser eficaz é ser verdadeiro e genuíno, escrevendo o que a nossa vontade determina.
Julgo que o seu apontar para Outubro, penso que tem a ver com o orçamento do Estado para 2013(ou com as eleições nos Açores),considero e já escrevi que a luta será longa, apesar da insignificância, dos Borges, Relvas e Passos Coelho, mas estes são tão só, testas de ferro dum poder maior(o capitalismo financeiro mais feroz), estes sim irão manter a ferros estas suas marionetas, até que encontrem(ou que o Povo os obrigue)outros que desempenhem melhor os seus interesses de vende pátrias.
A luta vai continuar, será dura e prolongada, mas( apesar da repressão que virá)será vencedora e irá correr, com este governo e instituir uma politica nova de satisfação dos interesses do Povo e da Pátria Portuguesa.
Em Relação aos Açores e à eleição para o governo dos Açores,não será nestas circunstancias de qualquer utilidade e será completamente secundaria, em relação à dinâmica da Comunidade Europeia, da Troika e do Governo Português,não só pela limitação do estatuto autonómico, como às idiossincrasias das pessoas e das organizações de PS e PSD, regionais.
Saudações
Açor
Olá Carlos,
Belo post.
Desde que fui "premiado" com um mísero 40% no primeiro paper universitário que escrevi (em 1989) que sigo fielmente os conselhos do eterno Orwell
Quanto ao "ruído no canal":
(i) Never use a metaphor, simile, or other figure of speech which you are used to seeing in print.
(ii) Never use a long word where a short one will do.
(iii) If it is possible to cut a word out, always cut it out.
(iv) Never use the passive where you can use the active.
(v) Never use a foreign phrase, a scientific word, or a jargon word if you can think of an everyday English equivalent.
(vi) Break any of these rules sooner than say anything outright barbarous.
https://www.mtholyoke.edu/acad/intrel/orwell46.htm
---
Açor
a Pátria Portuguesa insurgir-se-á e instituirá uma "política nova de satisfação dos interesses do Povo"???????????
Você é um verdadeiro idealista.
abr
z
Caro (abr Z)
Ser ou não ser idealista, não é a questão!....
Perante um cenário mau, existem várias soluções, eu prefiro apontar para melhorar o que está mau, e melhor do que o Povo e a Pátria para este desígnio colectivo não há...
Agora (quando muitos julgavam que seria rápida a solução)eu escrevi não só seria longo o percurso, como os interesses do poder logo arranjariam um discurso e uma prática para prolongar e justificar este calvário de austeridade...
Não existe a inevitabilidade duma única politica e neste caminho penso que só pode ser o Povo a resolver esta encruzilhada em que Portugal está metido(ou que nos meteram)
Saudações
Açor
salve seja
e é preciso POVO, PÁTRIA e NAÇÃO...para lidar com a presente crise????? estás a pensar em marchas de gajos com calças apertadas, assim meio apeneleirados...todos...juntinhos...a marchar..lol??? anúncios tely onde se proclamam as virtudes da NAÇÃO LUSITANA??? estou a tentar imaginar a cena.
aquele sinhor do PPM até poderia instituir um Reinado Independente no Corvo?? Imagina as consequências imprevisíveis do usos de conceitos como estes??? lol lol
em que estás a pensar, AÇOR???
(os americanos tem alta expressão pa isto):
gimme a break, homes.
get with the programme!!!!!
minha nossa.
uma maioria composta por gente sensata pragmática e ambiciosa já me bastava.
coisa rara nos dias de hoje. rara em qualquer recanto do mundo ocidental. lol
quando começares a pensar que os 2 ou 3 milhões que saem para a rua em protestos SÃO O POVO....
bem, às tantas enganas-te...e sai-te um outro POVO pela culatra!!!
não sou PC mas nunca gostei da porra do conceito. acho-o mega falso, ou seja, não descreve factos. é um conceito inventado que persiste na memória histórico-social. existe como conceito público. mas, para mim, o POVO não existe. (como conceito singular que DESCREVE o pluralismo imenso que é = POVO)
há alguns problemas técnicos com o conceito de POVO*. lol
quem é o Povo?? a maioria que votou no Sócrates?
?? o povo que votou no PSD/CDS?
em quem pensas quando te falam do POVO?
* há quem diga que se trata de uma ficção, tal como o conceito de Nação. deve ser o anarca que há dentro de mim.
o meu Povo (amigos) vão a cenas destas:
http://soundcloud.com/tomreal/tom-real-exclusive-boom-festival-dj-mix
stay real man!! LOL LOL
abr
z
err:
o meu Povo VÁ a cenas destas
PEACE
z
Açor,
Já li e reli este seu comentário. Já tantas vezes ensaiei a merecida resposta e outras tantas desisti.
Mas, na verdade, não me contenho. E gostaria de lhe dizer que o seu estado de alma tem, progressivamente, dado sinais de uma certa resignação perante a crescente desacreditação dos "nossos" representantes na lides políticas. Agora que sei da existência do PAN, não o censuro mais.
No entanto, a sua escrita parece-me impregnada de um certo complexo de Calimero e resvala, em jeito de derradeira esperança, para um "depósito a prazo", colocado nas mãos da massa disforme que, em tempos idos e bem ajudada, deu início à 2ª Dinastia, colocando o seu(?) Mestre de Avis no real trono português.
É preciso parar e pensar. É preciso ter humildade para reconhecer que tanta vilania, para além de ter servido os senhores do capitalismo desenfreado, esteve também ao nosso serviço e tanto jeito nos deu. Agora, é preciso chamar a nós a responsabilidade de tentar corrigir a rota.
Caro Carlos Rodrigues
Não sei se é a minha forma apressada ao correr do teclado, de responder que deixou algum equivoco na minha escrita(sem pretensão)...
Mas a crer na minha interpretação, o
digníssimo Carlos está confundido, desde logo por(eventualmente)ter acrescentado "levianamente" o PAN na lógica do meu discurso(pouco ou nada sei ou me atrai no PAN, com excepção da liberdade que me merece como organização)...
Quanto a "resignação", diria melhor, que seria antes a ideia que há que dar tempo ás coisas mais importantes(cuja solução, politico social) que não passam por eleições,(regionais, quando a Troika é que manda)) muito embora, reconheça que entre PSD e PS, me inclinaria para o PS, para permitir uma dicotomia ao binómio nefasto,Cavaco, Passos Coelho, Troika.
Tentar corrigir a rota sim, mas de que forma?
Transformando a austeridade em recessão e esta em mais austeridade, ou no caso dos Açores, apostar na Berta dos "Malmequeres" perfeitamente subjugável ao Passos, aos Relvas e Borges do nosso descontentamento?
Não nego e agradeço o seu cuidado comentário, aliás sempre reconheci a sua capacidade de escrita e pensamento, talvez por isso(embora não seja da sua vontade)lhe destinava missões menos imediatas.
Nós podemos pensar que este despesismo nos deu jeito, mas não só, ele não foi gasto especialmente connosco(embora pudesse ter havido algum ganho colateral)como ele serviu o capitalismo desenfreado como muito bem diz,como em alguns casos ele se constituiu em lixo como no caso da duplicação das autoestradas em Portugal e do cimento(variado)nos Açores(para não o maçar com as minhas criticas ás portas do Mar e às scuts Nordeste, o que necessitava de explicação complementar).
Ao fim e ao cabo os dinheiros foram colocados em empreendimentos que custaram para além do razoável e incidiram em más escolhas económicas.
Nem sempre(ou nunca) um banquete resolve o problema da fome e pode ter consequências nefastas no desenvolvimento, pessoal ou societário.
A minha remissão para o Povo e a Nação, não teve como sabe qualquer conotação com a Monarquia(para que não falhe mais lhe direi que não tenho partido, o que não é o mesmo que ser apartidário)limitei-me a indicar uma solução para o colectivo pois já tinha identificado as soluções em outras alturas(no fundo foi uma solução simpática para com o anónimo).
As rotas tanto em Portugal como nos Açores podem e devem ser corrigidas mas não podem ser com as mesmas receitas nem com os mesmos médicos que nos trouxeram até aqui.
No fundo tenho a noção que é necessário no caso dos Açores ter uma concepção da realidade mais geral que envolve o conhecimento da história e do presente e da projecção que eles podem ter no futuro dos Açores, envolvendo a sociedade a escola e a politica, considerando os aspectos demográficos e a necessidade de os corrigir, e de formação profissional e académica(tão em falta nos Açores) encontrando uma saída económica para as potencialidades dos Açores no mar, no turismo sustentado e variado, na agricultura biológica e regionalizada(como o caso já em marcha dos vinhos) como marca,
Por fim o mar e a sua ampla aplicação económica e cientifica.
Muito havia a dizer até a exploração diplomática da nossa posição periférica atlântica.
È tão só alguns rasgos ao correr do teclado, sobre o muito que nos podia descolar da ideia comum de conduzir os nossos passos políticos pela rotina sem inovar e esforço criativo e interventivo e pro-activo.
Saudações
Açor
Caro Açor,
Não posso deixar de dizer que o reconheço.
Reconheço os problemas e a sua relação sistémica.
Reconheço também a impotência que sentem todos aqueles que estão destinados a funções menos imediatas.
Reconheço que a passividade, às vezes, é um mal necessário mas, assertividade é melhor.
Saudações
P.S. PAN, eventualmente leviano mas, a pensar na sua eventual condição passariforme. :) (não leve a mal a brincadeira)
Caro Carlos Rodrigues
Não comentava nos blogs se não estivesse disponível para cair no ridículo, e como tal aceito não só a brincadeira, como sou o primeiro a me rir de mim próprio...
A primeira conclusão que retiro do seu elaborado contra comentário, é que o meu apressado e despreocupado comentário, lhe fez pensar...
"Aprendi" hoje consigo também a reinventar o conhecimento, pensava que o conhecimento era um exercício continuo e que os humanos eram limitados no saber, mas felizmente existem seres na blogosfera que conhecem e reconhecem tudo, fico honrado de privar(através deste meio )consigo...
Fiquei a saber também que as funções imediatas, se distinguiam das mediatas por não provocarem impotência nos seus praticantes...
Fiquei a saber também que as escolhas e opções politicas conduzem inexoravelmente à dicotomia passividade versus assertividade.
Leviano foi (o pensamento) a eventualidade de ter feito coincidir o meu apoio à defesa dos animais, a uma defesa do PAN.
Dou-lhe um conselho, com a devida vénia, pondere o seu imediatismo e a sua assertividade, pois o momento
politico não está para brincadeiras e não vá os da última leva, pagarem as contas dos políticos que nos conduziram até aqui, seria uma injustiça, para quem tem sido tão cuidadoso a escolher as suas palavras para o seu público alvo...
Mas também lhe digo que há tantos que "matariam a família toda" para estarem ao lado dos vencedores imediatos, que se calhar "vale a pena"...
Saudações
Açor
Caro Açor,
É claro que me fez pensar. Aliás, na sua maioria, todos os comentários que aqui vou lendo fazem-me pensar.
Uns fazem-me pensar sobre as ideias que defendem e outros fazem-me pensar sobre quem os escreve.
Analisando o actual momento político, gostaria de dizer que não tenho a veleidade de atribuir as responsabilidades apenas ao que foram eleitos. Os que elegeram são tão responsáveis também. E, do binómio, também se tira o retrato do país real (neste caso, região).
Afunilando a discussão, agradeço o conselho e tenho gosto de afirmar que procuro sempre relativizar o dito imediatismo, pois, para mim, é importante perceber que o imediatismo é tão bom quanto a democracia: quando não compromete o equilíbrio das forças que são importantes compatibilizar para que a condição humana persista.
Neste aspecto, a voracidade do imediato - motivada pela pressa de agradar sabe-se lá a quem, corrigindo uma qualquer assimetria momentânea -, associada às forças do contexto, minam - muitas vezes e de forma indelével - iniciativas mais estruturantes e, porventura, disruptivas que, decididamente, não interessam ao sistema.
Queremos governantes perfeitos para escondermos a nossa imperfeição
Saudações açorianas
Caro Carlos Rodrigues
O seu comentário esta formalmente de acordo com a capacidade de escrita que eu sei que tem...
Poderia continuar nesta forma mais ou menos elaborada de expor as ideias(eventualmente perderia para as suas)mas prefiro torna-las mais básicas para serem mais facilmente entendidas.
Estamos de facto numa disputa eleitoral nos Açores, e sabemos que é muito importante(para os autores políticos) tomar o poder e este é um momento para o fazer...
Não obstante sabemos que a forma primeira da perda deste poder é precisamente a sua tomada, aí começa a luta desesperada para o conservar...
Que consistência pode ter a tomada do poder numas circunstancias como as que se vivem em Portugal e na Europa?
Todas ou nenhumas na encruzilhada em que nos encontra-mos.
Querer conduzir da forma Displicente, impreparada e não pro-activa, como até aqui, é brincar com o fogo e constitui o abrir da porta à crise politica.
Nesta acepção é que disse que era menos importante esta eleição pois as verdadeiras questões se jogam na Europa e em Portugal, sobretudo se continuar-mos com um Governo(com o PSD de Berta, seria ainda pior) que não olha de frente
a presente conjuntura e faz um pouco como a avestruz, julgando que o facto de não ver, lhe salva das consequências da realidade.
É claro que imediato e mediato são realidades que são cara e coroa da mesma moeda, só para melhor compreender os fenómenos é que se separam, alguém que se candidata não deve pensar só no momento da eleição(seria uma tragédia) e igualmente quem pensa no futuro não pode desprezar o presente que o leva a ele.
À primeira vista assinava o seu comentário,até mesmo a sua frase final não esta mal vista, embora eu considere, que mais do que querer super homens, devemos querer homens comprometidos com uma politica correcta, e uns e uma, nunca serão a perfeição, mas devem apontar para um caminho em que se reveja o interesse colectivo e a capacidade de ser exequível.
Penso que o meu comentário conseguido ou não, foi o explanar da minha ideia que uma eleição e todo o acto politico não se deve aparentar com um jogo de futebol em que as claques das duas equipas querem é ganhar e pouco mais...
A politica deve compreender um processo dialéctico que tenha por finalidade ajustar as melhores ideias e as melhores práticas em prol dum objectivo comum.
Saudações
Açor
Caro Açor,
Começo por agradecer ter acedido a esta discussão comigo, a propósito do enviesamento involuntário da comunicação.
Sendo agora a vez de me aproximar do assunto que insiste em discutir, gostaria de lhe dizer que não sou, de todo, insensível ao que procura transmitir e, em determinada medida, concordo com alguns dos seus argumentos. Contudo, confesso não conseguir entender porque seria pior com um eventual governo de Berta Cabral quando, do outro lado do hemiciclo, e procurando seguir o seu raciocínio, a preocupação em manter o “Poder” (que neste momento é como um pedaço de presunto fora do prazo de validade) é, para mal dos nossos pecados, ainda maior, agora que passados 16 anos de rosa governação.
É importante não esquecer que em Portugal se tem assistido a uma alternância governativa entre PS e PSD (em virtude de um conjunto relativamente alargado de razões) e duas coisas sobressaem desta bipolaridade: A responsabilidade de governação está divida entre os dois, pelo que, nenhum ousa ser realmente disruptivo (porque mais à frente tal afronta lhe sairá do pelo) e ambos não conseguem resistir à tentação de se perpetuarem no exercício do "Poder" (sendo humano, como o errar). Assim, na oposição por muito tempo, qualquer um deles tem uma dificuldade - quase imensa - em manter - no activo - os quadros apropriados para se conseguir o desempenho desejado nas várias áreas de governação.
Aqui nos Açores e tal como aconteceu ao PS, depois da sua demorada caminhada pelo deserto político, também para o PSD chegará a hora de congregar - em torno do seu ideal - todos aqueles que poderão ter um papel importante na reconfiguração desta árdua tarefa. Tal como já tive oportunidade de dizer a quem quis ouvir: o saber está lá. Só não está sublimado.
Fica uma nota importante para todos aqueles que, como eu, têm o hábito de cascar em todos aqueles que só sabem fazer política “bota a baixo”, pois, infelizmente, a eles se deve, em muitos casos, o travão que alguns governantes enviesados precisam encontrar pela frente.
Saudações
caro Carlos Rodrigues
Com a inteligência que sempre lhe atribui, já se deve ter apercebido que facilmente arranjava lugar num partido do arco da governação, mas isto na minha pessoa era impossível, pois a minha mais valia(se a há)é precisamente achar que a governação serve para resolver os problemas dos outros e só por esta medida incorporava os meus, neste esforço...
Não veja nisso qualquer "bota baixismo" eu sempre achei contraproducente eliminar uma ideia com a apriorista, de que só a "utilidade" das atitudes dos partidos, ou seja lá do que for é que deve ter vencimento, esta ideia, é aparentada com os tabus,só as ideias aprovadas pela "situação" seriam validas, o que excluía logo à partida as grandes invenções e descobertas humanas onde Copérnico é só um exemplo...
Todo o seu comentário dá razão ao meu pensamento critico.
Em primeiro lugar diz claramente que os "bons " quadros políticos, têm tendência de saltar para o partido que está no poder, deixando órfão o seu partido natural, até que este volte ao poder(para mim isto é oportunismo, inconcebível) mas pior do que isto(que me perdoe a ousadia)é um erro medonho pensar que o bom desempenho politico é uma condição que se conquista por uma série de valências escolares, se assim fosse Gaspar e tantos outros "crânios" das Universidades, dariam excelentes políticos, mas a realidade diz-nos o contrário...
Se quiser(não obstante os erros de fim de mandato)César tinha carisma e era um politico conceituado e nunca teve os títulos académicos de outros menos conceituados.
Mas a maior qualidade dum politico é ter ideias e bater-se por elas, políticos que mudam de partido em favor das circunstancias, não se enquadram nesta qualidade e nem para uma claque de futebol "serviam"...
Se tomar a realidade do seu PSD(que me desculpe se errei)vê que esta ideia errada de ir buscar personagens(totalmente para-quedistas) como se futebolistas consagrados se trata-se(até no futebol esta teoria tem erros)tem sido não só errada, como injusta para tantos que sendo militantes sérios e dedicados são preteridos muitas vezes por aquisições que dão o salto ao primeiro embate e são muitas vezes inferiores...
O acerto é novamente como o futebol de formar os quadros na ideologia do Partido e numa formação que tenha por pedagogia a teoria e a prática...
Já pensou que muitas vezes o "bota abaixo" pode não só servir para incentivar o adversário, como constituir o exemplo que a prática do instituído possa estar mal e necessitar duma mudança?
Eu ao considerar que a continuidade do PS no governo pode ser, um mal menor em relação a Berta Cabral, tem a ver que mudar as pessoas e não mudar as politicas, pode ser pior, não só pelos gastos de renovar os gabinetes e a sinalética(sem ganhos sensíveis)como pela constatação que Berta na Câmara de Ponta Delgada não se destingiu em nada de positivo do Governo de César(o que reconheço, é uma mera opinião sujeita ao contraditório)...
Mas a razão principal é que é demais, ter todos os órgãos de governo na mão dum só partido, ficamos numa quase "ditadura formal" a democracia pode resistir a isso, mas certamente a história do Pós 25 de Abril, desaconselha semelhante opção, sem falar na tragédia que seria o dialogo Açores, Passos,Troika.
Não tenho qualquer superioridade por ter esta ideia(que se calhar é errada)é tão só uma dúvida que quis partilhar consigo.
Não quero maçar nas razões de não concordar com tal opção que reconheço, não é isenta de critica, uma vez que o PS falhou no Governo, a questão seguinte será a de saber se Berta e o PSD será melhor?
A pergunta que faço(como estudo para ambos) é a de saber se os Portugueses estão condenados a esta bipolaridade entre o PS e o PSD que tem constituído a mãe de todos os nossos erros?
Saudações e espero que veja este meu comentário como um contributo despretensioso e não como qualquer provocação.
Saudações
Açor
Caro Açor,
De facto, os partidos carecem de inteligência. Sobretudo da inteligência das pessoas que os compõem mas, também, da inteligência das pessoas que os criticam e, no entanto, a partidarite nem sempre facilita essa relação, sendo preciso outros atributos para se encetar uma carreira política. Atributos que nos desvalorizam enquanto pessoas, porquanto nos consomem as entranhas e nos deixam ocos.
Apesar da sua simpatia para comigo, não me revejo com a dita facilidade nem, tampouco, com a vontade, pois, porventura, perderia o à-vontade para discutir este assunto nestes termos.
No que diz respeito à bipolaridade, temo que a resposta – não só para o povo português – seja positiva. Primeiro, porque estes dois partidos partilham a mesma cartilha, embora com alguns cambiantes, e segundo, porque são os únicos com a elasticidade suficiente para porem a defesa do modelo societário acima do modelo social. Sistema que conta com a nossa veterana vontade de manter o status quo, para conseguir singrar.
Venha o dia das eleições. Só espero que nenhum destes partidos precise do cirurgião dentista para uma prótese. Apre!
Saudações democráticas
Carlos
o teu último comentário é uma pérola.
gostei bastante de ler esta troca de ops entre ti e o Açor.
bem haja para os dois
z
Thanks Zeke.
Porventura, mais assertiva do que as opositivas interpelações ao governo, na arena parlamentar
Congrats
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