Hotel by Railroad, Hopper Meditations, Richard Tuschman, 2013.
Solidão. Alienação. Saudade. Richard
Tuschman reinterpretou o universo de Edward Hopper, criando narrativas
ficcionais muito próximas do trabalho do pintor americano, numa série
intitulada Hopper Meditations. Tuschman combinou digitalmente dioramas
do tamanho de casas de bonecas, construídos, pintados e fotografados no seu
estúdio, com fotografias de modelos humanos em tamanho natural, fazendo emergir
das suas personagens e das suas composições uma complexidade emocional, uma
passividade física, um despojamento e uma representação da solidão bastante
próximas do original.
A janela como moldura para a vida, o
livro ou o cigarro como única parceria, o outro como mera presença física. A sombra maior do que a luz, a postura
corporal tensa, o olhar fixado no intangível, o coração apertado pela fronteira
intransponível.
Hopper e Tuschman. Solidão sobre
solidão. Assim vivemos nós estes dias. Personagens do nosso diadorama, bonecos
de carne e osso, reféns da tecnologia digital, delimitados e suspensos, à
espera de um artista que resolva restaurar esta composição.
3 comentários:
Conheço-a ??? Conhece-me ???
Presumo que sim
Adoro o que escreve !
Vou reencaminhar o link para o meu brother André Almeida e Sousa.
JNAS
Há qualquer de Vermeer naquela janela, no gesto suspenso. Obrigado pelo texto e pela escolha tão ilustrativa da espuma destes dias.
Cara Maria,
Fica um abraço de boas-vindas ao :Ilhas, onde a solidão desapareceu.
Carlos (Rodrigues)
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