quarta-feira, janeiro 16

A Fase Industrial da Baleação Micaelense 36-70 A.Cymbron


Apesar de substancialmente omisso no que toca à dramatização do quotidiano dos pescadores e operários que viviam da pesca da baleia (história que está por contar como elemento cultural agregador das populações das várias ilhas dos Açores, não obstante as variadas publicações), o livro da autoria de Albano Cymbron constitui-se num veículo importante para compreendermos algumas idiossincrasias interessantes e, arrisco, determinantes, nas lides atlânticas das nossas gentes, introduzindo aspectos até então desmemoriados, porventura com contornos menos românticos.

Depois da tão importante e analisada “Economia da Laranja” (1750-1860) o livro traz aos nossos dias, numa espécie de radiografia, a visão daquilo que se apresenta como uma actividade industrial e comercial em pleno século XX que, com consideráveis dificuldades, recoloca os Açores no xadrez internacional.

(…) Em Fevereiro de 1961, dá-se novo embarque de 166 toneladas do óleo produzido em S. Miguel. O N/T “Mathew” trazia já 219 toneladas de óleo do Faial.
No ano seguinte, em Outubro de 1962, o navio carrega em S. Miguel 260 toneladas de óleo. O circuito insular para exportação de óleo estava consolidado e o navio vinha do Faial com 350 toneladas de óleo e seguia para a Madeira, onde embarcaria mais óleo.
Não se encontrou correspondência sobre os embarques de óleo a granel em 1963 e 1964.
Em Agosto de 1965, o N/T “Mathew” transporta 213 toneladas de óleo de S. Miguel e cerca de 400 toneladas de óleo da Madeira, com destino aos mercados de Glasgow, na Escócia e de Roterdão, na Holanda. (…)

Para reforço da Epopeia designada agora de "whale watching", uma vez que em S. Miguel a fábrica e todo o seu espólio quase desapareceram, ficam a força e intensidade nostálgica da Calheta de Nesquim.



2 comentários:

Anónimo disse...

Caro Carlos Rodrigues
Ainda não tive o prazer de observar o livro, sobre esta temática apaixonante da pesca à baleia, mas é sem dúvida um serviço à cultura escrever sobre este tema, mesmo que seja tão só, lembrar-nos da publicação do livro, o que não é o caso presente, pois o seu post, levanta questões importantes, como a conservação dos vestígios da cultura Açoriana(no caso a Micalense)e por outro lado algumas considerações sobre outras possíveis(quiçá mais importantes) abordagens do mesmo tema.
Parabéns pelo post.
Saudações
Açor

Anónimo disse...

Muito bom. z