domingo, janeiro 24

“Governo Sombra” para a rua. Já!

Mas, será que o há?
Se há, deve ser uma daquelas sombras cinzentas que, algumas vezes, quase se mostra para, logo depois, quase se esbater, fruto das indefinições de “transgênicos” personagens.

Mas, será que a malta ainda se lembra do que é Governar?
Se calhar sim e, como tal, não sente necessidade de o evidenciar e, muito menos, de treinar.
Será só chegar, e vencer! E o convencer? Não se sabe mas, espera-se que sim.

E se, na realidade, não há um “Governo Sombra”?
Pois, certamente não haverá “Governo Sombra” se não houver uma ideia concertada do caminho a trilhar; Se não houver uma ideia afinada para os trabalhos de limpeza do trilho; Se não houver planos para a sustentação dos taludes; enfim.

Julgo que nenhum partido, que se considere habilitado a ser alternativa no governo, se pode cingir ao brilhantismo dos seus deputados, por mais habilidosos que sejam, e, muito menos, deixar-se ficar na dependência da sua capacidade retórica.

Os partidos, mediante a sua dimensão e representatividade, mediante os seus recursos e a sua vontade de futuro, deverão criar uma estrutura que lhes permita estudar – periodicamente – os vários dossiers e reunir com interlocutores privilegiados (inseridos activamente nos diversos contextos, à luz dos quais os assuntos deverão ser analisados), para que, sectariamente, sejam encontradas soluções de fundo para os problemas de fundo.

Berta Cabral faz um “discurso-brilhante-e-sem-guião” e deixa empresários embevecidos com a “Sua Visão” para o futuro dos Açores.
E o resto? Onde está a estrutura na qual ela se possa apoiar para que possa “make it happen, instead of make believe”?
Pode parecer um discurso redondo, revisitado e banal mas, precisamos todos de nos capacitar de que isto não é trabalho para uma pessoa só!

Não obstante tudo o que se tem escrito e dito sobre “Governos Sombra”, vejo neles, para além de uma grande oportunidade para se aproximarem verdadeiramente do “país real”, a oportunidade de melhorar o trabalho dos “Governos em Exercício”. Infelizmente na política, este tipo de dialéctica dificilmente se pratica.

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