Zeke,
Peço desculpa por só agora ter tomado consciência da tua pergunta na caixa de comentários do meu post anterior: "achas, sinceramente, que o funcionamento eficaz e democrático de um sistema político depende essencialmente da bondade ou maldade (ou virtude) das pessoas por ele dominados ou que nele participam bla bla??? pensas mesmo isto?"
Estou – agora – longe de estar preocupado em ter a resposta para as coisas (talvez seja da idade). Já me cansei de procurar vitórias nas discussões e não me sinto nada incomodado se os meus interlocutores mas ganharem. Tal postura garante-me a abertura de espírito necessária para mastigar outras concepções da realidade assimilá-las ou, então, qual chiclet, deitá-las fora. Sem demora!
No caso presente, estou convencido que não discordamos sobre o modo de funcionamento do sistema político, no entanto, eu julgo que o personalismo (não o ideológico), é inevitável (até na Escandinávia e na Alemanha) e, como tal, não pode ser ignorado. Nas comunidades – podíamos até dizer nas civilizações – as pessoas gerem e são geridas e a complexidade desta relação, ambígua e absolutamente mutável, assenta na visão egocêntrica que cada pessoa desenvolve daquilo a que chama de realidade, alimentada pelas suas limitações espaço-temporais, traduzindo-se na constituição de “verdades” altamente improváveis de se auto susterem.
Ainda assim, estaremos nós condenados a viver de acordo com a podridão instalada?
Isn’t there any other fuckin’ way? What is it that it takes? Abster-se, está claro. Não?
carlos rodrigues | 07.30.09 - 2:13 am | #
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Caro ilustre desconhecido, que dá pelo nome de K 7,
A ideia subjacente à sua segunda pergunta não responde correctamente à sua primeira.
Na realidade, conheço o Miguel Brilhante relativamente bem (que é quase o mesmo que dizer conheço-o relativamente mal). Como tal, o mesmo jamais poderia ser o visado do meu post e tampouco o é o Professor Carlos Amaral (para quem não resistir fazer a analogia, uma vez que são ambos questionados pelo mesmo jornal, sobre o mesmo tema).
O que procuro afirmar é que o “povo” (lembro-me sempre de Santana Lopes quando utilizo esta palavra e não sei bem por quê, o que é uma maçada) devia poder contar com os “encartados” para a prática da política activa, em vez daqueles (são mais que muitos, não sendo justa a sua inusitada insinuação) se ficarem pelo fácil comentário à política activa dos outros que, indo muitas vezes de peito aberto, vão pouca vezes com tino.
carlos rodrigues | 07.30.09 - 2:37 am | #
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Finalmente (hoje) e respondendo ao Rui Rebelo Gamboa, moço que me conhece mas, parece desconhecer o que está na génese desta minha preocupação, fica a nota de que não me seria possível, até porque não tenho categoria para o fazer, apresentar "as soluções" para tais problemas. Estaria apenas a correr o risco de me contrariar na minha análise.
Contudo, estou certo, nesta minha postura, encontrará V.Exa, ainda, motivo para me desancar.
Recomendo, no entanto, que preste mais atenção às figuras tutelares. Não basta apenas ter "verve"...
carlos rodrigues | 07.30.09 - 2:51 am | #
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