sábado, julho 18
Maria Emanuel n'A Lota.
"Um registo pela amizade
e por acreditar no valor das coisas sinceras e belas
Permitam-me acreditar. Permitam-me não ter que explicar porque acredito quando o que se vê já está aflorado à volta dos olhos, quando a pintura se recompõe em função do belo, do sensível, do espontâneo.
É assim que percebo o trabalho da Emanuel, onde a forma se digladia na escolha de outras formas, resultando arbitrárias, na ausência ou infinitude da última forma.
Reconheço a massa que ganha o vislumbre duma paisagem, dum abraço, do sangue que flui à beira dum sorriso, porque são tantas as coisas que reconheço na Emanuel, que tudo ganha a dimensão duma nuvem quando só nos apetece olhar para o céu.
A sua experiência prossegue calmamente, num confronto e inquietação tão próprio de quem se duplicou para se expor, e acredito que essa e esta exposição é o início de um acordar para o que ela sempre foi.
É, portanto, nessa massa potencial e primordial que as sensações se mostram reconhecíveis e que o simples prazer de pintar se aproxima do que é universal e intrínseco em todos nós…
Obrigado pela oportunidade do vislumbre"
Paulo Damião
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