quarta-feira, novembro 15

Cherchez La Femme #11



Enid Mary Blyton (1897-1968)


Tanto se tem falado dos Cinco ultimamente, que me lembrei de dedicar algumas linhas à memória de Enid Blyton, a criadora dos The Famous Five. Ao contrário do que a fotografia deixa entender, good old Enid era o arquétipo da tia inglesa: digna, enxuta e com a bainha da saia a meia perna. Nasceu em Londres no ano do Jubileu da rainha Vitória, quando a expressão Rule Britania ainda fazia algum sentido, e morreu em 1968 na mesma cidade, quando ecoavam pelas ruas os acordes de Sympathy for the Devil. Os Stones, em miúdos, devem ter lido os seus livros. Eu cá devorei-os de uma ponta à outra, embora deva confessar que a recordação mais tangível dessa literatura light seja algo de assaz calórico: os lanches da tia Fanny em Kirrin, sempre pródigos em scones com manteiga. Dos heróis literários propriamente ditos, apenas retenho a figura de Georgina, a maria-rapaz do grupo, que Enid Blyton reconheceu em entrevista ser a sua projecção autobiográfica. Enfim, partilhada esta confidência, não será temerário especular que a senhora beberia o seu copito de Gin e, provavelmente, votava Labour.

Post scriptum. A respeito das Aventuras dos Cinco na Lagoa, devo saudar o civismo com que decorreu a Assembleia Geral, esclarecer os enólogos da blogosfera que o Pinot Noir da Califórnia era da lavra do Francis Ford Coppola, reiterar ao género feminino o nosso firme propósito de subir a quota de grupo de Cinco para Sete e, terminando, deixar à Clara um sentido Bem Hajas por aquela maravilhosa mousse de chocolate com ananás.

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