segunda-feira, fevereiro 21

VIRANÇA

Ante-scriptum: Saudações Democráticas a todos os Socialistas Açorianos e Portugueses; votos igualmente extensíveis a todos os bloggers Açorianos que militam maioritariamente nesta Esquerda vencedora. Foi para vós seguramente uma noite memorável. Espero que aceitem com lisura este voto de parabéns.

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Esta maioria absoluta, sob o mote da «Confiança», é também um voto de responsabilidade absoluta. Factos são factos. O PS venceu. Exorbitou do seu eleitorado e foi ainda mais longe ocupando o centro e até mesmo o centro Direita! Em suma, teremos por quatro anos a hegemonia da Esquerda no Poder. Como bem disse o novel Primeiro-Ministro, nas suas primeiras palavras à Nação, «Amigos e Camaradas conseguimos!». Agora, os Portugueses esperam que consiga, com a ajuda de todos os «camaradas», a derrota do dito fantasma do pessimismo e a transformação do «sound byte» da «Esperança» em factos concretos. Os Açorianos, que votaram no PS, esperam ainda que esta vitória tenha o retorno de mais vantagens para os Açores. A seu tempo veremos!

Mas, para análise dos factos, nada melhor do que as «explicações» do ressuscitado Professor Marcelo Rebelo de Sousa, agora no Canal 1 da RTP, que, do alto da sua nova «tele-cátedra», afirmou que o sentimento que impeliu ao voto no PS derivou da insatisfação emergente de uma crise económica e social, cuja génese maligna recua aos tempos do pântano. O resto que disse, não sendo acessório, é talvez, para a maioria, irrelevante, ou seja, o empurrão que foi dado ao PS com a descontinuidade da legislatura, o facto da base de apoio de Pedro Santana Lopes ser diferente da de Durão Barroso, o erro de este não ter sido sucedido por Manuela Ferreira Leite(!) e, finalmente, mas não menos relevante, o cartão «rosa» de Jorge Sampaio pois, de acordo com a doutrina do Professor Marcelo Rebelo de Sousa, «quando o Presidente dissolve a Assembleia da República o Povo dá-lhe sempre razão.».

Seja qual for a leitura que se faça é um facto indesmentível que esta votação não se quedou por um voto de protesto. Foi ainda um acto de fé já que até hoje, com debates e tempos de antena de entremeio, estamos para saber quais as políticas concretas de Sócrates e quem serão os «ministeriáveis» para a aplicação das mesmas. O certo é que esta prudente estratégia Socrática mereceu a confiança de um cheque em branco para quatro anos. A lição foi bem recapitulada, porquanto, Sócrates porventura recordou o axioma do sapiente Aristóteles que bem disse: «O homem prudente não diz tudo quanto pensa, mas pensa tudo quanto diz.». E Sócrates foi um homem prudente, não se comprometendo com «promessas» e fazendo destas «objectivos». O primeiro objectivo já o alcançou pessoalmente com esta vitória absoluta que lhe confere carta branca para aplicar tudo quanto pensa fazer para densificar os chavões da «Confiança», das «Novas Fronteiras» e do «Rumo para Portugal».

Porém, este novo rumo não foi apenas uma viragem à esquerda! Foi, para usar o léxico revolucionário da Ana Drago do BE, uma inequívoca «virança»! Com esta «virança» a Esquerda ganhou um Governo com maioria absoluta, que teve, como se sabe, o dote e a benção da paternal tutela Presidencial, levando ainda de bónus dois terços da Assembleia da República a servir de coro para o habitual cançonetismo à la gauche.

No rescaldo final desta hecatombe estou confiante que o PPD/PSD fará justiça aos seus pergaminhos de partido fundador e matricial da Democracia em Portugal. Para o meu partido em particular, e para a Direita em geral, será tempo de fazer «restart» e, ainda, marcação cerrada na oposição credibilizando esta com um governo sombra que se afirme pela positiva. Tarefa titânica para a qual se parte sem quaisquer cumplicidades mediáticas, e ainda, sob os holofotes dos costumeiros algozes do reaccionarismo cultural de Esquerda, sempre lestos a desfraldar o estandarte da superioridade moral e cultural cujo monopólio julgam deter.

Por exemplo, serão estes que por certo nos próximos dias rejubilarão com as «exéquias» de Paulo Portas, sugerindo até para epitáfio do mesmo as suas «famous last words»: «Não há nenhum País civilizado do mundo em que a diferença entre Trotskistas e Democratas- Cristãos seja de 1 ponto.». Cá por mim vos digo. Até amanhã Camaradas!

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Post-scriptum... ao contrário das apostas que por aí correram (4-1 ou até mesmo 3-1-1)no círculo Regional dos Açores a distribuição ficou em 3 deputados para o PS e 2 para o PSD. Todavia aqui vai um público abraço ao Nuno Barata do PP, pela campanha corajosa e dinâmica que soube fazer em circunstâncias que se imaginam incomparavelmente difíceis.... é de Homem!

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