segunda-feira, fevereiro 21

esperar para ver

O resultado das eleições de ontem foi, nuns pontos mais noutros pontos menos, diferente das minhas previsões. O que muito me agrada pois detesto ter razão em determinadas coisas. Bom, bom, é olhar para um mapa do NOAA e saber exactamente que tamanho e com que perfeição vão estar as ondas amanhã nos Areais, óh óh, mas isso são outras estórias. Dados relevantes a reter: a maioria absoluta do PS, a primeira em trinta anos de vida do partido e conseguida em circunstâncias particularmente singulares. A esmagadora vitória da Esquerda; a CDU mantém a votação e conquista mais um deputado, o BE duplica a votação e triplica a sua representação parlamentar, fica desde já e obviamente garantido um referendo à Lei do Aborto... As derrotas da Direita; o CDS e Paulo Portas sofrem uma pesada derrota, a fasquia estava colocada bem alto e o salto ficou curto, a única saída possível era a demissão que foi efectivada, mas não se iludam, o novo paradigma político nacional, a que gosto de chamar - Modelo Vítor Cruz, poderá vir a funcionar também no CDS/PP, num congresso quem quererá disputar a liderança? Não haverá no PP uma vaga de fundo pedindo o regresso de Portas? Veremos. No PSD é ainda demasiado cedo para saber. Com uma personagem com Pedro Santana Lopes tudo é possível, mesmo a destruição total do partido, como salientou, e bem, ontem Pacheco Pereira. Os próximos tempos vão ser pródigos em factos políticos, da esquerda à direita. Agora é esperar para ver: ver que Governo forma o PS. Ver que oposição faz a esquerda que Portas, num momento de menino birrento, chamou de "radical-trotskista". Ver que futuro tem o PPD/PSD. Ver se Portas sucede a Portas. Ver para onde vai a jovem democracia portuguesa. E não esquecer que as próximas eleições são já em Outubro e provavelmente até lá teremos ainda dois referendos.

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