terça-feira, fevereiro 15

ROMA ANTIGA

O dia 14 de Fevereiro era, na licenciosa Roma, a véspera do Festival Pagão de Lupercalia. Uma espécie de «loveparade» de épocas remotas. Consta que antes da intervenção Papal o Festival era um deboche tal que faria corar os próprios Deuses que devia honrar. Antes do ano 496 da nossa Era o Festival de Lupercalia honrava Juno, Rainha dos Deuses Romanos, Deusa das Mulheres e abençoada guardiã do Amor. Logo, o festival de Lupercalia resumia-se a um bárbaro ritual da fertilidade!

Por essa altura Roma assistia a um desfile de jovens mancebos, de corpos esculpidos nos rigores espartanos do que restava do exército Imperial, correndo desnudos e besuntados com o sangue de cabras sacrificadas... (em alternativa também marchavam outros animais, especialmente, os cães vadios!).

Nessa louca correria iam os rapazes barafustando as línguas extirpadas dos animais sacrificados. Se alguma moçoila romana levasse um bife da dita língua era um presságio de que tinha sido «tocada» pela fertilidade.

Uma análise histórica menos radical sustenta que no Festival de Lupercalia os «enamorados» deixavam o nome de uma donzela numa tômbola para depois ser aleatoriamente sorteada por qualquer outro cidadão. Foi desse desinteressado gesto de prodigalidade romana que mais tarde, mais coisa menos coisa por volta do Sec. XVIII, terão surgido os postalecos de São Valentim.

Seja como for o Papa Gelasius I, (O Africano!), resolveu por «bula» Papal dizer: Basta! Declarou que o feriado Romano era ofensivo dos bons costumes Católicos e em 496, Anno Domini, decretou o dia 14 de Fevereiro como consagrado ao dia de São Valentim, cuja veneração não se compadecia com desvarios pagãos.

Para outros delírios Romanos há até, verbi gratia, um blog exclusivamente dedicado a Roma Antiga!

...é caso para dizer que a tradição já não é o que era!

Sem comentários: