quarta-feira, abril 14

“Os tempos são perigosos”

Sempre me espantei com as pessoas que se dizem não porcos mas não saem da pocilga, com pessoas que perante a náusea resultante de tão abundante e grossa asneira nada de novo inventam, nenhuma nova forma de asneirar. Gente que, sem espelho de onde lhes seja devolvido o seu pensar e sem desculpa de ignorância sobre os mais elementares primados filosóficos, se perde do tradicional bom senso. Pois não será falta de bom senso, típica daqueles que tudo parecem saber da vida e que apenas se prestam à missão de apontar os supostos pecados dos outros, desvalorizar os muitos e honrados prémios Nobel da Paz, usando um exemplo desconceptualizado de um homem que na altura, depois de anos de clandestinidade, nas cavernas do terrorismo, saiu para a luz das negociações de paz com o seu inimigo mortal (pondo, entre os seus, a sua cabeça a prémio). Não será falta de bom senso, típica daqueles que tudo parecem saber da vida e que apenas se prestam à missão de apontar os supostos pecados dos outros, achar, que por estarmos neste momento em mais uma Cruzada contra os Mouros, que seja de esperar que não nos indignemos com a eliminação sumária de um ser humano, mesmo que se trate de um trapo semi-ambulante, que destila ódio e ordene a matança de inocentes, e que tenhamos o atrevimento de pensar que é nosso o monopólio de saber e perceber o que são e quem são os lideres espirituais dos outros.
Não tenho dúvidas, o bom senso, neste caso, não resistiu.
Tenho pena de que o facto de não ser pendente de nenhuma oligarquia política, de não chafurdar nas pequenas pocilgas que a alguns satisfazem, irrite o meu amigo João Nuno até ás entranhas. Assim como te satisfaz que edições de Saramago se rivalizem com edições de Margarida Rebelo Pinto e do “Meu Pipi”, a mim também me satisfaz que a tua opinião política encontre família nas opiniões de Paulo Gusmão, Alvarinho Pinheiro e muitos outros.
Mais fica sabendo que, acho a Academia das Artes dos Açores um associação cívica e cultural inserida no seu meio e daí conservadora. Agradeço que concluas daí que a ADA em nada contribui para a minha evolução política, nem alguma vez senti a necessidade de me tornar faccioso para ser aceite no meio da ADA. Sou daqueles que gosta de salientar, e tento viver com, as qualidades de cada ser humano, especialmente aquelas que não fazem parte da minha bagagem. Se tiveres o cuidado de ler, é isso que tento evidenciar no meu post sobre o Che. Finalmente, provas que não me conheces, politicamente, quando me acusas de passar de um lado, por ti definido, aonde nunca estive, para um outro qualquer, que não sabes qual é.

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