quarta-feira, março 31

A SPEA e as dificuldades da vida associativa

Uma das organizações não governamentais mais interessantes de Portugal e, quiçá, mais importantes também – a SPEA – corre o risco de extinguir – no extremo, claro, tal como algumas das aves que procura proteger – caso não se encontre alguém para formar lista e presidir aos seus órgãos sociais, ficando assim ameaçados o nosso Priolo e uma considerável quantidade de aves por este país fora.

A “convocatória” para a participação dos sócios da SPEA na organização de uma comissão, reinstaladora – digo eu – era quase pungente e, de forma mais ou menos inocente, apelava até à manifestação espontânea, no sentido de se encontrar a hipotética-mas-plausível explicação para o momento actual.

Há dias, era a Quercus que se manifestava com preocupação e necessidade de empolgar mais simpatizantes para a “causa natural”, caso contrário, perdia o “estatuto”.

Alguém consegue dizer-me o que se passa com esta malta? Será que não gosta de dar o corpo ao manifesto? Será que deixou de reconhecer validade nas causas, pelas quais já se lutou e se devia continuar? Será que a fibra amoleceu com o passar dos anos? Ou será que a estranha e demasiada politização destas organizações e outras associações faz as pessoas afastarem-se delas?

Independentemente das respostas que possam estar latentes, e em rigor, é graças a estas instituições que muitas coisas escapam – vivas – ao despotismo atrevido de quem sacrifica o planeta e a vida - nas suas mais variadas formas.

No entanto, há uma outra verdade, mais ou menos submersa, que apenas vem à tona quando as coisas não correm pelo melhor: A malta que, aparentemente, julga nada poder fazer, gosta de transformar os voluntariosos em seus bodes expiatórios, ignorando que a vida que hoje vivemos, até mesmo nos Açores, é um pouco madrasta e o tempo que sobra devia ser aproveitado em prol do benefício comum (valorizando as partes envolvidas e a comunidade em geral), sem que para isso tenha que crucificar mais um qualquer Cristo.

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