quinta-feira, março 15

Droga a olho nu

Está a causar grande preocupação à população em geral, em particular ao Conselho Executivo da Escola Secundária Antero de Quental bem como aos encarregados de educação dos alunos que frequentam aquele estabelecimento de ensino, o consumo e tráfico de estupefacientes, que acontece, diariamente, no Largo Mártires da Pátria, em Ponta Delgada. A situação é visível para todos os que ali passam e já motivou mesmo a tomada de medidas rigorosas e extremas por parte dos responsáveis pela escola. Boanerges de Melo, presidente do Conselho Executivo da Escola Secundária Antero de Quental, afirma que "já foram feitos vários pedidos à Polícia de Segurança Pública (PSP) no sentido de serem efectuadas diversas vistorias àquela zona que, rapidamente, se transformou num ponto privilegiado para o consumo e tráfico de estupefacientes".
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A mais recente Edição do Expresso das Nove dá notícia da réplica existente em Ponta Delgada da celebérrima DAM platz de Amesterdão. Como se sabe esta conhecida ágora, da cosmopolita e liberal cidade Holandesa, é uma das principais praças daquela cidade povoada por alegres hippies, sebentos rastas, e okupas meliantes, que ali se dedicam aos deleites da Cannabis Sativa L.

Nós por cá, temos o largo Mártires da Pátria sem, contudo, termos a presença dos ditos filhos do flower power e demais pandilha indigente. Inversamente, temos a triste cáfila de rosto patibular, profusamente decorada com piercings e porventura adornada com tattoos de duvidosa qualidade, que ali se dedica ao consumo e tráfico de estupefacientes. Infelizmente, creio que o mercado não se queda pela bagatelar dose de haxixe e antes se abeira também da heroína. Indícios dessa prática são por vezes perceptíveis, chegando o Correio dos Açores a noticiar que há "seringas com fartura às portas do Liceu".

Por razões de ordem pessoal, familiar e parental, também por ali passo diariamente e presencio com tristeza os ritos de caça que a fauna de traficantes de baixo calibre exerce quotidianamente com persistente zelo predatório. Exemplar e recorrentemente, por lá vegeta uma dessas alimárias, cujo fácies é facilmente identificável e a indumentária é sempre a mesma. Dúvidas não subsistem que o dito hominídeo compõe o seu rendimento com a venda de estupefacientes. Ainda assim, tira de quando em vez umas férias intermitentes mas, fatalmente, regressa ao local de trabalho. Contudo, presumo que os órgãos de investigação criminal, pelo excesso de suspeitos, tenham dificuldade em identificar a criatura.

A verdade é que naquele quintal da Escola Secundária Antero de Quental o caldinho de criminalidade permanece, o consumo é descarado, o tráfico para o interior da Escola uma realidade e até recentemente as cercanias do lado Sul do Liceu serviram de ringue improvisado a uma deplorável cena de espancamento de um jovem. Perante um escândalo destas proporções estranha-se a falta de eficácia das polícias na prevenção e repressão? Obviamente que sim! Até porque caso é que basta ter agentes da autoridade motivados e diligentes como o Comissário Rodrigues para limpar o lixo humano que por ali estaciona. Com efeito, das vezes em que este exemplar graduado da PSP foi chamado a intervir a sua acção foi local e cirurgicamente eficaz. Porém, não se pode esperar ter um Comissário Rodrigues em cada "crime scene" pois o homem não tem o dom da ubiquidade. Tem, contudo, o dom de honrar a comunidade que serve. Pena é que outros não lhe sigam o exemplo. Na verdade, se todos nós identificamos os focos de tráfico e consumo de estupefacientes, e se disso dão notícia os Jornais, porque razão não são os agentes da autoridade capazes de o fazer, reprimindo e detendo quem a tão sórdido negócio se dedica ? Afinal de contas, se a droga é ali transaccionada e até consumida a "olho nu", a detenção seria sempre caucionada com a garantia do "flagrante delito".

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posted by João Nuno Almeida e Sousa

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