...
"- Diz lá – perguntou o animado Adveio a Panov – acontece-te alguma vez ficares aborrecido ?
- Que aborrecimento pode haver ? – respondeu Panov a contra-gosto.
- Comigo, às vezes o enfado é tanto que nem sei o que sou capaz de fazer comigo.
- Não me digas !
- Daquela vez, lembras-te ? Derreti o dinheiro todo na bebedeira, só por causa desta chatice. Tomou conta de mim, e pensei : vou emborrachar-me até cair.
- Às vezes ainda se fica pior com os copos.
- Mas também, o que se pode fazer?
- E é porquê, esse teu aborrecimento?"
…
in "Hadji-Murat", obra póstuma de Tolstói. Acho que tenho, por ora, a minha dose de russos cuja perigosidade é equivalente à da boa vodka. Este "Hadji-Murat" é um fresco épico. Notável como as leituras prévias : "Sonata de Kreutzer", que devia ser de leitura obrigatória a todos os nubentes e seguramente de maior utilidade do que o curso de cristandade para o matrimónio, e "A morte de Ivan Iliitch", - até agora o meu favorito -, (crónica impressionista aqui) enquanto ensaio sobre o absurdo da existência e da futilidade das simbologias de status social. Amanhã viro a página para outras leituras e para temperar as noites, com moderação, um "Camparinha" agri-doce q.b. Nasdrovia !
"- Diz lá – perguntou o animado Adveio a Panov – acontece-te alguma vez ficares aborrecido ?
- Que aborrecimento pode haver ? – respondeu Panov a contra-gosto.
- Comigo, às vezes o enfado é tanto que nem sei o que sou capaz de fazer comigo.
- Não me digas !
- Daquela vez, lembras-te ? Derreti o dinheiro todo na bebedeira, só por causa desta chatice. Tomou conta de mim, e pensei : vou emborrachar-me até cair.
- Às vezes ainda se fica pior com os copos.
- Mas também, o que se pode fazer?
- E é porquê, esse teu aborrecimento?"
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in "Hadji-Murat", obra póstuma de Tolstói. Acho que tenho, por ora, a minha dose de russos cuja perigosidade é equivalente à da boa vodka. Este "Hadji-Murat" é um fresco épico. Notável como as leituras prévias : "Sonata de Kreutzer", que devia ser de leitura obrigatória a todos os nubentes e seguramente de maior utilidade do que o curso de cristandade para o matrimónio, e "A morte de Ivan Iliitch", - até agora o meu favorito -, (crónica impressionista aqui) enquanto ensaio sobre o absurdo da existência e da futilidade das simbologias de status social. Amanhã viro a página para outras leituras e para temperar as noites, com moderação, um "Camparinha" agri-doce q.b. Nasdrovia !
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