quarta-feira, dezembro 2

2010

...
A política económica imposta pelo directório do Partido Socialista criou um exército de dependentes do Estado. Portugal é hoje um deserto produtivo onde os escassos oásis da nossa indústria estão em risco de extinção. O modelo de terciarização do País e a falta de capacidade de investimento no sector produtivo, quer privado quer público, colocaram-nos na dependência externa dos Países mais ricos do mundo e das sobras da União Europeia. Este paradigma é ainda causa directa do crescimento galopante da nossa taxa de desemprego. Hoje, além de desempregados, pouco ou nada produzimos, além de serviços, pelo que a procura externa do nosso produto nacional restringe-se aos bens cuja marca Made in Portugal é ainda insusceptível de falsificação. Um País sem uma estrutura produtiva sustentável e competitiva tem como consequência o definhamento da nossa economia. Neste estado de decadência se não se produz não há oferta para colocar no mercado nacional; logo, atingido o ponto de não retorno, o despedimento é uma consequência inevitável pois a procura é redireccionada para a oferta externa. Falindo a indústria nacional ficamos à mercê das importações e só não fica em risco a independência do país por força da nossa integração europeia. Não comemos serviços mas essa parece ser a única utilidade económica que produzimos. Na nossa magra mercearia nacional importamos 4/5 dos géneros que abastecem as nossas despensas! Como abatemos sistematicamente a nossa agricultura e as nossas pescas – (com a cumplicidade de Bruxelas) - não temos indústria transformadora das nossas riquezas e assim no nosso PIB a agricultura e a alimentação não representam mais de 5 % da nossa produção. O caminho é pois o da crescente hipoteca da nossa economia cuja voragem pelas importações vai em sentido contrário à queda abissal das nossas exportações. Indiferentes a essa realidade os poderes desta Pátria comportam-se como se representassem um país rico quando, na verdade, estamos no limiar do último lugar dos países ditos desenvolvidos e no pelotão da frente das nações tidas como pobres. Com a galhardia de uma lustrosa Pátria, puída e falida, encenamos para o mundo a nossa ostentação, como por exemplo no recente festival da Cimeira Ibero Americana, mas o país real agoniza com a incapacidade de encontrar soluções para a crise que não passem pelo estender a mão ao crédito estrangeiro e às subvenções da UE. Por cá o festim Socialista dura há mais de uma década e o empobrecimento social e económico dos Açores é hoje uma realidade que já não se disfarça com o discurso malabarista da crise e da recessão internacional. Com efeito, qual a resposta do Plano e Orçamento do Governo PS para 2010? Mais e mais serviços e clientelas num Orçamento que tem 1/3 das verbas já destinado a despesas de funcionamento e gestão corrente da nossa Autonomia e mais de 300 milhões para despesas com pessoal ! Aqui, como no Governo da República, as propostas despesistas dos Orçamentos Socialistas não vêm ao encontro da situação real de perda económica e de crise social. Não criam trabalho e aumentam, directa ou indirectamente, o desemprego. Não revitalizam as pequenas e médias empresas indispensáveis ao desenvolvimento económico. São incapazes de travar a queda, em alta velocidade, da nossa riqueza, pelo que, por exemplo não contrariam a previsão para 2010 da quebra para metade das receitas de IRC na Região. Se somarmos a este drama o estrangulamento das transferências do Orçamento de Estado e da União Europeia, que representam cerca de 50 % da nossa receita efectiva, estamos em 2010 muito mais próximo de um filme catástrofe do que seria desejável. Neste cenário negro o filme de propaganda cor-de-rosa é pura ficção num País, e numa Região, que tarda em perceber que o despesismo Socialista não faz parte da solução mas sim do problema.
...
João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com

Sem comentários: