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No dia seguinte às autárquicas de 2009 o PS, que refulgia inchado de vaidade, não escondia a sua verdadeira vontade de apartheid político em relação ao poder local. O despudor em relação ao primado republicano da autonomia dos poderes legitimados pelo voto popular é de tal ordem que Carlos César deu nota nota pública de que seria ele próprio a escolher o Presidente da AMRAA. De uma assentada fez tábua rasa do respeito institucional que merecem os outros poderes, no caso o dos autarcas, imiscuindo-se naquilo que, pelo menos na aparência, deveria ser uma eleição inter pares e no âmbito associativo dos autarcas eleitos. Como se viu foi sob a vox do Presidente do Governo Regional/Presidente do PS Açores que, em vez de uma votação, teria lugar uma indigitação por imposição presidencial. Ficou assim claro o rumo traçado para a relação descalibrada com o poder local. Mas este foi apenas o aperitivo de um longo menu de degustação que ainda não entrou sequer no cardápio das iguarias mais requintadas. Entretanto, e seguindo a receita já cozinhada, Carlos César, a pretexto de "uma boa colaboração entre a administração regional e a local", cuidou de vestir o costume de anfitrião e convidou os autarcas eleitos para um jantar num dos Palácios da governação. Esta iniciativa inédita sugeria uma contemporização na relação desproporcional que o Governo tem sustentado desde 96 entre os autarcas socialistas e os restantes. Como se sabe, durante este período, a percentagem de apoios do Governo Regional para as autarquias socialistas é obscenamente superior à que vai deixando cair para as autarquias da oposição. Mas, o jantar seria diferenciado em função da cor política não escondendo a vontade de separar e segregar entre os "nossos" e os "outros". Neste espírito de apartheid político o Presidente do PS convidou os autarcas do PS e mais tarde, como Presidente do Governo Regional, recebe os do PSD para o "enterro dos ossos". Este convite para as sobras só tem como objectivo a vontade de humilhar os autarcas social-democratas. Alguém se lembra do Presidente do Governo Regional dos Açores ter feito tal convite aos autarcas do PSD quando este tinha a maioria das Câmaras na Região? Claro que não! Este convite envenenado está em cima da mesa apenas para dividir para reinar. Sem necessidade o PS já nem sequer esconde que a todos quer subjugar, com punho de ferro, e que aqueles que não se vergam ou são de cor diferente são remetidos à segunda linha de um apartheid político, institucional e cívico.
João Nuno Almeida e Sousa
nas crónicas digitais do jornaldiario.com
No dia seguinte às autárquicas de 2009 o PS, que refulgia inchado de vaidade, não escondia a sua verdadeira vontade de apartheid político em relação ao poder local. O despudor em relação ao primado republicano da autonomia dos poderes legitimados pelo voto popular é de tal ordem que Carlos César deu nota nota pública de que seria ele próprio a escolher o Presidente da AMRAA. De uma assentada fez tábua rasa do respeito institucional que merecem os outros poderes, no caso o dos autarcas, imiscuindo-se naquilo que, pelo menos na aparência, deveria ser uma eleição inter pares e no âmbito associativo dos autarcas eleitos. Como se viu foi sob a vox do Presidente do Governo Regional/Presidente do PS Açores que, em vez de uma votação, teria lugar uma indigitação por imposição presidencial. Ficou assim claro o rumo traçado para a relação descalibrada com o poder local. Mas este foi apenas o aperitivo de um longo menu de degustação que ainda não entrou sequer no cardápio das iguarias mais requintadas. Entretanto, e seguindo a receita já cozinhada, Carlos César, a pretexto de "uma boa colaboração entre a administração regional e a local", cuidou de vestir o costume de anfitrião e convidou os autarcas eleitos para um jantar num dos Palácios da governação. Esta iniciativa inédita sugeria uma contemporização na relação desproporcional que o Governo tem sustentado desde 96 entre os autarcas socialistas e os restantes. Como se sabe, durante este período, a percentagem de apoios do Governo Regional para as autarquias socialistas é obscenamente superior à que vai deixando cair para as autarquias da oposição. Mas, o jantar seria diferenciado em função da cor política não escondendo a vontade de separar e segregar entre os "nossos" e os "outros". Neste espírito de apartheid político o Presidente do PS convidou os autarcas do PS e mais tarde, como Presidente do Governo Regional, recebe os do PSD para o "enterro dos ossos". Este convite para as sobras só tem como objectivo a vontade de humilhar os autarcas social-democratas. Alguém se lembra do Presidente do Governo Regional dos Açores ter feito tal convite aos autarcas do PSD quando este tinha a maioria das Câmaras na Região? Claro que não! Este convite envenenado está em cima da mesa apenas para dividir para reinar. Sem necessidade o PS já nem sequer esconde que a todos quer subjugar, com punho de ferro, e que aqueles que não se vergam ou são de cor diferente são remetidos à segunda linha de um apartheid político, institucional e cívico.
João Nuno Almeida e Sousa
nas crónicas digitais do jornaldiario.com
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