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Nem o canal único da Televisão "Regional" - (de nome e alinhamento, mas com o garrote financeiro de Lisboa) - é capaz de esconder a escandalosa inépcia que grassa nesta Região em matéria de Transportes e, consequentemente, de mobilidade. Hoje, a notícia de abertura era mais uma bronca da atlanticoline que meteu água uma vez mais. O episódio de hoje é mais uma entrada no já volumoso anedotário trágico-marítimo desta empresa subsidiária do Governo Regional. Desta feita parece que a gestão da atlanticoline foi incapaz de controlar a venda de bilhetes na "candonga" e o resultado é um inexplicável overbooking na linha festivaleira para Santa Maria. De acordo com as explicações garatujadas pela empresa, ao que parece a culpa não é deles mas sim das agências de viagens que venderam bilhetes em desconformidade com o protocolo. Inevitavelmente nesta novela dos barcos e da atlanticoline das duas e uma: ou a culpa morre solteira ou é sempre de agentes externos à empresa! Resumindo: parte da trupe de jovens das novas oportunidades cor-de-rosa e do bilhete de barco a 1 €uro - (que afinal ronda os € 50 euritos, equivalente ao custo do cartão inter jovem que os habilita a gastarem uma moedita dos carrinhos do hiper para embarcarem nos salvados da atlanticoline) – vão ficar bem apeadinhos no cais.
Logo de seguida no alinhamento do "nosso" Telejornal a notícia de que afinal um dos novos aviões da SATA – "o diáspora" - (que raio de nome para uma aeronave!) – já não vai voar no timing previsto. O airbus em causa, que presumo ser mesmo um daqueles aviões com zero milhas que a SATA adquiriu, vai ficar "em doca seca" a reparar uma avaria decorrente do seu voo inaugural. Apre ! Novinho em folha e já a precisar de estaleiro ? Pela positiva resta a certeza de que o tempo de oficina e de placa "overseas" podem consolidar a imagem de marca da BIA que vestiu as cores da companhia Açoriana. Uma oportunidade para rentabilizar o investimento nas novas cores e design da companhia que foram adjudicados fora dos Açores pois, como se sabe, nestas ilhas não temos jovens criadores e designers bem carenciados de um concurso de concepção. Neste exemplo repete-se o nosso fado masoquista que importa quem de fora nos explora com o colaboracionismo de quem por cá é cúmplice na desvitalização dos nossos recursos humanos e naturais. É deveras impressionante como esses incompetentes estão a meter a mão no bolso dos Açorianos! Se o voto é uma arma, lícita é certo, na próxima época venatória é dar-lhes chumbo grosso sem dó nem piedade.Com esperança creio que um dia virá em que a democracia nas nossas ilhas rime com meritocracia e não com mediocracia. Infelizmente, os medíocres, em qualquer palco, beneficiam sempre do princípio de Peter que lhes dá a vantagem de serem chutados para cima e nunca para baixo! A avaliar pelo "estado da região" vamos continuar a premiar a mediocridade, neste caso a meter água no sector dos Transportes, até porque nestes Açores a massa crítica é sempre vista com desconfiança. Razão tinha já Shakespeare quando pôs na boca de César - (Júlio, entenda-se) - a preocupação do imperador em estar rodeado de inertes porque os outros que vivem na inquietação da crítica "pensam demasiado" e para uma autocracia "esses homens são perigosos".
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