sábado, novembro 1

O Nosso Homem na América - Novas Impressões

Lembrei-me de Vinícius e Bethânia em Miami. "Eu morro ontem. Nasço amanhã. Ando onde há espaço. Meu tempo é quando"! A banda sonora perfeita para o vento quente de Sul, ainda que seja Halloween.
Dizem-me que a América começa em Orlando e que Miami é a cidade mais americana de Cuba. É isso mesmo que parece. Madonna era vizinha de Julio Iglésias em Hibiscus Island, mas já vendeu a casa. E Versace foi morto mesmo ao lado. Em South Beach, um bocadinho mais abaixo, não faltam lojas mas ninguém parece estar minimamente preocupado com a praia propriamente dita.
Lembro-me agora do já célebre "You're all Joe's" de McCain, a tentar reparar a gaffe de ter chamado por Joe The Plumber num comício onde ele não estava presente. Em Miami, a simbólica figura do trabalhador não qualificado, 0 canalizador que tenta pagar as suas contas e a quem Obama pretensamente pretenderia prejudicar, não faz o mínimo sentido.
Há, porém, um restaurante português chamado "O Marinheiro" e que faz Bacalhau à Braz, em ambiente chillout, junto ao mar. O gerente é brasileiro e o capital é espanhol. Há muito poucos portugueses em Miami mas há também um edifício chamado "Espírito Santo Building".
De repente, vem-me à memória "Recount", excelente telefilme da HBO, com Kevin Spacey e Denis Leary, perfeita reconstituição do período pós-eleições em 2000, quando o Supremo Tribunal Federal ofereceu a primeira vitória a Bush Jr. Nunca teria havido um Obama se Al Gore tivesse ganho. Não teria sido necessário. Mas agora é.
Percebe-se, em Washington como em Miami, que a América precisa de voltar a acreditar que é possível subverter tudo se isso for o melhor, que ainda é possível acreditar que as palavras têm força e que a vontade conta. Um país fundado na ideia de buscar a felicidade não pode ter medo de votar na esperança!

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