quarta-feira, maio 16

Rock in Lisbon




Lisboa, a genial aldeia balnear, vai fornecer um suplemento vitamínico aos political junkies da nossa valente nação. O primeiro-ministro, anunciando no Largo do Rato o nome do ministro de Estado António Costa como candidato do PS à Câmara de Lisboa, transformou a próxima refrega autárquica numa espécie de eleições intercalares de âmbito nacional. Se bem ouvi as declarações de José Sócrates, Lisboa, caput mundi da nossa República, encontra-se em estado comatoso e, portanto, há que fazer uso do desfibrilador (será assim que se escreve, ó prontuários da blogosfera?). O ministro Silva Pereira, horas depois, na Sic-Notícias, secundava his master voice dizendo que Lisboa não podia ser considerada um caso menor e, daí, voilá António Costa. A fasquia está alta, sem dúvida e, aparentemente, o PSD não paga para ver ao anunciar Fernando Negrão como candidato à varanda da Praça do Município. Mas, não sei porquê, cheira-me que estas eleições serão tudo menos um passeio para António Costa. A Fernando Negrão poderá faltar o estatuto de peso-pesado do PSD, mas em dias quentes é vantajoso apresentar boa forma física e não deve ser esquecido o honroso resultado que conseguiu em Setúbal nas últimas autárquicas. Há uns anitos atrás, também me recordo de António Costa obter um honroso segundo lugar na corrida à Câmara da Amadora. Ou seja, Costa vai disputar com Negrão o eleitorado do centro porque, à esquerda, o ex-ministro do PS não tem grande margem de manobra face à candidatura de Ruben de Carvalho, um homem que sabe do que fala e não é cinzento, e, sobretudo, face à candidatura independente de Helena Roseta, cujo traquejo como arquitecta e urbanista, caso consiga federar o arco-íris das outras esquerdas do Bloco de Esquerda, a poderá transformar numa versão alegre das presidenciais lisboetas. Messieurs, faites vos jeux.

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