quarta-feira, maio 30

Do Meu Rol de Blogs



Mário Laginha / piano
Bernardo Moreira / contrabaixo
Alexandre Frazão / bateria


Encomendado pela Trienal de Arquitectura de Lisboa 2007, “Espaço” é mais do que um belo disco de trio de piano jazz. A arquitectura é o tema que suporta esta música simultaneamente geométrica e orgânica: a ideia de estruturas regulares e irregulares, linhas contínuas e descontínuas, superfícies planas ou distorcidas, espaço e ausência de espaço é transferida para o mundo dos sons, resultando num opus único sobre a forma e suas contradições. São muitos os aspectos abordados: a configuração das ruas numa cidade (“Tráfico”), a claustrofobia (“Paredes Que Nos Rodeiam”) e o vazio (“Vazio Urbano”, precisamente o mote desta trienal) sendo apenas alguns deles, e não necessariamente com propósitos descritivos. O pianista e compositor português Mário Laginha acredita que há pontos de contacto entre os dois domínios, algumas coincidências conceptuais e até referências mútuas.
E tem toda a razão: o arquitecto-engenheiro-compositor Iannis Xenakis chamou certa vez à música “arquitectura líquida”, e ninguém melhor do que ele para o saber. Desde o exemplo de Xenakis, a arquitectura inspirou as criações de muitos autores contemporâneos, mas o jazz, de forma geral, manteve-se afastado deste tipo de interesse. Assim sendo, é um novo terreno que se abre para Laginha, um dos músicos mais respeitados e aplaudidos em Portugal. “Poderão dizer que a música deste álbum não é tão diferente assim da que já fiz, e espero bem que não. Mas posso garantir que sem o estímulo da arquitectura não seria a mesma”, diz Mário. Com ele estão o contrabaixista Bernardo Moreira e o baterista Alexandre Frazão, dois nomes fundamentais da cena jazzística portuguesa. Oiçam, que não se arrependerão.

Data de lançamento: 6 de Junho

Fonte: http://tremazul.wordpress.com/

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