terça-feira, junho 13

Homo Politicus !

Numa era de absoluta mercantilização dos valores, individuais e colectivos, onde impera o utilitarismo da mudança, a taxionomia zoológica da família hominídea é algo que exorbita da normalidade e que tem a extravagante marca de uma sub-cultura. Contudo, há quem por dever de ofício, ou por mero divertimento, faça uso das faculdades do homo sapiens para, a par da evolução da humanidade, catalogar as respectivas espécies. No período de transição do Sec. XX para o Sec. XXI a miscigenação, a promiscuidade, e o «vira-casaquismo» dificultaram a catalogação da emergente espécie Homo Politicus. Arrisco uma tipologia importada de Miguel Castelo-Branco, no blog COMBUSTÕES, cuja omissão nos links do Ilhas urge suprir urgentemente.
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O que é um :
Democrata-Cristão: alguém com uma incontrolável necessidade de se afirmar cristão sem dispensar o ar condicionado, os cartões de crédito, o Diário Económico e umas férias no Tahiti. Figura-tipo: o banqueiro peregrino.
Fascista: alguém que diz detestar os símbolos do capitalismo mas não dispensa o consumismo mundialista, tem o prazer secreto de se fardar intramuros aos fins-de-semana com parafernália encomendada via net e reivindica o direito à livre opinião, conquanto não se aplique aos inimigos reais ou imaginários que lobriga em todas as esquinas. Figura-tipo: o Parsifal rotundo.
Social-democrata: um prazer quase mórbido em desfazer o capitalismo com suaves doses de socialismo, limitar a liberdade com pastilhas de legislacionismo, pensando que o bem-estar dos europeus nasceu ex-nihilo sem que tivesse havido imperialismo, colonização, acumulação primitiva e competição darwinista. Figura-tipo: o pirata reformado.
Socialista: um adulto que persiste nos contos de fadas, acredita na bondade dos lobos da floresta e na reinserção social da bruxa-má, que compra a má consciência de uma juventude guevarista passada, comprazendo-se hoje em assistir às distantes revoluções do mundo sub-desenvolvido com um donativo na mão esquerda e uma tapa de caviar na direita. Figura-tipo: o simpático soixante-huitard.
Comunista: alguém que, mesmo depois dos 150 milhões de mortos de Lenine, Trotsky, Estaline, Mao, Pol Pot, Castro e Hailé Mariam, bem como da penúria, da demolição cultural e espiritual que lançou sobre gerações, persiste em cantar os amanhãs cantantes. Figura-tipo: o stôr
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( esta classificação omite, imperdoavelmente, a espécie autóctone e endémica que vulgarmente se designa por Bloquista ! )

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