"Um facto que não existe"
terça-feira, novembro 30
E amando esta mulher que amo,
não amo eu todas as mulheres,
todas as mulheres que não sou?
E tendo esta mulher que eu amo um nome,
não é esse o nome de todas as mulheres,
desejo eu uma só quando chamo por todas?
E quando invado este corpo,
não possuo eu todas as mulheres,
sou eu escravo do prazer de todas elas?
E quando rejeitado por esta mulher...
não sou eu rejeitado por todas as mulheres sem nome...
fico eu reduzido à mulher que é em mim?
And loving this woman that I love,
Love I not all the women,
All the women that I am not?
And having this woman that I love a name,
Is not this name the name of all women,
Desire I only one when I call for all?
And when I invade this body,
Possess I not all the women,
Am I slave to the pleasures of them all?
And when rejected by this woman...
Am I not rejected by all the nameless women...
Become I reduced to the woman that is in me?
fotos de Kamil Varga
última hora
a ser verdade, e Deus queira que sim, abram o champanhe e deixem funcionar a democracia.
O Estado da Nação
Bem sei que as generalizações são simplistas (passe a redundância) e perigosas, mas a questão, para mim, é da tal maneira evidente que não me coíbo de a fazer. Enquanto em Portugal os políticos não deixarem de fazer política tendo como preocupação principal o interesse do partido a que pertencem ou o interesse pessoal, em detrimento dos melhores interesses do país nunca mais saímos deste charco. O problema maior deste país é que se continua a fazer política pensando apenas em ganhar eleições e em manter serventias. Ninguém parece capaz de assumir os riscos da democracia e esses riscos são a legitimação popular dos governos, mesmo quando as maiorias decidem contra as nossas expectativas ou anseios, isso é democracia, é saber aceitar a vontade das pessoas e dar-lhes o direito de se expressar. Estamos atolados na lama do mesquinho interesse, da curta visão dos aparelhos, do maquiavelismo medíocre da conquista do poder. Falta princípios, horizonte, ideias, desígnios e, fundamentalmente, vontade de governar. Eleições já e as pessoas que decidam quem ganha!
Sem título
Sinto-me num estado de gravidez mental.
Durante os últimos meses os meus objectivos foram-se modificando. O estado emocional também. Na verdade são novas ideias que estão a crescer. Evito o parto prematuro. Ainda não chegou a hora.
Durante os últimos meses os meus objectivos foram-se modificando. O estado emocional também. Na verdade são novas ideias que estão a crescer. Evito o parto prematuro. Ainda não chegou a hora.
segunda-feira, novembro 29
O País flácido
Caminhando na rua em direcção a um compromisso marcado de véspera a cabeça dividida entre a responsabilidade do dia-a-dia e a vontade enorme de estar do outro lado do mundo e não ter responsabilidades o homem, possivelmente eu, olha para o estado do país, porque tenta fugir de pensar no estado do mundo, e o que é que faz? Desata em lágrimas? Dá uma violenta gargalhada? Suspira profundamente e segue o seu caminho? Quando estamos assim o que é que nos pode fazer continuar? Ou será que a insensibilidade já tomou de tal maneira conta dos nossos espíritos que já não nos chocamos com nada, já não nos revoltamos com nada. Faz-se zapping entre as desgraças do mundo e do país como se se saltasse de um reality show para outro.
Com uma arrogância, mais ou menos, insolente arrisco dizer que os maiores males do nosso tempo são a ignorância, o cinismo e a impotência. E são os grandes males porque todos partilhamos, em maior ou menor grau, destas características. A lufa-lufa constante entre o trabalho e o entretenimento deixam pouquíssimo tempo para mais. Já não nos interessa saber mais sobre as coisas, já não nos interessa olhar para as coisas com afecto e vontade de mudança. A impotência dominou por completo o nosso tempo, somos impotentes perante tudo. Portugal está doente, é preciso fazer alguma coisa, e isto não é uma cisão ideológica, não é uma questão entre direita e esquerda, é uma realidade profundamente perturbante que tem de ser encarada com a maior das seriedades. Quando há uns meses atrás se iniciou esta verdadeira idade média da democracia portuguesa já se previa que íamos viver tempos negros, agora chega, isto não pode continuar. Mas o Sr. Presidente da Republica acha que é preciso esperar mais um bocadinho, dar mais um tempo, auscultar. Se o país fosse uma meretriz, deitada de costas, em pleno coito e o Sr. Sampaio fosse o macho, decerto se ouviriam estas palavras - deixa lá acontece a todos. O cúmulo da impotência a que chegou o país é este senhor que não se vem nem sai de cima, flácido. É urgente acabar com este estado das coisas, é urgente fazer renascer a democracia neste país, é urgente acabar com a impotência. Convoque eleições Sr. Sampaio. Eleições já!!
Com uma arrogância, mais ou menos, insolente arrisco dizer que os maiores males do nosso tempo são a ignorância, o cinismo e a impotência. E são os grandes males porque todos partilhamos, em maior ou menor grau, destas características. A lufa-lufa constante entre o trabalho e o entretenimento deixam pouquíssimo tempo para mais. Já não nos interessa saber mais sobre as coisas, já não nos interessa olhar para as coisas com afecto e vontade de mudança. A impotência dominou por completo o nosso tempo, somos impotentes perante tudo. Portugal está doente, é preciso fazer alguma coisa, e isto não é uma cisão ideológica, não é uma questão entre direita e esquerda, é uma realidade profundamente perturbante que tem de ser encarada com a maior das seriedades. Quando há uns meses atrás se iniciou esta verdadeira idade média da democracia portuguesa já se previa que íamos viver tempos negros, agora chega, isto não pode continuar. Mas o Sr. Presidente da Republica acha que é preciso esperar mais um bocadinho, dar mais um tempo, auscultar. Se o país fosse uma meretriz, deitada de costas, em pleno coito e o Sr. Sampaio fosse o macho, decerto se ouviriam estas palavras - deixa lá acontece a todos. O cúmulo da impotência a que chegou o país é este senhor que não se vem nem sai de cima, flácido. É urgente acabar com este estado das coisas, é urgente fazer renascer a democracia neste país, é urgente acabar com a impotência. Convoque eleições Sr. Sampaio. Eleições já!!
...
Para quem contacta com a :ILHAS é frequente, ou pelo menos tem sido nas últimas edições, uma pergunta recorrente - porque é que a revista não é vendida? Esse não é um objectivo a curto prazo. Aliás, esse nunca foi ou é um objectivo. Numa região cujo déficit informativo/cultural, quer no acesso à informação, quer na procura e divulgação da leitura/livro/jornais, é preocupante (nem mais nem menos do que uma triste constatação da realidade do país) - a :ILHAS procura, acima de tudo, o debate de ideias e a procura de um formato apelativo para a difusão da informação - dita - cultural. A opção editorial adoptada tem sido, aparentemente, a correcta. Há ainda muito por fazer, nomeadamente, com a edição online, mas queremos continuar a trabalhar - a inovar.
domingo, novembro 28
«É CHEGADO o momento de difundir na sociedade portuguesa um grito de alarme sobre a tendência para a degradação da qualidade dos agentes políticos»A declaração é do mais que provável futuro candidato a Belém (em destaque na edição desta semana do Expresso). A situação interna do governo é neste momento insustentável para Santana. A legitimidade ou a legitimação governamental é, agora, mais do que nunca, precária. A resposta à questão do Pedro. A recusa presidencial é, infelizmente, elementar.
Ai Portugal, portugal
A telenovela mexicana em que se transformou o (des)governo de Portugal continua, com novos e empolgantes episódios. Ao som de baladas mariachis mudam ministros, demitem-se ministros, ex-primeiros-ministros fazem declarações bombásticas, casam, descasam, choram e o país pula e não avança. Pergunto-me como é que o Sr. Sampaio se consegue olhar ao espelho todos os dias de manhã? A culpa é sua Sr. Sampaio, a culpa é exclusivamente sua.
RIMANÇO
Pra se ser Açoriano
É preciso aqui nascer
Ou então viver a vida
Pra saber aqui morrer
Maria da Graça Câmara
(Primeiro dia do Mar - "Série dias do Mar" - Agitação da Luz - de José Nuno da Câmara Pereira)
sexta-feira, novembro 26
Ilhas** por sugestão do administrador residente em prol dos poetas de serviço - Mariana e Pedro
Ilhas
Ilhas
Ilhas em que nunca poremos os pés
Ilhas cobertas de vegetação
Ilhas mosqueadas como jaguares
Ilhas mudas
Ilhas imóveis
Ilhas inesquecíveis e sem nome
Atiro os meus sapatos pela borda fora de tanto que gostaria de vos aportar.
Blaise Cendrars (1887-1961) in "Mesa de Amigos"
TUMBA
O tumba! (iniciais de temos um motor de busca alternativo!) é um motor de busca que cobre a Web portuguesa, entendida como o conjunto dos sítios Web de interesse para a comunidade portuguesa, desenvolvido pelo Grupo XLDB do Laboratório de Sistemas Informáticos de Grande Escala (LASIGE) da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa (FCUL).
na [antena 1]
Sugestão Natalícia
Neste Natal ofereça uma prenda de luxo aos seus melhores amigos.
Envie-lhe por e-mail este endereço.
http://ilhas.blogspot.com/
Envie-lhe por e-mail este endereço.
http://ilhas.blogspot.com/
Sugestões BD
BD1
Editado pela Devir, já esta à venda em PD, o 1º volume, da série Sandman com argumento de Neil Gaiman.
No prefácio em exclusivo para a edição portuguesa pode-se ler:
"Há algum tempo que suspeito que Portugal não existe inteiramente no mundo real; há algo na qualidade da sua luz do sol, por exemplo, que eu antes só encontrei em sonhos....
...Sandman é um conto acerca de sonhos, uma história acerca de histórias. É acerca do sentido dos sonhos, da razão pela qual precisamos deles e deles talvez precisarem de nós."
O livro custa 10,99 euros no continente e 12,85 nos Açores.
"Sandman, uma série de 75 fascículos mensais de banda desenhada publicada entre 1989 e 1996 (e posteriormente compilada em dez volumes), foi sem dúvida a obra que cimentou o sucesso de Neil Gaiman, conquistando uma fiel audiência tanto em Inglaterra como nos Estados Unidos, com milhões de cópias vendidas. Foi também o primeiro trabalho de banda desenhada a jamais ter conquistado o mais conceituado prémio norte-americano de contos (em 1992): o primeiro e o último, aliás, pois o feito causou tal polémica entre os conservadores defensores do "conto em prosa" que passou a ser interdito que um "comic" voltasse a poder concorrer àquele galardão." Fonte Público/Mil Folhas
BD2
Foi lançado ontem pela ASA, ainda não disponível por cá, o inédito Astérix e o Regresso dos Gauleses. Concebido como um catálogo de histórias curtas (uma a cinco páginas), este álbum é um tesouro de humor com a assinatura de René Goscinny e Albert Uderzo.
Esta obra conta com catorze histórias, cinco delas inéditas, sendo que as restantes foram publicadas na revista Pilote durante os anos 60.
Astérix e o Regresso dos Gauleses foi publicado originalmente em França em 2003 e vendeu 1,1 milhões de exemplares naquele país e mais de 2 milhões no resto da Europa.
Editado pela Devir, já esta à venda em PD, o 1º volume, da série Sandman com argumento de Neil Gaiman.
No prefácio em exclusivo para a edição portuguesa pode-se ler:
"Há algum tempo que suspeito que Portugal não existe inteiramente no mundo real; há algo na qualidade da sua luz do sol, por exemplo, que eu antes só encontrei em sonhos....
...Sandman é um conto acerca de sonhos, uma história acerca de histórias. É acerca do sentido dos sonhos, da razão pela qual precisamos deles e deles talvez precisarem de nós."
O livro custa 10,99 euros no continente e 12,85 nos Açores.
"Sandman, uma série de 75 fascículos mensais de banda desenhada publicada entre 1989 e 1996 (e posteriormente compilada em dez volumes), foi sem dúvida a obra que cimentou o sucesso de Neil Gaiman, conquistando uma fiel audiência tanto em Inglaterra como nos Estados Unidos, com milhões de cópias vendidas. Foi também o primeiro trabalho de banda desenhada a jamais ter conquistado o mais conceituado prémio norte-americano de contos (em 1992): o primeiro e o último, aliás, pois o feito causou tal polémica entre os conservadores defensores do "conto em prosa" que passou a ser interdito que um "comic" voltasse a poder concorrer àquele galardão." Fonte Público/Mil Folhas
BD2
Foi lançado ontem pela ASA, ainda não disponível por cá, o inédito Astérix e o Regresso dos Gauleses. Concebido como um catálogo de histórias curtas (uma a cinco páginas), este álbum é um tesouro de humor com a assinatura de René Goscinny e Albert Uderzo.
Esta obra conta com catorze histórias, cinco delas inéditas, sendo que as restantes foram publicadas na revista Pilote durante os anos 60.
Astérix e o Regresso dos Gauleses foi publicado originalmente em França em 2003 e vendeu 1,1 milhões de exemplares naquele país e mais de 2 milhões no resto da Europa.
quinta-feira, novembro 25
words to live by
"faço a música que me sai dos dedos"
Bernardo Sassetti, in BLITZ, 23 de Novembro 2004
e eu já gostava do disco.
A ditadura dos interesses
Tenho por vezes dificuldade em avaliar a minha efectiva capacidade de indignação. É que são tantas as situações, tantas as notícias, com que me deparo, dia após dia, que já não consigo rir, chorar ou enraivecer-me. A manchete de hoje do Açoriano Oriental foi mais uma dessas situações, mais uma dessas notícias. Quando olho o título e leio o texto sinto-me como se olhasse para moinhos quixotianos, impossíveis de vencer. A Câmara Municipal de Ponta Delgada está a estudar a viabilidade de criação de "Sociedades de Reabilitação Urbana", com poderes de expropriação, com vista a intervir em zonas do "centro histórico" onde se constate uma maior degradação do património arquitectónico. Até aqui tudo bem, mas pelo que vem escrito mais adiante na notícia os dois principais pontos da cidade onde a Câmara pretende com maior celeridade intervir são a freguesia de São Pedro e a zona a norte da nova "marginal" de São Roque. O que é verdadeiramente escandaloso nesta trapalhada toda, para não lhe chamar outra coisa, é a claríssima e despudorada manobra de especulação imobiliária que motiva todos estas artimanhas. À partida o investimento camarário na freguesia de São Roque, com uma assassina betonização da orla marítima, era já de si contestável e, também, perfeitamente óbvia na altura a intenção. Agora, a coisa é pura e simplesmente assumida pelos seus responsáveis, todo este investimento em destruir o património natural e histórico da cidade é apenas e só um golpe imobiliário. Estas vergonhosas sociedades de reabilitação querem apenas usurpar edifícios e terrenos com objectivos não totalmente explicados, agravados ainda por um pouco claro misturar de interesses públicos e privados. Não há justificação urbanística, ambiental, ou sequer económica para isto, pura e simplesmente não há justificação. Querem à força de camartelo e sacas de cimento transformar Ponta Delgada num sucedâneo infeliz de Quarteira, ou outros exemplos tristes do que foi o "progresso" deste país nos últimos 30 anos. E depois pintam as fachadas e põem passadeiras vermelhas para nos iludir. Na freguesia de São Pedro onde se encontra, entre outras coisas, a Calheta de Pêro de Teive, a Cadeia, o parque de estacionamento do "mini costa", a EDA, entre outras coisas, está o próximo ponto na agenda imobiliária da Câmara de Ponta Delgada. E ainda ninguém falou na zona circundante do Coliseu Micaelense. Mas não é só esta Câmara, são todos os governos, com as suas SCUTS, os seus cais para cruzeiros, os campos de golfe na encosta da Lagoa do Fogo, as piscinas de mar, as marinas e todos os outros baldes de dinheiro despejados em projectos rascos e de viabilidade e interesse duvidosos. Isto tudo dá-me náuseas, nojo. Somos governados por interesses financeiros, nada mais orienta a política deste tempo do que o dinheiro, o fétido dinheiro feito à custa da história, do ambiente, e da vida da maior parte das pessoas. Merecíamos políticos melhores.
VOX POPULI
A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.
«Com o tempo surgiu na Terceira o «homo terceirensis»(que sabe bater o pé, em São Miguel o «homo arrifensis»(que às vezes sabe exigir) mas no Faial apenas resistiu o «homo petersensis» apenas interessado em contar iates e em bebericar água com algum Gin.».
Victor Hugo Forjaz, sexta-feira 19 de Novembro no Açoriano Oriental
«Havia necessidade de Carlos César, na tomada de posse do seu novo governo - do melhor que já tivemos - ter «atacado» a oposição, quando tinha sido isso mesmo que o povo havia rejeitado nas urnas?».
Sá Couto, Domingo 21 de Novembro no Açoriano Oriental
«com esta orgânica César remete-se ao papel de «capataz»de um «governo sem celebridades», o que lhe deixa muito tempo livre para se dedicar à sua nova paixão, a de tutor-protector das «artes e manhas».».
António Lagarto, Domingo 21 de Novembro no Açoriano Oriental
«com o fanatismo islâmico radical, para quem a vida humana nada significa, as crianças são meros detonadores descartáveis e o que importa é destruir tudo o que cheire a ocidente.(...) Para a esquerda, se há crianças na Palestina como bombas humanas em actos terroristas, a culpa é de Israel e do sr.Bush».
Vasco Graça Moura, quarta-feira 24 de Novembro no Açoriano Oriental
«não alinhamos com aqueles que censuraram o tom do discurso de Carlos César, na sessão de abertura do Parlamento Açoriano. Não terá sido um discurso na forma e conteúdo mais usual numa cerimónia solene como aquela. Mas foi uma afirmação de triunfo e uma firme reivindicação do cumprimento de promessas feitas na campanha eleitoral, estas sim feitas oportunisticamente por quem devia respeitar as funções de Estado que desempenha e não alinhar em anúncios eleiçoeiros que, derrotados os seus companheiros, não cumpriram.».
Gustavo Moura, quarta-feira 24 de Novembro no Correio dos Açores
«Com o tempo surgiu na Terceira o «homo terceirensis»(que sabe bater o pé, em São Miguel o «homo arrifensis»(que às vezes sabe exigir) mas no Faial apenas resistiu o «homo petersensis» apenas interessado em contar iates e em bebericar água com algum Gin.».
Victor Hugo Forjaz, sexta-feira 19 de Novembro no Açoriano Oriental
«Havia necessidade de Carlos César, na tomada de posse do seu novo governo - do melhor que já tivemos - ter «atacado» a oposição, quando tinha sido isso mesmo que o povo havia rejeitado nas urnas?».
Sá Couto, Domingo 21 de Novembro no Açoriano Oriental
«com esta orgânica César remete-se ao papel de «capataz»de um «governo sem celebridades», o que lhe deixa muito tempo livre para se dedicar à sua nova paixão, a de tutor-protector das «artes e manhas».».
António Lagarto, Domingo 21 de Novembro no Açoriano Oriental
«com o fanatismo islâmico radical, para quem a vida humana nada significa, as crianças são meros detonadores descartáveis e o que importa é destruir tudo o que cheire a ocidente.(...) Para a esquerda, se há crianças na Palestina como bombas humanas em actos terroristas, a culpa é de Israel e do sr.Bush».
Vasco Graça Moura, quarta-feira 24 de Novembro no Açoriano Oriental
«não alinhamos com aqueles que censuraram o tom do discurso de Carlos César, na sessão de abertura do Parlamento Açoriano. Não terá sido um discurso na forma e conteúdo mais usual numa cerimónia solene como aquela. Mas foi uma afirmação de triunfo e uma firme reivindicação do cumprimento de promessas feitas na campanha eleitoral, estas sim feitas oportunisticamente por quem devia respeitar as funções de Estado que desempenha e não alinhar em anúncios eleiçoeiros que, derrotados os seus companheiros, não cumpriram.».
Gustavo Moura, quarta-feira 24 de Novembro no Correio dos Açores
o sabor das palavras
Foi cinquenta por cento de impulso e cinquenta por cento de fatalidade, para usar uma palavra que rima com destino. Na época em que eu ainda detestava blogues este devia ter sido o primeiro a nascer, mas as ilhas e as ondas vieram antes e ainda bem que assim foi. Agora, por uma sucessão inesperada de curvas no caminho, assumo o trabalho e a vontade de partilhar um pouco da minha busca pelo sabor das palavras. (já lá está a prometida tradução de Corsons Inlet, não ficou perfeita, precisa ainda de ser retrabalhada, mas como tinha prometido...)
quarta-feira, novembro 24
[leitura em dia]
Ninguém reparou na Madeira!? Será que vale menosprezar totalmente o jardim!? Turismo - queremo-lo realmente!?
O Crocodilo...que afinal era uma osga. Noticia avançada em primeira-mão pelo CA (em remodelação). Mais um exemplo do brilhante dispositivo informativo local.
[um Diabinho no palco]
Enquanto se discute não sei quê do Choque de não sei quê sobre o Barata não sei quê que disse não sei quê... decorria, provavelmente, o melhor - repito - o melhor concerto de 2004 em São Miguel. Este, sim, foi O concerto do ano. E depois deste post não sei quê só me resta agradecer o tempo de antena online...Maria Rita loosers!
Choque de Gerações
O que o choque de geracoes tem de melhor é o genérico. Quanto ao resto... Work and Progress.
PS1 - Tenho ouvido falar neste programa de "Arte de Vanguarda"??? de "Design Moderno"??? (Por acaso também gosto da maior parte dos movimentos vanguardistas e não gosto nada de Design Antigo)...
PS2 - Afinal gostar de poesia das catacumbas e também de poesia popular é possível. Ou toca-se a música conforme o cantador?
PS3 - Acho que o programa irá melhorar a partir do dia 30.
......Para o Nuno Sousa, Promessa é Promessa.
Tzzzt ! Tzzzzt !
CR- Georgie W.! Dear!
Come quickly!
That Azorean program, "Generation Shock" or something, is going to give us, the modern world, the solution to the weapons of mass destruction in Iran.
GW- Condi, dear, I´ve told, I don´t want to hear that word "weapons of mass destruction" again!
And, where?
CR- Don´t be a dummy Georgie W.!!!! It´s not one word, but three, and Iran is a country next to Iraq!!!!
GW- Oh!! Oh!! There!!?!!
That´s important, right???
Well, at this particular moment, I can´t watch, I´m taking a shit!
Take some notes, Condi darling! These guys are good!!!!
CR- Dum ass!!!!!
GW- What??!??
CR- Nothing, dear!!?!!
Come quickly!
That Azorean program, "Generation Shock" or something, is going to give us, the modern world, the solution to the weapons of mass destruction in Iran.
GW- Condi, dear, I´ve told, I don´t want to hear that word "weapons of mass destruction" again!
And, where?
CR- Don´t be a dummy Georgie W.!!!! It´s not one word, but three, and Iran is a country next to Iraq!!!!
GW- Oh!! Oh!! There!!?!!
That´s important, right???
Well, at this particular moment, I can´t watch, I´m taking a shit!
Take some notes, Condi darling! These guys are good!!!!
CR- Dum ass!!!!!
GW- What??!??
CR- Nothing, dear!!?!!
Audácia
Começo aqui e por aqui porque, para não chatear os meus camaradas de :ILHAS, estou a pensar seriamente e por influência da Mariana em criar um blogue só de poesia.
Este para mim é um dos melhores poemas que já li em toda a minha vida
(amanhã a minha proposta de tradução)isto sim é poesia, é muito por isto que eu escrevo tão pouco.
Este para mim é um dos melhores poemas que já li em toda a minha vida
Corsons Inlet
I went for a walk over the dunes again this morning
to the sea,
then turned right along
the surf
rounded a naked headland
and returned
along the inlet shore:
it was muggy sunny, the wind from the sea steady and high,
crisp in the running sand,
some breakthroughs of sun
but after a bit
continuous overcast:
the walk liberating, I was released from forms,
from the perpendiculars,
straight lines, blocks, boxes, binds
of thought
into the hues, shadings, rises, flowing bends and blends
of sight:
I allow myself eddies of meaning:
yield to a direction of significance
running
like a stream through the geography of my work:
you can find
in my sayings
swerves of action
like the inlet's cutting edge:
there are dunes of motion,
organizations of grass, white sandy paths of remembrance
in the overall wandering of mirroring mind:
but Overall is beyond me: is the sum of these events
I cannot draw, the ledger I cannot keep, the accounting
beyond the account:
in nature there are few sharp lines: there are areas of
primrose
more or less dispersed;
disorderly orders of bayberry; between the rows
of dunes
irregular swamps of reeds
though not reeds alone, but grass bayberry, yarrow, all . . .
predominantly reeds:
I have reached no conclusions, have erected no boundaries,
shutting out and shutting in, separating inside
from outside: I have
drawn no lines:
as
manifold events of sand
change the dune's shape that will not be the same shape
tomorrow,
so I am willing to go along, to accept
the becoming
thought, to stake off no beginnings or ends establish
no walls:
by transitions the land falls from grassy dunes to creek
to undercreek: but there are no lines though
change in that transition is clear
as any sharpness: but "sharpness" spread out,
allowed to occur over a wider range
than mental lines can keep:
the moon was full last night: today, low tide was low:
black shoals of mussels exposed to the risk
of air
and, earlier, of sun,
waved in and out with the waterline, waterline inexact,
caught always in the event of change:
a young mottled gull stood free on the shoals
and ate
to vomiting: another gull, squawking possession, cracked a crab,
picked out the entrails, swallowed the soft-shelled legs, a ruddy
turnstone running in to snatch leftover bits:
risk is full: every living thing in
siege: the demand is life, to keep life: the small
white blacklegged egret, how beautiful, quietly stalks and spears
the shallows, darts to shore
to stab-what? I couldn't
see against the black mudflats-a frightened
fiddler crab?
the news to my left over the dunes and
reeds and bayberry clumps was
fall: thousands of tree swallows
gathering for flight:
an order held
in constant change: a congregation
rich with entropy: nevertheless, separable, noticeable
as one event,
not chaos: preparations for
flight from winter,
cheet, cheet, cheet, cheet, wings rifling the green clumps
beaks
at the bayberries
a perception full of wind, flight, curve,
sound:
the possibility of rule as the sum of rulelessness:
the "field" of action
with moving, incalculable center:
in the smaller view, order tight with shape:
blue tiny flowers on a leafless weed: carapace of crab:
snail shell:
pulsations of order
in the bellies of minnows: orders swallowed,
broken down, transferred through membranes
to strengthen larger orders: but in the large view, no
lines or changeless shapes: the working in and out, together
and against, of millions of events: this,
so that I make
no form of
formlessness:
orders as summaries, as outcomes of actions override
or in some way result, not predictably (seeing me gain
the top of a dune,
the swallows
could take flight-some other fields of bayberry
could enter fall
berryless) and there is serenity:
no arranged terror: no forcing of image, plan,
or thought:
no propaganda, no humbling of reality to precept:
terror pervades but is not arranged, all possibilities
of escape open: no route shut, except in
the sudden loss of all routes:
I see narrow orders, limited tightness, but will
not run to that easy victory:
still around the looser, wider forces work:
I will try
to fasten into order enlarging grasps of disorder, widening
scope, but enjoying the freedom that
Scope eludes my grasp, that there is no finality of vision,
that I have perceived nothing completely,
that tomorrow a new walk is a new walk.
A.R.Ammons
(amanhã a minha proposta de tradução)isto sim é poesia, é muito por isto que eu escrevo tão pouco.
OUTRA VEZ A NOSSA TELEVISÃO
Hoje foi um dia deveras extenuante em termos profissionais e de lazer... é verdade, o serão ficou reservado a uma maratona de RTP-Açores que, como se sabe, deve consumir-se com moderação. Mas factos são factos e tenho que aceitar que ando a perder tempo com o acessório, quando deveria fincar a minha atenção no principal. Antes de, per saltum, fazermos um zapping para a crítica ao Telejornal desta noite, duas notas à programação da RTP-Açores e por dever de consciência:
1ª - Só hoje vi o programa «Jornais e Jornalistas» e sem qualquer remoque fica o registo pessoal de que julgo estar acima da média. Todavia, é urgente que se remova o Carlos(enfim)Tomé do painel, pois é um empecilho onde os restantes tropeçam. Sem bairrismos, julgo que o mesmo ficaria melhor enquadrado no «Choque de Gerações», porquanto, mesmo sem fosso geracional o homem seria um excelente apontador de diferença de idades! No resto, uma surpresa: Berta Tavares. É de gente desta cepa que a comunicação regional necessita para nivelar por cima. Factos são factos: o Mundo é cada vez mais das mulheres e esta Berta é uma lufada de ar fresco no panorama jurássico do audiovisual Regional.
2ª - Por imperativos de ordem familiar assisti com constrangimento e penitência a mais um «Choque de Gerações»... que alívio o «Choque de Gerações» fundiu-se... que é como quem diz chegou ao fim! Pelo menos para mim!
Lamento que o Nuno Barata Almeida e Sousa tenha sido seduzido para tão lúgubre sarau televisivo. Do que antecede basta ter presente que, quando quis ligar-se à tomada e opinar sobre os controvertidos temas, lá vinha o prestimoso Joel/Neto estragar a festa interrompendo a voz do Barata. Depois, é assaz ridículo insistir-se em debaterem-se temas singulares para os quais ninguém está qualificado quer academicamente, quer existencialmente ou até ao nível do hobby da mera carolice. Santo Deus, cabe na massa cinzenta de alguém, medianamente inteligente, encostar à parede um convidado quesitando o mesmo sobre o programa nuclear Iraniano?!? Bem sei que o Joel/Neto dá uma semana de avanço aos convidados para se exercitarem mas, ninguém se prepara para tão hercúlea tarefa numa semana, nem sequer com um raid a Teerão. É puro non sense mas não são os monty pythons!
Passando ao principal fiquei genuinamente chocado com a abertura do Telejornal de hoje. Afinal há uma grave crise na Lavoura Micaelense!
Fiquei chocado e não estou a ironizar. Vi homens da minha idade em desespero, expondo-se publicamente e à vizinhança, numa crónica de despedida anunciada. Sobre eles pairava o fantasma das responsabilidades bancárias e o espectro da emigração, desta feita para as Bermudas. Com desesperança lá iam dizendo que ficavam para trás a mulher e os filhos, venderiam a quota e as vacas e, se a Divina providência intercedesse para pagar as dívidas da ruína das suas lavouras, iriam cortar relva para a Bermuda.
E como quem perde por cem perde por mil, ainda lançavam a pergunta, meramente retórica: onde pára o apoio governamental e para que serve a nossa associação agrícola?
Mas, afinal onde está o mel dos euromilhões que se dizia escorrer pelos leitos dessas bacias leiteiras de São Miguel? Nas mãos e nos bolsos de quem precisa não está seguramente!
Depois, e para o contraditório, lá foram entrevistar o novel Secretário Regional do sector que, de onde estava, nada de novo trouxe. Falou na necessidade de certificação da carne Açoriana(!!!) e quando instado a apontar horizontes e mercados alternativos quedou-se, sem rasgo, por reafirmar que o mercado alternativo das nossas carnes é o Continente (português)!!! Só se espera que não se lembrem de reeditar a importação de vitelas, com a cumplicidade das associações agrícolas, de zonas potencialmente contaminadas com B.S.E.
A crise afinal existe e é, - a fazer fé na reportagem da RTP-Açores -, social e economicamente muito grave... à colação recordo aqui as palavras do Nuno Barata Almeida e Sousa num autocolante, que em tempos distribuiu em campanha: «Eu não tenho culpa, não votei Carlos César!»
O OUTRO...BORGES
A Prova
« Do outro lado desta porta um homem
ignora a sua corrupção. À noite
elevará em vão alguma prece
ao seu curioso deus, que é três, dois, um,
e julgará que é imortal. Agora
ele ouve a profecia da sua morte
e sabe que é um animal sentado.
És esse homem, irmão. Agradeçamos
Os vermes e o esquecimento. »
Jorge Luís Borges
Bem poderia ser retirado da «História Universal da Infâmia» porém, sem qualquer dedicatória, mas com ares de justiça poética, está inscrito na «Cifra».
Ponto final.
terça-feira, novembro 23
CHOCANTE...O
As baratas aguentam radiações maciças, altas temperaturas, pressões absurdas. Mas será que aguentam 60 minutos de «Choque de Gerações»...
É hoje, às 21 horas e 30 minutos na sua RTP-A, que uma Barata vai andar à solta no distinto décor do mais desinteressante programa da RTP-A. A bem do erário público não desperdicem o tinto pois, como se sabe, a trip das baratas é à base de um bom Baratox, ou Dum-Dum, de acção prolongaaaaaaaada.
Para mais bicharada clique aqui.
...se optar pelo Canal 1, pelas 21 horas, tem a entrevista da Judite de Sousa com PSL...
No meio de toda esta salada russa pode ser que alguma luminária tenha uma receita milagrosa para o desastre humanitário no Darfur, ou uma cândida sugestão para repor em andamento o comboio da paz na Palestina ou, mais up-to-date, uma análise geo-referenciada sobre os deslizes eleitorais na Ucrânia...
Pedro de Mendoza
foto de Morris
excerto do poema "Pequenas considerações sobre o futuro das coisas" de Pedro de Mendoza in Ardemar
(...)
As velas do corpo
Como as velas de um barco abertas ao horizonte.
Barco liberto de amarras
ausente de cais e ancoras
alimentando-se apenas de mar e de ventos e de estrelas e de horizontes e de destino nenhum.
(...)
segunda-feira, novembro 22
Hoje
Hoje de manhã levantei-me, vesti a mesma roupa usada e saí, assim.
Não me apetecia existir hoje. Hoje sou, simplesmente, o mesmo homem de ontem.
Não me apetecia existir hoje. Hoje sou, simplesmente, o mesmo homem de ontem.
domingo, novembro 21
OUTRA VEZ A NOSSA TELEVISÃO
Tema "Jornalismo e Justiça". Carlos Tomé, Ana Paula Fonseca, Nuno Mendes e Berta Tavares. Segunda feira à noite esqueçam lá a quinta por um bocadinho. Se não conseguirem o programa repete na terça feira antes do Telejornal regional (finalmente colocado no horário certo). Depois, aceitam-se comentários, críticas, insultos (desde que fundamentados) por aí.
Nuno Mendes, Direitos Reservados: Sol na Eira.
...a isto se chama esperança num mar de vulgaridades.
Começa hoje, dia 22 de Novembro na RTP-Açores, às 21 horas depois da rubrica «Todos para a caminha»... típica do Tal Canal!
sexta-feira, novembro 19
PARIS-TEXAS
Em «Paris Texas» um homem emerge do deserto, para nos mergulhar na sua solidão, que o fez perder-se de si e dos outros. Não é um filme sobre o sonho Americano mas, transporta-nos para a realidade da alma Americana e para uma história de solidão a dois.
Nos anos oitenta vi este filme de Wim Wenders no velho Teatro Micaelense e, de lá para cá, revisito a sua magistral banda sonora dedilhada por Ry Cooder. Harry Dean Stanton (Travis) e a soberba Nastassja Kinski (Jane), segundo os cânones de Hollywood, são um inverosímil par cinéfilo, mas isto também não é uma comédia romântica mas sim um clássico do cinema moderno.
A não perder aqui na RTP 1 a partir da 1 hora da madrugada (local time)- quem quiser optar pela RTP A tem, a horas mais cristãs, outro clássico com um «macabro e fascinante espectáculo de terror visual e psicológico sobre um homem que se torna num obsessivo e sanguinário homicida, num hotel isolado e deserto, perseguindo a família até aos limites da alucinação.»(sic?)
Quase me apaixonei hoje de manhã
Hoje, porque tenho problemas com o meu carro, que tem apenas oito mil quilómetros, vim para o trabalho de camioneta. Se só uma vez por outra, é uma viagem agradável, por várias razões. Uma porque vimos desprendidos da responsabilidade de guiar e da rotina do mesmo caminho de todos os dias. Dois porque se faz a viagem a uma altura superior, com uma outra visão do nosso quotidiano. E terceira porque se vem acompanhado de dezenas de pessoas, com vidas diferentes, com dificuldades diferentes e felicidades diferentes.
Consolei-me a prestar atenção a varandas, com as suas plantas, que me passaram quase à altura do nariz, e a espreitar para dentro de jardins alheios. Era um autocarro cheio de mulheres. Uma, notei, veio a correr a contra-relógio, em sentido oposto ao da nossa camioneta, para a paragem, com desesperada esperança de chegar a tempo de nos apanhar, ou de enternecer o condutor a esperar uns míseros segundos. Vinha, com as mãos e cuidado, a manter um casaco de malha pudicamente sobre os seus seios que saltavam desenfreadamente acompanhando, de certeza, o seu coração. Quando finalmente nos alcançou, e entrou, logo uma ou duas das usuais companheiras de viagem se meteram com ela - Sempre atrasada, Maria! Sempre atrasada! - entre gargalhadas. Ela, ofegante, só respondeu - Só eu é que sei! - antes de se esfafelar no banco, com ar de quem abusava do seu primeiro momento de descanso desde que acordara esta manhã.
Apesar de a camioneta vir cheia, o lugar ao meu lado vinha vazio. Reparei que um rapaz mais à frente também tinha o lugar ao seu lado por preencher. Numa paragem em que mais mulheres entraram, uma mulher diferente das outras entrou e sentou-se ao meu lado. Antes de se ter sentado tive tempo de lhe prestar alguma atenção. Tinha roupa a mais, de muitas cores, com muitos colares, e depois reparei, muitos anéis. Era de uma etnia diferente, mas não consegui precisar. Independentemente disso, não me pareceu uma mulher atraente. Notei que não falou com ninguém, nem ninguém falou com ela.
Momentos depois da sua decisão de partilhar o meu banco comecei a notar um odor intenso que de imediato tentei evitar desviando e mudando a direcção da cabeça. A partir de certa altura percebi que não valia a pena e inspirei, para o que desse e viesse, aquele odor que me mantinha já cercado. Depois de me habituar percebi que o cheiro era não só agradável como amigável. A mulher cheirava a arroz doce, ainda quente, com canela. Fechei os olhos e quase me apaixonei por ela.
Consolei-me a prestar atenção a varandas, com as suas plantas, que me passaram quase à altura do nariz, e a espreitar para dentro de jardins alheios. Era um autocarro cheio de mulheres. Uma, notei, veio a correr a contra-relógio, em sentido oposto ao da nossa camioneta, para a paragem, com desesperada esperança de chegar a tempo de nos apanhar, ou de enternecer o condutor a esperar uns míseros segundos. Vinha, com as mãos e cuidado, a manter um casaco de malha pudicamente sobre os seus seios que saltavam desenfreadamente acompanhando, de certeza, o seu coração. Quando finalmente nos alcançou, e entrou, logo uma ou duas das usuais companheiras de viagem se meteram com ela - Sempre atrasada, Maria! Sempre atrasada! - entre gargalhadas. Ela, ofegante, só respondeu - Só eu é que sei! - antes de se esfafelar no banco, com ar de quem abusava do seu primeiro momento de descanso desde que acordara esta manhã.
Apesar de a camioneta vir cheia, o lugar ao meu lado vinha vazio. Reparei que um rapaz mais à frente também tinha o lugar ao seu lado por preencher. Numa paragem em que mais mulheres entraram, uma mulher diferente das outras entrou e sentou-se ao meu lado. Antes de se ter sentado tive tempo de lhe prestar alguma atenção. Tinha roupa a mais, de muitas cores, com muitos colares, e depois reparei, muitos anéis. Era de uma etnia diferente, mas não consegui precisar. Independentemente disso, não me pareceu uma mulher atraente. Notei que não falou com ninguém, nem ninguém falou com ela.
Momentos depois da sua decisão de partilhar o meu banco comecei a notar um odor intenso que de imediato tentei evitar desviando e mudando a direcção da cabeça. A partir de certa altura percebi que não valia a pena e inspirei, para o que desse e viesse, aquele odor que me mantinha já cercado. Depois de me habituar percebi que o cheiro era não só agradável como amigável. A mulher cheirava a arroz doce, ainda quente, com canela. Fechei os olhos e quase me apaixonei por ela.
Do meu blogo de apontamentos
Agitando desde já lenços e bandeiras de paz e humor, na certeza de que o próximo debate já estará agendado lá para meados de Dezembro, revejo as minhas notas e recupero a ideia de um debate gizado em noites de inSónias.
Título - Oh, as artes... (título roubado descaradamente ao M&M)
Local - Academia das Artes (única planta disponível)
Data - 9 e 10 de Janeiro 2005
Horário - início dia 9 às 22h até dia 10 às 7h (pela meia-noite será servido um caldo verde)
Temas a debater:
MC - Ministério da Cultura ou Mistério da Cultura
C.A.C.A.* - Porque nem todos gostam?
CRI CRI CRI - Criticar-te arte.
BT - O betão também se abate.
PD vs ANG - A capital da cultura sou eu
OA - Outros assuntos ( depois das 5 da manhã)
*Cultura e Arte Contemporânea nos Açores
Título - Oh, as artes... (título roubado descaradamente ao M&M)
Local - Academia das Artes (única planta disponível)
Data - 9 e 10 de Janeiro 2005
Horário - início dia 9 às 22h até dia 10 às 7h (pela meia-noite será servido um caldo verde)
Temas a debater:
MC - Ministério da Cultura ou Mistério da Cultura
C.A.C.A.* - Porque nem todos gostam?
CRI CRI CRI - Criticar-te arte.
BT - O betão também se abate.
PD vs ANG - A capital da cultura sou eu
OA - Outros assuntos ( depois das 5 da manhã)
*Cultura e Arte Contemporânea nos Açores
Perguntas que eu gostava de ver referendadas. III
Concorda que se façam referendos cujo resultado final seja aumentar ainda mais os níveis recorde de abstenção em detrimento de potenciarem um verdadeiro debate esclarecedor sobre questões ora de pormenor ora de vital interesse para o futuro das democracias europeias e para o bem-estar dos cidadãos?
Humor entre blogues
O Corisquinhe é como o pisca-pisca dos carros: liga, desliga, liga, desliga.
Eh, eh, welcome back my friend.
Eh, eh, welcome back my friend.
Perguntas que eu gostava de ver referendadas. II
Concorda que se gaste tempo e dinheiro com um referendo que não passa de um teatro de falsa democracia, uma vez que já foi tudo decidido e é inevitável?
Perguntas que eu gostava de ver referendadas.
Concorda com a forma manipuladora como os políticos exercem as suas funções e com o autismo desse exercício de poder com relação aos reais anseios dos cidadãos?
Decisions, decisions, always decisions...
Concorda com a Carta de Direitos Fundamentais, a regra das votações por maioria qualificada e o novo quadro institucional da União Europeia, nos termos constantes da Constituição para a Europa? [link pdf]
Pois. A mim apetecia-me responder com uma nova pergunta: E como é que se explica o crescente e alarmante afastamento dos cidadãos com relação à política e aos políticos?
Eh Atolêmáde [round 1]
Finda a conversa deambulo em direcção à saída. Sorriso interior. O lançamento da Revista tinha corrido como o previsto - muito bem! Convidados de grande nível. Uma audiência atenta e bonita. O assunto? Sério demais. Foi uma conversa positiva e não chegamos a conclusão nenhuma, em concreto, mas sim a várias. É necessário coragem política nesta próxima legislatura - desafio colocado a todo o espectro político. E fora os jornalistas - a verdadeira face do mal - é imperioso o empenho e a dedicação de todos, sociedade civil incluída, para levar a bom porto - as ilhas. Findo o prólogo. 2 óptimas surpresas. A minha alma rejuvenesceu. Felicidade estampada no rosto. 5ª feira = estreias cinematográficas.
A 1ª - "A Vila", último filme do realizador norte-americano M. Night Shyamalan ("O Sexto Sentido", "O Protegido", "Sinais") e com um elenco de luxo - Adrien Brody, Bryce Dallas Howard, Joaquin Phoenix, William Hurt;
a 2ª - "Antes do Anoitecer" é a continuação de "Antes do Amanhecer", filme de amor de culto de Richard Linklater que conquistou o Urso de Ouro no Festival de Berlim, em 1995. Com Ethan Hawke e Julie Delpy.
A semana não acaba mal. Falta apenas a distribuição da :ILHAS. Mas, isso ficará para outro post...
A 1ª - "A Vila", último filme do realizador norte-americano M. Night Shyamalan ("O Sexto Sentido", "O Protegido", "Sinais") e com um elenco de luxo - Adrien Brody, Bryce Dallas Howard, Joaquin Phoenix, William Hurt;
a 2ª - "Antes do Anoitecer" é a continuação de "Antes do Amanhecer", filme de amor de culto de Richard Linklater que conquistou o Urso de Ouro no Festival de Berlim, em 1995. Com Ethan Hawke e Julie Delpy.
A semana não acaba mal. Falta apenas a distribuição da :ILHAS. Mas, isso ficará para outro post...
quinta-feira, novembro 18
Suspensão Temporária de Hostilidades.
Sem querer assumir o papel de advogado, e com a promessa de programar um jantar para todos os intervenientes nesta refrega posto aqui um e-mail enviado por Bernardo Rodrigues.
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Caríssimo Pedro e leitores in general, Açorianos
Sempre achei bastante ridícula a troca de mensagens pessoais, mesmo que amistosas, em um canal público de comentários, nos blogs. Calhou-me logo ser apanhado numa espiral muito desagradável de galhardias a qual lamento sinceramente, acima de tudo o incómodo a terceiros, que sei, causa.
Ainda não vi vosso blog hoje com receio de escalada ainda pior de palavras. Houve entusiasmo, houve calor, houve insultos, porém.
Da minha parte peço-te que aceites um abraço amigo e releves o tom e as bobagens mais frias do ultimo comentário. Nada mais do que isto são.
Como reparaste, espero, em nada me referia a ti, antes pelo contrário até então, o meu tom, pelo menos, era jocoso e simplesmente acirrar alegremente alguns pontos com outros que não tu.
Passaram-se limites. Tocaste-me. Respondi.
Caso tenhas entretanto subido a parada (como vou tar uns tempos sem vos ler, p ver se não insulto toda a ilha), em vez de copos combina-se um ringue de lama e fios dentais. será a delícia das femas...
fica bem, meu amigo
Bernardo
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FIM
[convite:15:ILHAS]
Hoje lançamento oficial da 15:ILHAS na Livraria Solmar (CC Solmar/Ponta Delgada), a partir das 18h30, para uma conversa sobre Política intitulada - Eh Atolêmáde, isse é Política!, André Bradford e Pedro Gomes são os protagonistas.
quarta-feira, novembro 17
Sátrapas convictos
Foi belíssima a escolha, pelo João Nuno para a sua mais recente Vox Populi, de um texto de Helena Matos, Sábado, 13 de Novembro no Público.
Uma ideia ficou-me na cabeça a rolar de um lado para o outro (provavelmente devido ao espaço aí disponível), quando a Helena Matos escreve "(...)Curiosamente o eufemismo das convicções é, em geral, reservado aos sátrapas amados pela esquerda. Muito francamente não me parece que Pinochet seja menos convicto do que Fidel ou Arafat (...)", somos de imediato obrigados a concordar ou discordar com dois aspectos diferentes. Um, se os três nomes citados poderão ser considerados sátrapas (fui ver ao dicionário) de igual modo, e poderemos considerar que sim, apesar de não conhecer ninguém possuidor de todos os reais dados que nos permitam fazê-lo cientificamente. E dois, se poderemos considerá-los, todos, homens de convicções, e mais uma vez, poderemos considerar que sim, apesar de repetir as dúvidas acima apresentadas. Resta-nos, então, três homens, igualmente sátrapas e igualmente convictos. O que diferencia, então, estes homens de maneira a que fiquem na história, uns como sátrapas e outros como homens de convicções. Esta era a tal pergunta que me ficou a rolar na cabeça. Será que a história é escrita por homens da esquerda (e sei que estou a falar de uma história escrita quase na contemporaneidade dos factos) ou será que a história se atreva a basear-se na intrínseca diferença dos ideais que alimentam, e de que se alimentam, estes homens? Será que uns lutam, e abusam da luta, pelo bem e os outros pelo mal? Era fácil assim, não era? Imaginemos que sim ...
Uma ideia ficou-me na cabeça a rolar de um lado para o outro (provavelmente devido ao espaço aí disponível), quando a Helena Matos escreve "(...)Curiosamente o eufemismo das convicções é, em geral, reservado aos sátrapas amados pela esquerda. Muito francamente não me parece que Pinochet seja menos convicto do que Fidel ou Arafat (...)", somos de imediato obrigados a concordar ou discordar com dois aspectos diferentes. Um, se os três nomes citados poderão ser considerados sátrapas (fui ver ao dicionário) de igual modo, e poderemos considerar que sim, apesar de não conhecer ninguém possuidor de todos os reais dados que nos permitam fazê-lo cientificamente. E dois, se poderemos considerá-los, todos, homens de convicções, e mais uma vez, poderemos considerar que sim, apesar de repetir as dúvidas acima apresentadas. Resta-nos, então, três homens, igualmente sátrapas e igualmente convictos. O que diferencia, então, estes homens de maneira a que fiquem na história, uns como sátrapas e outros como homens de convicções. Esta era a tal pergunta que me ficou a rolar na cabeça. Será que a história é escrita por homens da esquerda (e sei que estou a falar de uma história escrita quase na contemporaneidade dos factos) ou será que a história se atreva a basear-se na intrínseca diferença dos ideais que alimentam, e de que se alimentam, estes homens? Será que uns lutam, e abusam da luta, pelo bem e os outros pelo mal? Era fácil assim, não era? Imaginemos que sim ...
3 linhas abertas ao Manuel Moniz
Meu caro Manuel Moniz, não, não "basta um computador e um programa pirata para se começar a fazer arte" da mesma forma que não basta uma caneta ou um teclado para se ser jornalista.
Arte é criatividade com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam emoções, sentimentos e cultura e isso não está ao alcance de todos.
Ps: Oh, as artes...
Arte é criatividade com valores estéticos (beleza, equilíbrio, harmonia, revolta) que sintetizam emoções, sentimentos e cultura e isso não está ao alcance de todos.
Ps: Oh, as artes...
AMÉRICA PROIBIDA
«América Proibida» apesar de abrir flancos a justas críticas no que tange a opções cinéfilas merece ser visto pelo virtuosismo de Edward Norton. Este é de longe um dos melhores entre as estrelas de Hollywood.
Mas, «American History X» é também o filme do lado negro da América colorizada com o «white trash». O filme exibe a tese, aliás parcialmente verdadeira, de que o racismo só existe até ao limite dos interesses dos próprios grupos nos quais germina.
No resto, não somos todos diferentes e todos iguais! Assim, dispensável seria a referência subliminar de que o preto e branco está para o passado, como as imagens coloridas estão para o presente. São estas desinteligências, acompanhadas pela inverosímil conversão do protagonista apenas para ser, emocionalmente, imolado no final que borram a pintura dum filme, apesar de tudo, incontornável.
Seja como for a não perder hoje às 22 h (local time) no Canal 1 da RTP...
VOX POPULI
A semanada de excitações e reflexões, acondicionada entre aspas, para guardar e, de vez em quando, revisitar na persistência da memória.
«Victor Cruz está a ser pressionado a voltar com a sua palavra atrás. E depois de ter anunciado a sua demissão publicamente, está a ser autenticamente forçado a voltar a pegar na liderança do PSD, depois dos seus vices terem recusado o fardo.».
Manuel Moniz, Sábado 6 de Novembro no Diário dos Açores.
«Há duas formas de enfrentar o medo que o terrorismo nos causa: uma é à espanhola, mudando o sentido de voto em cima da hora, a outra é à americana, resistindo ao medo, cerrando fileiras e enfrentando o inimigo.».
Estevão Gago da Câmara, Sábado 6 de Novembro Açoriano Oriental
«a culpa não pertence ao Dr. Victor Cruz, pois todos têm que ser responsabilizados, nomeadamente todos os Conselheiros de que se rodeou ou o rodearam, pois estes são os mesmos que só queriam a renovação do partido. Todos aqueles que por uma questão de idades, que ajudaram a fundar o PSD e ao seu crescimento e às suas vitórias, foram excluídos ou postos à margem »
Gastão Pacheco, Domingo 7 de Novembro no Correio dos Açores.
«A Liberdade de Expressão não é o falar mal porque estamos pagos para criticar. Isto não passa de liberdade de impressão.».
José Pacheco, segunda-feira 8 de Novembro no Atlântico Expresso.
«A blogoesfera açoriana tem revelado um crescente dinamismo, com um razoável número de blogues e um - por vezes intenso - debate sobre os temas que cruzam a actualidade. Na blogoesfera, a contenda ideológica, na dicotomia esquerda-direita, é frequente e, quantas vezes acesa. Muito embora padeça ainda das discussões auto-referenciais - fruto da relativamente recente explosão do fenómeno entre nós - a blogoesfera insular constitui um espaço de discussão a que nenhum actor social pode estar alheio. Apesar disso, é surpreendente que a imprensa ainda não tenha descoberto a blogoesfera como fonte noticiosa,(...)».
Pedro Gomes, quarta-feira 10 de Novembro no Açoriano Oriental.
«A Europa pratica a cultura da tolerância a todos os níveis e essa é sem dúvida uma das suas mais admiráveis características. Mas a tolerância não pode ser usada e abusada, a ponto de morrer às mãos dos abusadores. É esmagadora a pressão de povos subdesenvolvidos, geograficamente às portas da UE, para invadir o velho continente. Estamos perante um choque de valores, porventura de civilizações. A Europa, sendo a região violada, precisa e tem o direito de salvaguardar a sua cultura, e, sendo assim, só faz sentido integrar comunidades estrangeiras através da assimilação(...) é dever do Ocidente resistir e lutar por todos os meios em defesa do seu modo de vida (que, não nos iludamos, julgamos superior a qualquer outro).».
Joaquim Vieira, Sábado 13 de Novembro Editorial da Grande Reportagem a propósito do assassínio de Theo Van Gogh.
«A expressão "um homem de convicções" é o eufemismo por que actualmente se designam aqueles líderes que roubaram os seus povos (no caso de Arafat não só roubou o seu povo, mas também todos os outros povos, como acontece com os da EU que, com os seus impostos, apoiam a Autoridade Palestiniana), pactuaram ou ordenaram execuções e torturas. Não menos importante, neste jargão os "homens de convicções" também se caracterizam por perseguirem, quando não aniquilarem, não só os opositores, como aqueles que eventualmente lhes possam vir a suceder. Assim fomos esta semana inundados com as convicções de Arafat, tal como seremos algum dia com as convicções de Fidel. Curiosamente o eufemismo das convicções é, em geral, reservado aos sátrapas amados pela esquerda. Muito francamente não me parece que Pinochet seja menos convicto do que Fidel ou Arafat - a não ser que se entenda como quebra de convicção o facto de ter abandonado vivo o poder, coisa que Arafat não fez e Fidel tudo indica não virá a fazer - , mas duvido que alguém , com um mínimo de vergonha na cara, recorra a tal definição para, omitindo os torturados e os assassinados, referir apenas o saldo económico e financeiro da ditadura que impôs ao Chile.».
Helena Matos, Sábado, 13 de Novembro no Público.
«Corto Maltese é o Ken dos intelectuais...»
Nathalie Ballan, Domingo 14 de Novembro no Público.
«Pedro Santana Lopes está a fazer ao PSD o que Paulo Portas fez ao CDS: criar dentro de um partido, um novo partido o PP. É mais difícil fazê-lo no PSD, que tem um lastro muito especial e é um partido de grande dimensão, menos plástico a "refundações", mas, se lhe for dado tempo e oportunidade, é o que ele tentará fazer. (...) Os sinais estão bem à vista: a tendência para o partido unipessoal, à PP de Portas, com o culto de personalidade assente na "subjectividade" do líder, a interpretação messiânica do destino manifesto, a ênfase na "geração" como mecanismo de exclusão, a identidade nacionalista entre "Portugal" e o líder, a acentuação de um princípio de comando ("eu" foi a palavra mais forte do Congresso), a tentação populista do contacto directo entre o líder e o "povo" através daquilo que, com ignorância do significado das palavras, os fãs chamam, ou "inteligência emocional" ou "carisma", e o exercício brutal do poder de estado ao serviço não de causas, mas de pessoas. A complacência com alguns políticos pouco honestos que passeavam pela sala, sempre sem mácula partidária, façam o que fizerem, a contrastar com a violência verbal contra os críticos. A perigosa enfatuação da palavra?líder?.».
Pacheco Pereira, segunda-feira 16 de Novembro no Abrupto.
«A Política é a ciência e a arte de governar com verdade, respeitando a dignidade das pessoas»
João Bosco Mota Amaral, na Revista :Ilhas lançada ontem...
«Victor Cruz está a ser pressionado a voltar com a sua palavra atrás. E depois de ter anunciado a sua demissão publicamente, está a ser autenticamente forçado a voltar a pegar na liderança do PSD, depois dos seus vices terem recusado o fardo.».
Manuel Moniz, Sábado 6 de Novembro no Diário dos Açores.
«Há duas formas de enfrentar o medo que o terrorismo nos causa: uma é à espanhola, mudando o sentido de voto em cima da hora, a outra é à americana, resistindo ao medo, cerrando fileiras e enfrentando o inimigo.».
Estevão Gago da Câmara, Sábado 6 de Novembro Açoriano Oriental
«a culpa não pertence ao Dr. Victor Cruz, pois todos têm que ser responsabilizados, nomeadamente todos os Conselheiros de que se rodeou ou o rodearam, pois estes são os mesmos que só queriam a renovação do partido. Todos aqueles que por uma questão de idades, que ajudaram a fundar o PSD e ao seu crescimento e às suas vitórias, foram excluídos ou postos à margem »
Gastão Pacheco, Domingo 7 de Novembro no Correio dos Açores.
«A Liberdade de Expressão não é o falar mal porque estamos pagos para criticar. Isto não passa de liberdade de impressão.».
José Pacheco, segunda-feira 8 de Novembro no Atlântico Expresso.
«A blogoesfera açoriana tem revelado um crescente dinamismo, com um razoável número de blogues e um - por vezes intenso - debate sobre os temas que cruzam a actualidade. Na blogoesfera, a contenda ideológica, na dicotomia esquerda-direita, é frequente e, quantas vezes acesa. Muito embora padeça ainda das discussões auto-referenciais - fruto da relativamente recente explosão do fenómeno entre nós - a blogoesfera insular constitui um espaço de discussão a que nenhum actor social pode estar alheio. Apesar disso, é surpreendente que a imprensa ainda não tenha descoberto a blogoesfera como fonte noticiosa,(...)».
Pedro Gomes, quarta-feira 10 de Novembro no Açoriano Oriental.
«A Europa pratica a cultura da tolerância a todos os níveis e essa é sem dúvida uma das suas mais admiráveis características. Mas a tolerância não pode ser usada e abusada, a ponto de morrer às mãos dos abusadores. É esmagadora a pressão de povos subdesenvolvidos, geograficamente às portas da UE, para invadir o velho continente. Estamos perante um choque de valores, porventura de civilizações. A Europa, sendo a região violada, precisa e tem o direito de salvaguardar a sua cultura, e, sendo assim, só faz sentido integrar comunidades estrangeiras através da assimilação(...) é dever do Ocidente resistir e lutar por todos os meios em defesa do seu modo de vida (que, não nos iludamos, julgamos superior a qualquer outro).».
Joaquim Vieira, Sábado 13 de Novembro Editorial da Grande Reportagem a propósito do assassínio de Theo Van Gogh.
«A expressão "um homem de convicções" é o eufemismo por que actualmente se designam aqueles líderes que roubaram os seus povos (no caso de Arafat não só roubou o seu povo, mas também todos os outros povos, como acontece com os da EU que, com os seus impostos, apoiam a Autoridade Palestiniana), pactuaram ou ordenaram execuções e torturas. Não menos importante, neste jargão os "homens de convicções" também se caracterizam por perseguirem, quando não aniquilarem, não só os opositores, como aqueles que eventualmente lhes possam vir a suceder. Assim fomos esta semana inundados com as convicções de Arafat, tal como seremos algum dia com as convicções de Fidel. Curiosamente o eufemismo das convicções é, em geral, reservado aos sátrapas amados pela esquerda. Muito francamente não me parece que Pinochet seja menos convicto do que Fidel ou Arafat - a não ser que se entenda como quebra de convicção o facto de ter abandonado vivo o poder, coisa que Arafat não fez e Fidel tudo indica não virá a fazer - , mas duvido que alguém , com um mínimo de vergonha na cara, recorra a tal definição para, omitindo os torturados e os assassinados, referir apenas o saldo económico e financeiro da ditadura que impôs ao Chile.».
Helena Matos, Sábado, 13 de Novembro no Público.
«Corto Maltese é o Ken dos intelectuais...»
Nathalie Ballan, Domingo 14 de Novembro no Público.
«Pedro Santana Lopes está a fazer ao PSD o que Paulo Portas fez ao CDS: criar dentro de um partido, um novo partido o PP. É mais difícil fazê-lo no PSD, que tem um lastro muito especial e é um partido de grande dimensão, menos plástico a "refundações", mas, se lhe for dado tempo e oportunidade, é o que ele tentará fazer. (...) Os sinais estão bem à vista: a tendência para o partido unipessoal, à PP de Portas, com o culto de personalidade assente na "subjectividade" do líder, a interpretação messiânica do destino manifesto, a ênfase na "geração" como mecanismo de exclusão, a identidade nacionalista entre "Portugal" e o líder, a acentuação de um princípio de comando ("eu" foi a palavra mais forte do Congresso), a tentação populista do contacto directo entre o líder e o "povo" através daquilo que, com ignorância do significado das palavras, os fãs chamam, ou "inteligência emocional" ou "carisma", e o exercício brutal do poder de estado ao serviço não de causas, mas de pessoas. A complacência com alguns políticos pouco honestos que passeavam pela sala, sempre sem mácula partidária, façam o que fizerem, a contrastar com a violência verbal contra os críticos. A perigosa enfatuação da palavra?líder?.».
Pacheco Pereira, segunda-feira 16 de Novembro no Abrupto.
«A Política é a ciência e a arte de governar com verdade, respeitando a dignidade das pessoas»
João Bosco Mota Amaral, na Revista :Ilhas lançada ontem...
terça-feira, novembro 16
Choque? Qual choque?
Provavelmente a prosa do Bernardo, espalhada de forma seleccionada aqui, é mais para o TóZé do que para mim, mas como o meu nome também vem à baila não posso deixar de alongar umas palavras sobre o assunto. Para quem escrevemos quando escrevemos sobre coisas que gostamos ou que odiamos? Quem está do outro lado da linha quando falamos de gostos, inclinações, prazeres, índoles? E ainda para mais se, com a falta de rede customeira nestas ilhas, o mais provável é que quem está do outro lado, seja velho amigo, conhecido ou desconhecido, não perceba um oitavo do que escrevi? Os gostos, dizem alguns, não se discutem. Bardamerda, se não se discutisse o gosto não haviam opiniões e andávamos todos vestidos com pele de Mamute. Ora o que se passou, e para tornar uma história curta numa história comprida, foi que eu não gostei de partes do programa Choque de Gerações, partes essas que após visionados dois programas, continuo a não gostar, partes que adiante explicarei, e não gostei mesmo nada, mas mesmo nada, oxalá me engane, o que costuma acontecer, da nomeação do Sr. Sérgio Ávila para Vice-presidente do Governo Regional dos Açores por razões do âmbito político e pessoal, razões essas que em vista dos tempos censórios que vivemos e por medo de perder o meu lugarito de comentador neste blogue me vou, de momento, escusar de explicar. Vai daí apeteceu-me, (será preciso dizê-lo?) em tom de ironia, declarar unilateralmente uma guerra, perdida, à ilha Terceira. Já devia eu saber que nestas ilhas não se pode brincar com as ilhas. O horrível fantasma de séculos de cu virado uns para os outros tomou logo de assalto os espíritos mais sensíveis, acusando-me de bairrismo, baixeza, aviltamento e outros sinónimos de estupidez. Meus amigos, esta idiotice de não podermos gozar com as ilhas sem no dia seguinte sairmos à rua, tomarmos um avião, e ir ali à outra ilha comer uma bela sopa da Tia Urânia ou, ficando em casa, abrirmos o computador e embrenharmo-nos no maravilhoso mundo do blogue-arquipélago, com medo de levar uma traulitada na nuca ou uma mesquinha acusação de inveja na fronha é o grau zero da mente. E isto sim, meus amigos, isto sim é que é de ficar menente. Que raio de gentinha somos nós que não podemos brincar com as idiossincrasias uns dos outros, que porcaria de autonomia é esta que proíbe que eu me insurja com o que de mau vem da Terceira e o diga com todas as letras e com todos os excessos da generalização sem que me caiam logo em cima não sei quantos férreos defensores da estupidez alheia? Bom, recapitulando, tudo isto começou com a estreia do Choque de Gerações, programa que eu aguardava ansiosamente por conhecer a maioria dos protagonistas e, principalmente, por gostar dos protagonistas. Visto o primeiro programa, que por acaso tinha como convidado Bernardo Rodrigues (que é tanto o Sr. Arquitecto Bernardo Rodrigues, cujo CV pode ser consultado numa caixa de comments mais abaixo, como ao mesmo tempo o meu querido e velho amigo Bernardo) ora este primeiro programa foi para mim uma desilusão e como tal desgostou-me. Assim triste, limitem-me a conversar com alguns amigos, alguns deles futuros convidados do programa, sobre os aspectos mais negativos do Choque de Gerações. Falamos sobre a péssima escolha do local com a barulheira ensurdecedora que nos obriga a um esforço enorme para nos concentrarmos no programa e não mudar de canal, disse da minha discordância com o modelo do segundo convidado, discordância essa que se transformou em indignação com o visionamento do segundo Choque..., por considerar um ultraje convidar uma senhora para nossa casa, sentá-la a um canto e pedir-lhe descaradamente que esgalhe ali nuns minutinhos um peomito, não que o tratamento dado à Sandra fosse melhor que o dado à Mariana, mas porque não se trata assim um poema, ou uma fotografia, ou sequer uma pessoa. Comentei ainda o excessivo protagonismo do Joel que embaraça os convidados e limita os comentadores, o texto preparado do Joel não é consentâneo com o improviso dos outros membros da mesa. Zurzi também sobre a ridícula secção do Ódio de Estimação que é a meu ver um presente envenenado e que devia ser liminarmente recusado por quem for de futuro ao programa e não tiver capacidade histriónica ou três anos de curso numa escola de teatro. É que ou se tem a desenvoltura que teve o Luís Filipe Borges de estar num púlpito a lançar postas de pescada ou então aquilo é um verdadeiro calvário digno de uma fase de pré selecção dos Ídolos. Não se convidam pessoas para as colocar em potencial ridículo. Brinquei mais ou menos snobisticamente com a frase possidónia do «açores no mundo, sofisticado nos açores». E já nem falo na questão do nome, Choque de Gerações, quais gerações?! Porém, e no fundo, a minha opinião sobre aquilo tudo foi mista e se algum problema de fundo podia apontar ao Choque de Gerações para além destas questões de pormenor, pormenores todos corrigíveis, era o de que me parecia um programa demasiado ambicioso. Vi nestes dois programas, hoje há mais um, uma vontade excessiva de mostrar tudo, mostrar muito, gastar os cartuchos todos numa rodada, esse é o maior problema, é que não compreenderam os responsáveis do programa que aquilo são apenas 50 minutos de televisão não são três horas de magazine onde se possa opinar e divulgar sobre tudo o que há de bom numa geração que está agora entre os 25 e os 45 anos e tem como elo de ligação o factor geográfico chamado Açores. Digamos que foi uma boa ideia que não conseguiu dar o salto para a realidade. Posto isto importa realçar uma evidência, apesar de desconsolado com o Choque de Gerações não escrevi nenhum post sobre o assunto e nem tão pouco comentei em blogues que escreveram sobre o assunto. Fiquei, até hoje, em silêncio sobre o programa. Agora, e porque o Bernardo o exige, proponho-me a dizer qualquer coisa. Nunca me passou ou passaria pela cabeça criticar a prestação do Bernardo no programa por mais fraca, e aqui creio que até tu concordarás comigo, Bernardo, que ela tenha sido. É que o Choque de Gerações não está feito para ajudar os convidados, querem um exemplo? Ninguém no seu juízo perfeito pergunta a um Poeta/Guionista/Actor/Luís Filipe Borges qual é a solução para o problema do Darfur?!! Bem esteve o Luís que argumentou que se tivesse a resposta para essa pergunta seria o Koffi Anan e não o Luís Borges. A questão é mesmo esta, Bernardo, é que o bom ou o mau do programa não és tu, ou o Luís, ou a Mariana, ou a Sandra ou todos os outros convidados que por lá vão passar. O programa é uma enorme salganhada de intenções, todas elas boas, talvez, mas que de onde não se salva nem o vinho que pelos vistos ninguém bebe. Em duas palavras: excesso de ambição. Aqui encerro o assunto Choque de Gerações esperando honestamente que quem estiver ligado ou interessado pelo dito tome as minhas palavras como critica construtiva e não mais do que isso. (Eu sei o que é ter uma ideia e esforçarmo-nos ao máximo para que ela resulte o melhor possível e dar a cara por ela mesmo quando, muitas vezes, interiormente, não estamos satisfeitos com o resultado final.) Quanto ao resto o que posso dizer e só para aqueles que não me conhecem pessoalmente é que se há sentimento que não nutro é o de inveja. Inveja de quê, de quem? Do Sérgio Ávila? Do Joel Neto? Meus amigos, eu estou bem onde estou, aliás foi uma opção minha estar onde estou e nunca na vida levantaria o meu rabinho do meu sofá para me por de fronte de seja qual for o caçador de leves talentos. Deixem-me também dizer que se e quando me convidam para botar faladura em seja que meio de comunicação social for eu vou e boto, orgulhoso, sim, mas também humildemente curvado, o resto é o meu auto convencimento natural. Por último, que a prosa já vai longa, e quanto à questão Terceira, a Terceira no contexto das minhas declarações belicosas anteriores é uma metáfora para o que está mal e que o Sérgio Ávila está mal na Vice-presidência está.
ancorado em mim
mais forte que a ventania
vieste com a maresia
amor sem berço nem fim
foste o mar e o veleiro
muito mais que o mundo inteiro
ficaste ancorado em mim
nem tormentas nem naufrágios
nem os mais negros presságios
mudam as cores deste mar
só eu conheço os segredos
só eu navego sem medos
nas águas do teu olhar
gaivotas de voo rasante
vão trazendo a cada instante
notícias de outras marés
que me importam outras ilhas
se eu descobri maravilhas
no fundo do meu convés!
letra ana vidal
fado cantado por katia guerreiro
segunda-feira, novembro 15
ESTOU FEITO
A partir de hoje vou levar com música natalícia???????????? o dia todo.
Acho que vou tirar 2 meses de férias.
Acho que vou tirar 2 meses de férias.
Rumores
Extrato do CV do possível nomeado para a DRC ou para outro cargo na área cultural.
"Docência: 2003/2004 - Cultura Portuguesa I, Cultura Portuguesa III
Interesses de Investigação:
- Sebastianismo e Messianismo em Portugal.
- O carácter nacional e o modo de ser português (para uma caracterização da Cultura Portuguesa).
- Geração de 70 (em especial Antero de Quental, Eça de Queirós, Oliveira Martins). Raúl Brandão, António Patrício, Vitorino Nemésio (sobre este autor vária bibliografia e a presidência do SIEN ? Seminário Internacional de Estudos Nemesianos, sede na Universidade dos Açores).
- Dirige a publicação das Obras Completas de Antero de Quental (Universidade dos Açores), tendo um volume a seu cargo (Cultura e Sociedade) e coordena para a Imprensa Nacional-Casa da Moeda as Obras Completas de Vitorino Nemésio (tendo já prefaciado o Corsário das Ilhas)."
"Docência: 2003/2004 - Cultura Portuguesa I, Cultura Portuguesa III
Interesses de Investigação:
- Sebastianismo e Messianismo em Portugal.
- O carácter nacional e o modo de ser português (para uma caracterização da Cultura Portuguesa).
- Geração de 70 (em especial Antero de Quental, Eça de Queirós, Oliveira Martins). Raúl Brandão, António Patrício, Vitorino Nemésio (sobre este autor vária bibliografia e a presidência do SIEN ? Seminário Internacional de Estudos Nemesianos, sede na Universidade dos Açores).
- Dirige a publicação das Obras Completas de Antero de Quental (Universidade dos Açores), tendo um volume a seu cargo (Cultura e Sociedade) e coordena para a Imprensa Nacional-Casa da Moeda as Obras Completas de Vitorino Nemésio (tendo já prefaciado o Corsário das Ilhas)."
acabou de chegar
a minha acabou agora mesmo de chegar e aproveito para deixar aqui a recomendação, é uma óptima prendinha de natal para quem tiver familiares, amigos ou conhecidos bloggers, melhor só mesmo uma t-shirt da MUU.
via Google Store
Avé Pedro da "Breve crítica..."
Durante a minha forçada ausência da blogosfera muita coisa haveria a comentar, uma renovação de contracto do gajo que manda no mundo (ele pensa que isso inclui a China e zonas adjacentes, mas ele acredita em tudo), o desdobramento pessoano do ilustre Cristóvão de Aguiar na blogosfera açoriana (que teria sido interessante, e seu direito, se não tivesse demonstrado uma certa falta de carácter ao escolher nomes não anónimos para dizer aquilo que nem mesmo no anonimato teve coragem para dizer) e a nomeação dos membros do Governo Regional dos Açores (com um elefante branco nomeado para a vice-presidência, cujo a única indicação de que "quando virem quem vai para a vice-presidência vão esquecer essa teoria da sucessão" é o facto do puto ser terceirense, e, continuando no jardim zoológico, aonde pára a pantera cor-de-rosa?).
No entanto, pela calada do ruído blogosférico, um acontecimento bateu-me na cara como um balde de água gelada em dia quente de Agosto, a iluminada "Breve crítica de uma exposição de Pintura." do Pedro.
Num só sopro o Pedro fez com que a experiência, e esforço, de um evento como a exposição "Evocações da Paisagem, uma antologia de 10 anos de pintura nos Açores" e a existência de uma blogosfera açoriana valessem a pena. A cultura açoriana, ou nos Açores, precisava de uma critica destas como do pão para a boca, empanturrada que está com "reportagens fotográficas das vernissages que valorizam mais os fulanos que as visitam do que a arte".
Com a coragem típica dos ignorantes que o querem deixar de ser, o Pedro, que nem um "bom" irmão terceirense pega, em plena arena, no boi pelos cornos e não como na popular corrida à corda, aonde se foge em frente ao touro que, lá no fundo, se encontra amarrado. E nessa arena de chão seco, por nele nunca ter caído o suor da coragem do crítico, nem o sangue do artístico touro subjugado à valentia desse toureiro, entra o nosso Pedro (imaginem-no coberto de lantejoulas e bordados de ouro) munido desta, então, "Breve crítica...".
E ele foi, não cansa repetir, uma critica, à incapacidade de se distinguir o tema, ele foi elogio ao sucesso da comissária apesar de haver artistas que ficariam melhor representados com menos uma ou duas obras, e ele foi crítica à incapacidade do espaço de comportar a ambição do projecto. Ele foi a simpatia de "destacar", e muito bem, a começar por J.N da Câmara Pereira, e a coragem de "lamentar" a tríade dos meninos que representam o "sistema".
Ponham-se a pau touros desta terra porque atrás deste cabeça outros forcados vos esperarão, espero eu.
Avé Pedro da "Breve crítica...".
No entanto, pela calada do ruído blogosférico, um acontecimento bateu-me na cara como um balde de água gelada em dia quente de Agosto, a iluminada "Breve crítica de uma exposição de Pintura." do Pedro.
Num só sopro o Pedro fez com que a experiência, e esforço, de um evento como a exposição "Evocações da Paisagem, uma antologia de 10 anos de pintura nos Açores" e a existência de uma blogosfera açoriana valessem a pena. A cultura açoriana, ou nos Açores, precisava de uma critica destas como do pão para a boca, empanturrada que está com "reportagens fotográficas das vernissages que valorizam mais os fulanos que as visitam do que a arte".
Com a coragem típica dos ignorantes que o querem deixar de ser, o Pedro, que nem um "bom" irmão terceirense pega, em plena arena, no boi pelos cornos e não como na popular corrida à corda, aonde se foge em frente ao touro que, lá no fundo, se encontra amarrado. E nessa arena de chão seco, por nele nunca ter caído o suor da coragem do crítico, nem o sangue do artístico touro subjugado à valentia desse toureiro, entra o nosso Pedro (imaginem-no coberto de lantejoulas e bordados de ouro) munido desta, então, "Breve crítica...".
E ele foi, não cansa repetir, uma critica, à incapacidade de se distinguir o tema, ele foi elogio ao sucesso da comissária apesar de haver artistas que ficariam melhor representados com menos uma ou duas obras, e ele foi crítica à incapacidade do espaço de comportar a ambição do projecto. Ele foi a simpatia de "destacar", e muito bem, a começar por J.N da Câmara Pereira, e a coragem de "lamentar" a tríade dos meninos que representam o "sistema".
Ponham-se a pau touros desta terra porque atrás deste cabeça outros forcados vos esperarão, espero eu.
Avé Pedro da "Breve crítica...".
domingo, novembro 14
[uma] definição
para os homens :ILHAS:
«(...) trintões e quarentões com identidades políticas disfarçadas e crises poéticas de meia idade».O :ILHAS está consciente desta existência e de outras maluquices.
Citação
Amanhã e nos próximos dias, quando tomarem posse os deputados e membros do governo deviam fazê-lo com a mão sobre as ilhas.
[sugestão cinéfila da semana]
The Terminal é o novo filme de Spielberg. Esta semana em exibição nos Cinemas Castelo Lopes e Solmar. Uma crítica. A sugestão aqui fica. O resto é convosco.
[cabala]
Na cidade de Ponta Delgada e um pouco por toda a(s) ilha(s) encontramos exemplares edificados degradados e que nunca são notícia. Esta semana Angra é capa da GR devido à infestação de térmitas que invadiu o Centro Histórico da cidade Património. Há algumas semanas um destacado membro da UA defendia o betão como solução à praga. Mas, haverá Praga maior do que o Betão nestas ilhas!? Apetece-me chamar a mim o - homem da conspiração, e falar de cabala para: a introdução das térmitas nas ilhas; o desrespeito e abandono dos centros históricos; a construção (civil) selvática e a especulação imobiliária.
Biblioteca dos Marqueses da Praia e Monforte
Via Almocreve das Petas, que é quem percebe destas coisas, descubro esta noticia. Será que alguém, dos que nos governam, vai tomar conta do assunto. Não digo que comprem o espólio todo, que é como devia ser, mas pelo menos que mandem lá um representante que bem aconselhado acautele de que os exemplares mais significativos e importantes para a região tornem à região. Sei que é um pouco em cima da hora, é já nos dias 22, 23 e 24 de Novembro,no Amazónia Lisboa Hotel, pelas 21 horas, mas aqui está uma importante medida a tomar pela «nova» Direcção Regional da Cultura.
Breve crítica de uma exposição de Pintura.
O evento deveria ter sido um acontecimento marcante no panorama das artes do arquipélago e, até mesmo, do país. Mas lamentavelmente a exposição Evocações da Paisagem, uma antologia de 10 anos de pintura nos Açores que se encontra patente no novo Teatro Micaelense desde o dia 16 de Outubro não teve nenhuma repercussão nos media. Obviamente que não conto com as pirosices das reportagens fotográficas das vernissages que valorizam mais os fulanos que as visitam do que a arte, algo de incompreensível quando falamos de pintura ou de qualquer outro fenómeno artístico. Esta mostra conta com diversas obras de 21 artistas organizados numa sequência quase cronológica ao longo do espaço da exposição. O espectador atento é convidado a percorrer os caminhos da pintura destes autores num percurso multifacetado, pejado de referências e de estímulos muitas vezes opostos, que vão de José Nuno Câmara Pereira até João Decq numa caminhada pelo que estes vinte e um pintores produziram nos últimos anos. A grande conquista desta exposição é mesmo, no meu entender, dar relevância a essa perspectiva multifacetada da obra de 21 pintores que apenas têm em comum a condição geográfica, mesmo que a opção pelo tema centralizador da paisagem se possa considerar um objectivo conseguido, a capacidade representativa e a força individual de algumas obras tornam a exposição mais uma brilhante antologia de autores do que propriamente temática. A paisagem nem sempre se distingue e se em alguns casos a percebemos é mais como matriz pessoal da personalidade estética de determinados pintores do que propriamente na natureza representativa dos quadros. A exposição foi brilhantemente comissariada, a tentativa de estabelecer um grupo antológico coeso percebe-se e pode ser considerada como bem sucedida, apesar de, e aqui assumo uma crítica, ser por vezes demasiado exaustiva, uma maior rigorosidade na escolha só beneficiaria a mostra. Aliás convêm acentuar que neste espaço do Teatro Micaelense não é possível fazer uma mostra tão alargada, a capacidade física destas salas não suporta uma profusão tão grande de obras, os grandes prejudicados com isto são os quadros, os autores e os espectadores. A destacar; Paisagem com piano e vaca - 2004 de José Nuno Câmara Pereira, uma extraordinária metáfora do que é a "paisagem" açoriana. As peças de Filipe Franco que se impõem e o reafirmam, mais uma vez, como um dos mais interessantes e importantes pintores "açorianos" actuais, o que, por sua vez, só me leva a lamentar o seu actual hiato criativo. De Paula Mota, Homem Som 2002-2003. Luís Brilhante com LB.P11.L.03, LB.P13.L.03 e LB.P15.L.03. Carlota Monjardino. André Almeida e Sousa. Uma palavra ainda para Catarina Castelo Branco e João Decq cujos trabalhos apresentam criatividade suficiente para se esperar com antecipação novas criações. A lamentar; Maria Tomáz, Carlos Mota e Urbano. É desesperante o repetitivo vazio criativo que transpira das obras mais recentes destes autores. Duas notas finais: Esta exposição pelas características que tem merecia um espaço melhor, espaço esse que creio, infelizmente, não existe hoje nos Açores. Porquê o pudor de Maria José Cavaco não incluir trabalhos seus nesta antologia?
sábado, novembro 13
A 15:ILHAS passa a estar disponível, nos locais de distribuição, a partir de 2ª feira - 15/11/04 - à tardinha. Lançamento "oficioso" marcado para 5ªfeira - 18/11/04 - na Livraria Solmar para uma conversa sobre Política intitulada: - Eh Atolêmáde, isse é Política!, André Bradford e Pedro Gomes são os protagonistas.
do Editorial podemos ler:
Ponta Delgada. Outubro pós-eleitoral nas ilhas. O Tempo? Expectante.
No calendário para 2004 definimos como tema para o n.º 15 da ILHAS, a Política - a conjuntura assim o ditava. Apesar do objectivo inicial ter sido adulterado por razões que cabia aqui explanar - mas cujas justificações e contingências são as do costume (-euros, -publicidade/apoios, atrasos "editoriais", etc e tal - e não vale a pena alongarmo-nos penosamente sobre o assunto?) o facto é que conseguimos, finalmente, "politizar" um n.º da :ILHAS. Ei-lo então!...
do Editorial podemos ler:
Ponta Delgada. Outubro pós-eleitoral nas ilhas. O Tempo? Expectante.
No calendário para 2004 definimos como tema para o n.º 15 da ILHAS, a Política - a conjuntura assim o ditava. Apesar do objectivo inicial ter sido adulterado por razões que cabia aqui explanar - mas cujas justificações e contingências são as do costume (-euros, -publicidade/apoios, atrasos "editoriais", etc e tal - e não vale a pena alongarmo-nos penosamente sobre o assunto?) o facto é que conseguimos, finalmente, "politizar" um n.º da :ILHAS. Ei-lo então!...
Crítica e Alternativa
Deixando para outras núpcias a questão do bairrismo,que como tripeiro de alma e 1 ventrículo do meu maltratado coração conheço bem, sugiro que além da critíca às escolhas de Carlos Cesar se proponham nomes alternativos e claro está com a devida justificão da competência para o cargo.
Aceite o repto, lanço então o primeiro nome:
Vice-presidente - Sérgio Ávila.
Aceite o repto, lanço então o primeiro nome:
Vice-presidente - Sérgio Ávila.
a minha guerra contra a Terceira
Não gosto de pessoas que se põem em bicos dos pés. Não gosto daqueles que são sempre os primeiros a levantar o braço para caírem nas boas graças da professora. Não gosto dos que serpenteiam até à primeira fila da plateia para serem vistos. Não gosto dos que semeiam elogios fáceis, não gosto de palmadinhas nas costas, não gosto dos que se insinuam. Não gosto da ambição desmedida que se esconde do mérito e premeia o servilismo.
Amo Angra pela sua beleza, adoro a sopa da Tia Urânia e todos os sabores da Casa da Roda. Gosto do Dacosta e da Carlota Monjardino e do Mário Cabral e dos irmãos Borges, gosto do Guilherme Marinho, que não sei se é da terceira mas está na terceira, gosto da Lena e do Mário e do Foxy's, gosto da Marta Silva. Gosto da Silveira, dos Biscoitos e de Santa Catarina. Sou amigo para a vida do "Perna", uma das pessoas mais boas que conheci.
Nada disto é bairrismo. Quem vive nos Açores, e mesmo que não trabalhe na área da cultura, sabe que a grande maioria dos "bairrismos" começam nos terceirenses. Nas últimas semanas têm chegado da Terceira péssimos exemplos e indícios. A minha guerra contra a Terceira é uma "guerra" contra a sede de protagonismo, a ganância desmesurada e o próprio conceito de bairrismo.
A primeira consequência do maquiavelismo dos senhores Cesar e Ávila devia ser o PS perder a Câmara de Angra. Depois o Governo. O pior de tudo é que nada disto é feito pensando no que é melhor para os Açores e para os açorianos. É contra isso a minha guerra.
Por último queria deixar aqui um repto ao Joel Neto, que explique o que é ser "açoriano no mundo" e, mais importante, o que é isso de ser "sofisticado nos Açores"?
P.S. Nada disto tem a ver com vinho que eu até ando a fazer um esforço para beber menos, se bem que in vino veritas.
Amo Angra pela sua beleza, adoro a sopa da Tia Urânia e todos os sabores da Casa da Roda. Gosto do Dacosta e da Carlota Monjardino e do Mário Cabral e dos irmãos Borges, gosto do Guilherme Marinho, que não sei se é da terceira mas está na terceira, gosto da Lena e do Mário e do Foxy's, gosto da Marta Silva. Gosto da Silveira, dos Biscoitos e de Santa Catarina. Sou amigo para a vida do "Perna", uma das pessoas mais boas que conheci.
Nada disto é bairrismo. Quem vive nos Açores, e mesmo que não trabalhe na área da cultura, sabe que a grande maioria dos "bairrismos" começam nos terceirenses. Nas últimas semanas têm chegado da Terceira péssimos exemplos e indícios. A minha guerra contra a Terceira é uma "guerra" contra a sede de protagonismo, a ganância desmesurada e o próprio conceito de bairrismo.
A primeira consequência do maquiavelismo dos senhores Cesar e Ávila devia ser o PS perder a Câmara de Angra. Depois o Governo. O pior de tudo é que nada disto é feito pensando no que é melhor para os Açores e para os açorianos. É contra isso a minha guerra.
Por último queria deixar aqui um repto ao Joel Neto, que explique o que é ser "açoriano no mundo" e, mais importante, o que é isso de ser "sofisticado nos Açores"?
P.S. Nada disto tem a ver com vinho que eu até ando a fazer um esforço para beber menos, se bem que in vino veritas.
sexta-feira, novembro 12
a montanha pariu um...
Se este meu post fosse uma jogada de Batalha Naval tinha afundado dois submarinos e dado um tiro no porta-aviões, o resto foi água. Mas também o jogo estava viciado à partida porque eu já sabia para onde navegavam os submarinos. Continuando na metáfora náutica, o grande Couraçado deste governo é, de facto, o Sérgio Ávila. Bem, eu do Sérgio Ávila só conheço duas coisas: a Luísa Brasil e a Marina de Angra. Não sei se isso é bom ou mau. Mas assim de repelão e porque ainda é muito cedo para saber da poda destas arvores que César está agora a plantar, uma coisa parece-me obvia. A acreditar na tão propalada teoria de que a Vice-presidência seria ou será a antecâmara da sucessão de César, então a escolha de Sérgio Ávila é um grande tiro no pé para o PS (não para Carlos César). É que julgo ser impossível nos próximos anos um terceirense vir a ocupar o cargo de Presidente do Governo Regional, ainda para mais uma figura de contornos sinuosos como o Sérgio Ávila. Vou até confessar uma coisa que admito não me fica bem e que se calhar vou me lixar por causa disto, mas até eu começo a partilhar desta desconfiança em relação ao peso dos terceirenses na vida política regional, e não estou a falar só do choque de gerações. É caso para dizer: "Cara Berta Cabral reveja lá a sua posição porque contra o Sérgio Ávila isto daqui a quatro anos está lhe garantido." Feliz ou infelizmente. Já me esquecia, repitam comigo: Merecíamos Políticos Melhores.
quinta-feira, novembro 11
Ramos Rosa na tola, ah ah...
bem, isto é melhor que ir ao cinema. Melhor que um Porto vs Sporting, melhor, até, que a última entrevista do Luiz Pacheco a'O Independente. Aqui está um duelo a seguir com atenção e sorriso.
P.S. Meu Caro Nuno, bem sei que a qualquer momento te podes sair com um admirável Ipon, mas se precisares de ajuda a malta vá ahí e escarrola esse gaze tôde. Pêlo êh!!
P.S. Meu Caro Nuno, bem sei que a qualquer momento te podes sair com um admirável Ipon, mas se precisares de ajuda a malta vá ahí e escarrola esse gaze tôde. Pêlo êh!!
SUBSCRIÇÃO PÚBLICA
...a pedido de inúmeras famílias, está aberta a subscrição pública, para a recolha de fundos nesta campanha de solidariedade, destinada a repor o netpac do Tózé...já depositei 10 cêntimos no mealheiro do beneficiário,por favor não parem esta corrente !
quarta-feira, novembro 10
THE WALL
«Para marcar o 15º Aniversário da Queda do Muro de Berlim, um documentário que mostra a vida de todos os dias e as experiências pessoais daqueles que viveram na ex RDA.Um documentário impressionante que mostra a realidade daqueles que passaram décadas a sonhar com o outro lado do muro de Berlim...»
...para os esquecidos é às 22 horas e 20 minutos (Local Time) na outra Televisão.
Fair Play
Localizado na Rua da Cruz, no lugar do antigo e decrépito Restaurante-Bar Sagres surge agora o Fair Play - Restaurante Bar.
O espaço é amplo, com dois pisos, de atmosfera acolhedora e refrescante resultado da boa escolha e combinação dos materiais. Só é pena a imagem institucional não ter sido tratada com o mesmo cuidado.
Ao almoço, o prato do dia custa 3,75 euros o que promete arrasar a concorrência das proximidades.
Fica a promessa de análise ao atendimento/serviço com a devida reportagem fotográfica.
O espaço é amplo, com dois pisos, de atmosfera acolhedora e refrescante resultado da boa escolha e combinação dos materiais. Só é pena a imagem institucional não ter sido tratada com o mesmo cuidado.
Ao almoço, o prato do dia custa 3,75 euros o que promete arrasar a concorrência das proximidades.
Fica a promessa de análise ao atendimento/serviço com a devida reportagem fotográfica.
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