segunda-feira, dezembro 26

No final da semana passada, recebi, na minha caixa de correio, a newsletter de um dos nossos ilustres deputados regionais, gentileza que agradeço desde já.

Por razões que considerarão óbvias, interessou-me a sua intervenção no âmbito da discussão do Plano e Orçamento de 2012, intitulada "Políticas de Promoção, Turismo e Acessibilidades” e a propósito desta interessante temática que, simultaneamente, nos tem apaixonado e deixado perplexos, digo-vos que gostaria tanto que o Turismo pudesse merecer, de facto, honras de “novo ciclo da economia açoriana” mas, acho que todos nós já devemos ter percebido, entretanto, que tal não é sequer desejável.

O turismo não pode ser visto como um sector económico independente na nossa frágil economia insular, sobretudo em função da nossa baixa densidade populacional, dispersão geográfica, clima e distância que nos separa dos que podem estar eventualmente interessados no que temos para oferecer (e não me refiro só ao nível turístico). Em vez disso e comparando a nossa economia a um trapézio, o turismo tem que ser trabalhado como um vector orientado no mesmo sentido do seu paralelo, visando encontrar o equilíbrio que permita sustentar a nossa vida aqui nestes 9 oásis do deserto Atlântico.

Pode, contudo, o ilustre tribuno considerar que esta afirmação não seja “um contributo útil, prático, objectivo e sobretudo concretizável” mas, terá que concordar que é muito mais do que “meros chavões e frases-feitas”.

Certo e inegável, apesar do bonito trabalho aqui feito, é o sector encontrar-se isolado, com os tornozelos inchados dos entorses sofridos e a precisar de uma intervenção cardiovascular, sendo que a expressão “Trazermos mais turistas para os Açores” – apresentada como solução para os problemas do sector – nos coloca no mesmo patamar em que se encontrava o Algarve há uns anos atrás, situação que, à boca cheia, dissemos estar em posição de evitar, começando só então.


imagem daqui

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