Anda um homem a evadir-se de uma certa personna que expôs como JNAS, apesar de ser atiçado, daqui e dali, para a habitual dose de mordacidade para deleite alheio. Anda um homem a fazer pela vida entregue ao labor e a cumprir, nas horas vagas, com os seus rituais em louvor da velha máxima anima sana in corpore sano. Tudo isto sem incomodar ninguém ! Anda um homem a fazer um doloso, e doloroso, esforço para ser contemporizador com a máscara social em que vive, transigindo, com serenidade forçada, que se não pode mudar as regras só lhe restam duas alternativas : ignorar as mesmas e sair de jogo ou passar do estado de "negação" ao estado de "aceitação". Anda um homem a tentar ser um "bom rapaz", cortês e formatado pelas regras da urbanidade, e … depois escangalha-se tudo com um acto interior de puro asco, nojo, e indignação com certas gamelas onde outros comem e aplaudem a pedir mais. Está assim um homem silente no seu casulo, sem panfletos "assertivos, polémicos e provocadores", - por exemplo no Açoriano Oriental que generosamente me recebeu sempre às segundas -, quando inesperadamente no areópago da celebração das 100 Maiores empresas dos Açores se sente, enquanto Açoriano Autonomista (com um gene Independentista), insultado.
Um homem assim não pode deixar de emergir.
Não deixar de vir à superfície e de se indignar com a letargia a que chegou a cidadania desta Autonomia. É o que faço, apenas para poder respirar libertando a pressão de um enxovalho que me deixou menente. Faço-o por mim. Faço-o sabendo-o um acto inconsequente e perdido aqui neste blog ilhéu…mas ainda assim, se não o fizer, serei um plácido e adestrado cúmplice dessa "fantochada". Vem isto a propósito de ver escarrapachado no decálogo de honra das 10 melhores empresas dos Açores, na edição das 100 maiores de 2010 do Açoriano Oriental, esse alien entre nós que se denomina "Euroscut Açores". "Eles" que nem são de cá e são uma corporação de "portugueses" e "espanhóis" a soldo de uma obra de regime que deixa uma enorme cicatriz ambiental, social e económica na Ilha de São Miguel. Tudo isto credenciado por um emérito quadro de honra de notáveis tecnocratas do centrão e com um júri credibilizado pela validação de uma equipa da Baker Tilly (fica sempre bem avençar uma empresa de fora para acreditar o que por cá se faz). A "Euroscut Açores" com os seus 15 trabalhadores obteve, cum laudae, resultados de excelência que a colocam no ranking não das 10 maiores empresas "Açorianas" mas, note-se bem, das 10 melhores ! Nos critérios escolhidos para análise das melhores empresas teve notáveis desempenhos nos parâmetros "crescimento do volume de negócios", "solvabilidade" e "produtividade". Claro que a "satisfação dos clientes" não é um parâmetro económico e por isso não conta. Também não conta a atitude de colonia desses senhores que tomaram posse das nossas terras, com o aval do Governo Regional, e como entidade expropriante ofereceram indemnizações de esbulho por metro quadrado que faziam lembrar as bugigangas sem valor que os "bandeirantes" ofereciam aos índios em troca do ouro e das suas terras. Também não conta a "soberba", a "arrogância", e a "prepotência" com que atravessaram esta ilha e os prejuízos que causaram amiúde em “arraia miúda” que, de quando em vez, até ilustrou uma ou outra notícia do mesmo Açoriano Oriental. Sim ! Falamos da mesma empresa que vai ter durante 30 anos um "pipeline" do Orçamento Regional para a alimentar pela concessão da pista de Fórmula 1 para o Nordeste e come-back do mesmo após breve pit-stop na respectiva rotunda ! Noutros tempos uma ignomínia destas à "alma" Açoriana seria rechaçada sem dó nem piedade. Nos tempos que correm de "vendidos" e "hipotecados" a "alma" Açoriana já foi penhorada ao demo do capital. Sic transit gloria mundi. Com amigos destes para que precisa sequer a Autonomia de "inimigos" de Lisboa se já dorme com os de cá ? Com "colaboracionismo" deste calibre quem defende a nossa Bandeira Azul e Branca ? Claro que todos saudaram a distinção com efusivas palmas…ou quase todos. Eu não ! Mas que pode um homem isolado fazer ? Apenas emergir da sua indignação e, no mínimo, deixar registo escrito da mesma na espuma dos dias.
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