Depois da nossa última conversa já houve dois ensaios - o de sexta e de ontem à noite. Passámos nessas duas sessões o texto todo. Fui eu o leitor - o Dinarte está com a voz um pouco fragilizada por causa do espectáculo (longo) que está a fazer. Foi um mal que veio por bem. Penso que terá sido útil para o Dinarte ver a coisa de fora e assim perceber com maior clareza o que poderá funcionar melhor em palco. O Paulo e o Sérgio trouxeram propostas muito boas. Recriações e transfigurações dos universos Brelianos - excertos de músicas, fotografias, filmes -e de imagens e sons recolhidos pela equipa no Faial. Uma fusão (que se pretende) criativa entre os arquipélagos Brel e Açores. Não, ainda não chegámos a acordo em todos os pormenores. O que é bom - Brel não nos iria perdoar o unanimismo.
Houve um momento de regabofe no início do ensaio de ontem. O Sérgio Gregório (que chegou mais tarde) foi vítima da nossa cilada. Simulámos que íamos todos à gala dos Globos de Ouro da SIC - inventámos que eu ia receber um prémio qualquer de guionismo e que, na altura de subir ao palco, iria aproveitar e falar de Brel e da peça. Chegámos a vestir blazers do Dinarte por causa disso. Há fotografias do momento. A publicar, é claro, quando estivermos menos sóbrios.
Este é um grupo bastante melómano. Ontem no ensaio estavam quatro pessoas e três delas traziam tshirts de bandas (Sonic Youth, Sigur Rós e Yo La Tengo). Para a próxima não podemos esquecer o Marante.
Entretanto, tenho sentido cada vez mais curiosidade em relação ao que vai ser o "Brel nos Açores". Ontem um amigo fez publicidade do espectáculo a uma belga, dona de um restaurante aqui em Lisboa. Diz que quer ir ver. Porreiro, pá. Que traga uma moule também.
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