sexta-feira, outubro 10

Da disciplina partidária

As normas pelas quais se regem os partidos políticos são tão difusas como os rituais obscuros dos Illuminati. Quem queira perceber a lógica partidária tem que tirar um doutoramento, não em ciência política, mas em cabalística. O que se passou hoje na Assembleia da República, a respeito disto, raia, se é que já não se configura mesmo, o absurdo. Mas para não me acusarem, ilegitimamente, diga-se, de estar do contra por inveja ou rancor, trago aqui as palavras finais de MEC sobre este assunto. Ao cuidado dos Senhores Deputados e dos Senhores Membros das Comissões Políticas Nacionais de todos, repito, todos os partidos.

Público: Concorda com o casamento homossexual?
Miguel Esteves Cardoso: Só se for de livre vontade.
P: Com ou sem limitação do direito de adopção?
MEC: Nunca mais de 15 filhos.
P: E com limitação dos direitos patrimoniais?
MEC: Sem, obviamente. A própria pergunta ofende.
P: Prefere outra fórmula jurídica?
MEC: Prefiro. Quando se há-de perder este vício totalitário de legislar sobre assuntos internos da alma humana? Que tal esquecer a sexualidade dos nubentes e dizer apenas que os seres humanos podem casar uns com os outros? Porque é que o estado tem de saber dos nossos gostos na cama? Serão assim tão simples e fáceis de classificar? E aqueles que não têm paciência para sexo de espécie nenhuma, não se podem casar também? E os que variam? E os que ainda não sabem? Está a dar-se demasiada importância não só à merda da sexualidade como à merda do casamento. Ou casar é só foder? Parece.

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