domingo, dezembro 31

Triste Comédia !

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A Cabo TV Açoriana, na senda do serviço de qualidade a que nos vem habituando, decidiu, porventura a bem da melíflua moda do multiculturalismo, substituir a SIC Comédia pela cloaca televisiva que dá pelo nome de Al Jazeera. O tal canal é célebre por servir de antena para odiosos exclusivos de Usama Bin Laden difundindo a demais propaganda subsidiada pela Arábia Saudita. No resto, é a glamourização da violência dos mártires de Alá e demais pandilha de rodilha hirsuta. Com sorte ainda teremos o deleite de assistir, em prime time, a footages de execuções, decapitações e enforcamentos tão ao gosto da barbárie árabe que pulula por esse mundo fora. Na restante programação não faltará, por certo, resmas de "documentários" a favor da demonização dos Judeus. De quando em vez até acredito que sejam capazes de relatar em directo o apedrejamento de uma adúltera ou a mutilação de um "pilha galinhas". Não tem graça nenhuma pois não? Na verdade é até muito triste dar conta da substituição da Sic Comédia pelas obscenidades da Al Jazeera. Imagino que algum "manga-de-alpaca" dos tempos modernos deve ter reputado a Sic Comédia como perniciosa pois, lá dizem os antigos, que muito riso?pouco siso. Desgosta-me não repetir, ad nauseam, os compactos de Seinfeld entre outras pérolas do humor decadente dos Americanos e seus aliados. Por enquanto, a bem do respeito pelas minorias ainda deixam lá ficar a Sic Mulher? mas creio que será apenas por enquanto. Nestas e noutras ocasiões sinto-me esbulhado pela Cabo TV Açoriana e em vez de piadas de mau gosto, como esta da Al Jazeera, apetecia-me devolver o insulto com um rol integral de impropérios do prontuário de Português vernáculo. Apre?melioribus annis

sábado, dezembro 30

Sem título





Na euforia própria das vitórias de Pirro, um diligente soldado americano resolveu enfiar na cabeça de Saddam Hussein um boné dos New York Yankees. Hoje de madrugada, antes de o enforcarem, Saddam recusou que lhe enfiassem outro barrete. Foi uma morte apressada e ocorreu numa data sagrada do calendário religioso islâmico, o Eid-al-Adha, a festa do sacrifício. O antigo dirigente iraquiano estava longe de ser uma ovelha inocente, mas duvido que a sua execução seja o ponto final desta história. Assinala apenas uma mudança de parágrafo.

last minute

Oferta:Last Minute Reveillon com dormida em quarto duplo: 130EUR por pessoa. Oferta da segunda noite (30 de dezembro ou 1 de Janeiro). Mais informações no Terra Nostra Garden Hotel
T. 296 549 090.

McPost

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Não tenho nada contra, nem a favor, do globalizado Mcdonalds. Mas, (há sempre um "mas"), dou por assente que, entre a suculenta imagem plastificada do menu reluzente e o BigMac, real e desfalecido, que nos entregam numa cartolina reciclada, qualquer semelhança é pura coincidência. Nessas ocasiões ocorre-me sempre a imagem de Michael Douglas em um "Dia de Fúria", desejando ter à mão, pelo menos, uma justiceira Uzi para exigir do Mccriado o hambúrguer que a fotografia promete. Seja como for, não pretendo travestir-me de Michael Douglas e, muito menos, seguir o triste exemplo Jose Bove, paisant franciu que, pela força, quis boicotar o ganha-pão do palhaço Ronald McDonald. Ademais, além das royalties do dito clown do fastfood, dúvidas não restam que este "restaurante" tem como retorno imediato os postos de trabalho que inscreve e, a longo prazo, a economia terapêutica de obesos dos 7 aos 77 anos! Seja como for, razão tinham os clássicos quando apregoavam "in medio virtus", pelo que, sem fundamentalismos e com moderação, é inevitável que, como "paterfamilias", também seja arrastado pelos petizes ao antro da comida rápida. Contudo, continuo a preferir uma casa de pasto honesta a um asséptico e plastificado McDonald´s. E, já agora, que vamos na onda do progresso do franchising espero, para breve, uma filial da FNAC em Ponta Delgada, seguindo o exemplo dessa capital insular da "tirania" que dá pelo nome de Funchal ?
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posted by João Nuno Almeida e Sousa

sexta-feira, dezembro 29

CineClube

Uma Verdade Inconveniente Documentário que tem como figura condutora Al Gore, o antigo Vice-presidente dos Estados Unidos, que depois da sua derrota nas eleições de 2000 voltou à sua cruzada de ajudar o planeta. Segundo alguns cientistas, teremos apenas dez anos para evitar uma grande catástrofe que pode destruir o nosso planeta gerando condições meteorológicas agressivas, inundações, epidemias e ondas de calor que ultrapassam tudo o que conhecemos. O documentário segue a luta de Al Gore para travar o aquecimento global e a sua tentativa de impor o problema, não como uma questão política, mas sim um desafio global para a Humanidade (in CineCartaz). Pelo forte carácter simbólico associado e pela euforia própria da época - este não será, malogradamente, o melhor período para a estreia, nas ilhas, deste Importante documento. Já vi o livro agora posso ler o filme. No Solmar.

terça-feira, dezembro 26

bestoff

No final de cada ano o tempo é de balanço e de rever a música em disco. Elaboram-se listas do que de melhor houve no ano que agora termina. A Inrocks já elegeu os 50 melhores discos de 2006. Façam o fv de conferir...

Top of the Pops #2




Embora natalício, de nascimento, seja relativo ao Natal, não está escrito nas Tábuas da Lei que seja proibido morrer nesse dia. Foi o que sucedeu ontem, 25 de Dezembro, ao James Brown. Ouvindo-o, retrospectivamente, percebe-se que não foi apenas the Godfather of Soul, como alguns lhe chamavam, mas também o paizinho de muita outra coisa, desde o funk até ao rap.
RIP, ristorare in pace, ou descansa em paz, é o que se costuma dizer nestas ocasiões. Duvido que se aplique ao James Brown. Get it all up, vinha mais a calhar.

domingo, dezembro 24

detesto o natal

Alta Fidelidade

One More Drifter In The Snow é a banda sonora de Natal proposta por Aimee Mann (...o seu mais recente álbum e é também o seu primeiro disco de Natal). Diversos clássicos sob um manto estético quiça menos festivo. Apesar do carácter soturno associado - o Natal também mora aqui.

sábado, dezembro 23

aTRItos [termina hoje]

Uma sugestão de visita a todos os que ainda não passaram pela exposição tripartida na Galeria Fonseca Macedo. Abre às 14h00 e encerra às 19h00.

sexta-feira, dezembro 22

Xmas Card




Tomei boa nota do teu contributo, Alexandre, mas torna-se melindroso adequar um Cherchez la Femme ao espírito da quadra natalícia porque, enfim, a Imaculada Conceição, padroeira do comércio tradicional de Ponta Delgada, não se presta muito a essas coisas. A Gisele Bundchen, sim, mas é melhor ficarmo-nos por aqui, não vá alguém pensar que abriu uma loja da Victoria's Secret no Parque Atlântico.

Boas Festas, Alexandre, Pedro, Vítor e JNAS. Boas Festas, blogosfera.

um contributo

para o # CHERCHEZ LA FEMME. Nos últimos dias o camarada Carlos tem mantido estoicamente a postagem actualizada no :ILHAS. No entanto, sinto que falta algum calor a estes dias que se têm mantido teimosamente frios e chuvosos. Na pesquisa musical do quotidiano dei com No Promisses o novo disco de Carla Bruni - cantado em inglês e dedicado a poemas de autores como William Butler Yeats, Dorothy Parker ou W.H. Auden... Caso não conheçam a sonoridade da menina é fv ouvir Quelqu'un M'a Dit (o 1º disco!). Boas Festas Mr. Riley...

quinta-feira, dezembro 21

Geração de 70





Gianclaudio Clay Regazzoni (1939-2006)


A cruz suiça no capacete identificava-o à distância quando as câmaras de televisão ainda não tinham fechado o plano sobre o habitáculo do Ferrari. Isso e a forma intempestiva como atacava as curvas, tornaram Clay Regazzoni uma figura de referência no circo da Formula 1 ao longo da década de 1970. Nunca foi campeão do mundo e deve ter ganho apenas meia dúzia de corridas em toda a sua carreira, mas adorava o cheiro a borracha queimada e continuou a acelerar depois do BRM que conduzia se ter incendiado no GP de Kyalami em 1973. Só largou a competição em Long Beach, no distante ano de 1980, quando os travões do seu Ensign se partiram. Chocou contra um Brabham e ficou paralisado da cintura para baixo. Mesmo assim, continuou a conduzir. Morreu no passado dia 18 de Dezembro na A1 italiana a caminho da Feira Automóvel de Bolonha. O seu bigode deixa-me saudades.

quarta-feira, dezembro 20

terça-feira, dezembro 19

O Tornado da Lagoa.

Até hoje à hora de almoço, no meu pequeno mundo das coisas empíricas, os tornados entravam naquela categoria de coisas dignas de figurar num gabinete de curiosidades victoriano. Ocorriam no distante Oklahoma e entravam-me em casa pela televisão, via Discovery ou National Geographic. Hoje bateu-me um à porta no sentido mais literal do termo. Não que tenha enfrentado a besta olhos nos olhos, mas senti-lhe o bafo. Contrariamente aos meus hábitos, resolvi pôr o carro a lavar. Os pais chegavam hoje de Lisboa e era importante dar à viatura um cheirinho a sabonete de gasolina, pois sou objector de consciência relativamente aos ambientadores com aroma a pinho selvagem. O meu carro será um chaço, mas não é um táxi. Deixei o dito na bomba da Shell, não há forma de lhe chamar Repsol, e voltava a pé para casa, no intervalo de um chicote de água, quando me apercebi que alguns carros estavam com os vidros partidos e a rua polvilhada de cacos de telhas. Pensei, por momentos, tratar-se de uma cena inusitada de vandalismo, até que me aproximei do portão de casa e vi meia dúzia de incensos, faias, loureiros e acácias tombados por terra com os raminhos ainda a soltarem rangidos. Árvores de porte muito considerável tinham sido torcidas como um lençol na aldeia da roupa branca. Tanto pior para parte da matinha de laurisilva. O tornado aparou-lhe a patilha. Os sobreiros aguentaram-se que nem uns valentes. O avô deles todos, aquele que dá sombra ao mirante, vergou-se com sabedoria oriental à inevitável força do vento e sobreviveu sem arranhões de maior. Há males que vêm por bem. A clareira aberta a chicote pelo fenómeno atmosférico oferece-me agora o espaço adequado para, finalmente, plantar uma araucária. Desconfio que torne a passar um tornado lá por casa durante as próximas gerações. Mais depressa há-de cair um meteorito.

segunda-feira, dezembro 18

a verdadeira questão

"Concorda com a despenalização da interrupção voluntária da gravidez, se realizada por opção da mulher, nas primeiras dez semanas em estabelecimento de saúde legalmente autorizado?"



É sobre isto e sobre isto que os eleitores portugueses vão dar a sua opinião no próximo dia 11 de Fevereiro, mas ao arautos do não continuam a querer transformar esta questão na Sodoma e Gomorra do século XXI.

Reporter X

Alameda de Belém. Fajã de Baixo. Dezembro 2006. Em período de abundância(s) e desperdício(s) não há património que resista à estação. Este espécime repousava na via público-privada com a esperança de ser recolhido por algum monstro. Civismo - a + não obrigas!..

Vox Populi

"auscultar o vox populi, essa entidade sagrada de cujos pronunciamentos - sempre inteligentes e informados - dependem os deuses."

Miguel Castelo Branco - Combustões


Gustavo Fernandes
Nabo no Pedestal - 2004
Óleo sobre tela
195x130 cm


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"O uso dos contraceptivos (que não custam caro) e, sobretudo, a "pílula do dia seguinte" (venda livre a menos de quatro euros) fizeram do aborto o resultado da ignorância, da irresponsabilidade ou da má sorte."

Vasco Pulido Valente, 2 de Dezembro no Público

"Leia-se Pasolini: "A propósito do aborto, é o primeiro, e único caso em que os radicais e todos os abortistas democráticos mais puros e rigorosos fazem apelo à realpolitik, e assim recorrem à prevaricação "cínica" dos factos consumados e do bom senso. Reduzem-no a um caso de pura praticidade, a encarar exactamente com espírito prático. Mas isto (como eles bem sabem) é sempre condenável."

cit. por Jacinto Lucas Pires, 1 de Dezembro, no Diário de Notícias.

"O que está em curso é uma desculpabilização do aborto, para não dizer uma promoção do aborto. Tal como há uma parada do "orgulho gay" , os militantes pró-aborto defendem o orgulho em abortar."

José António Saraiva, 14 de Outubro no Sol

"A besta nazi espreita uma oportunidade de fazer vingar a sua tese racista sobre o genoma humano, com o consequente extermínio das "raças inferiores" e dos "economicamente inúteis".O aborto social que agora se pretende referendar é claramente um sintoma dessa tendência minimalista e desumana."

Artur Rosa Teixeira, 12 de Dezembro no Açoriano Oriental

"Os hospitais não têm vocação para fazerem abortos a pedido. Não cabe na cabeça de ninguém inundar com estes casos os hospitais que já não conseguem dar resposta em tempo útil a outras situações. A vocação dos hospitais é tratar doentes."

Luís Graça, Presidente do colégio da Especialidade de Ginecologia-Obstetrícia da Ordem dos Médicos, 13 de Dezembro no Público.

Free Your Mind...

And Your Ass Will Follow (!).

domingo, dezembro 17

Proposta "mobilizadora de grandes públicos"



A partir de agora é de esperar que Rui Rio continue a privatização dos espaços culturais da cidade do Porto.

Neste pressuposto deixo-lhe aqui uma ideia, talvez ainda não pensada, mas também ela "mobilizadora de grandes públicos":
Concessionar o Palácio de Cristal a uma qualquer associação de feirantes na certeza de que qualquer feira ambulante é mais rentável do que qualquer feira do livro.

sábado, dezembro 16

weekend postcards

Neste momento, com o cordão de segurança pelas obras do Parque de São João e com o tempo que se faz sentir, é confrangedor aceder ao TM. Espero que a mesma situação não venha a acontecer com o término da obra das PdM e com uma previsível barreira temporária a erguer devido ao eminente início da construção dos parques subterrâneos previstos para toda a extensão da Av. Marginal de Ponta Delgada. Planeamento e Bom Senso. Precisa-se!...

sexta-feira, dezembro 15

Thank God its Friday # 6


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Por estes dias assalta-me um feroz desejo de evasão. Com vontade de recarregar a alma dou por mim a evocar a nostalgia da simplicidade, numa violenta saudade de uma vida ao ar livre tão diferente da clausura urbana. Inevitavelmente ocorre-me a promessa dos Depeche Mode : "Come back to the land / Lets get away / Just for one day." Contudo, bem fincado na realidade, sei que a estrofezinha não passa de um mantra electro-pop irrealizável fora da moldura de um vídeo clip. Who cares ? Ninguém. Seja como for, às sextas, também é certo que todos se evadem dos blogs. Para os resistentes fica o vídeo clip fabuloso dos Rammstein, num cover irrepreensível dos Depeche Mode, profusamente ilustrado pela lente imortal do génio maldito de Leni Riefenstahl em Olympia.
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por estes dias

Espanha está aqui.

quinta-feira, dezembro 14

Era uma vez...

Um dos edifícios mais sui generis de Ponta Delgada - A Casa das Palmeiras, no Largo 2 de Março, está à venda. Um património imóvel incontornável e que tem permanecido ao abandono nos últimos anos. Que função atribuir-lhe!? Um organismo oficial associado ao Turismo!? Um salão de Chá!? Uma casa Museu!? A Preservação e a subsequente Renovação do centro histórico de Ponta Delgada assume-se como fundamental.

quarta-feira, dezembro 13

Reporter X

...* Numa época em que os cortes orçamentais são o apanágio da gestão corrente do país, a Cultura, o parente pobre do orçamento de estado, é das áreas, a par da educação, que mais sofrem com toda a décima que lhe retiram.

Nos Açores exige-se cada vez mais profissionalismo e há mesmo quem fale em tornar a cultura numa fonte rentável. Muito bem. Gostaria que me fizessem chegar a fórmula milagrosa para tais realizações. Quem diz isto não sabe do que está a falar. Pior, ignora o quotidiano de quem (sobre)vive da Cultura. E tem dos Criadores e Gestores culturais uma ideia preconcebida e insultuosa.

São poucos os que conseguem subsistir de forma profissional tendo na deriva cultural a sua fonte de rendimento. Paralelamente e grosso modo, toda a produção regional é realizada tão-somente por intermédio de grupos amadores que, através dos tempos livres dos seus membros, conseguem levar à cena os objectivos a que se propõem. No entanto, muito desse trabalho, meritório é certo, dificilmente evoluirá e muitas das vezes estagna. A formação é pouca apesar da vontade. Pensar o Teatro, a Música e a Dança de forma profissionalizante é desde já uma prioridade. Mas que perspectivas profissionais existem para os formandos da futura escola de ensino artístico prevista para Ponta Delgada!? Um hobby!? A iniciação artística para uma formação artística no ensino superior!?...

O sistema cultural regional (um micro meio!) tem, obviamente, as suas falhas e está longe de ser perfeito. Mas não façamos da Cultura a ovelha negra do despesismo e (um)a culpada da crise que grassa no país. A gestão cultural tem de ser rigorosa e apela, cada vez mais, à imaginação, para do pouco tentar fazer muito.

* na edição de 12/12/06 do AO

terça-feira, dezembro 12

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O comité central do: Ilhas realizou mais uma sessão plenária, naturalmente à porta fechada. O conclave teve lugar na "cantina do bloco", ou seja, os comensais reuniram-se na clandestinidade e na segurança do abrigo do camarada Repórter X. Das notas desta reunião guarnecida com manjares vegetarianos - (o Diktat do Bloco oblige) - fica a certeza de que nada melhor do que pão e vinho sobre a mesa para gerar consensos entre tão díspares criaturas. O unanimismo, como seria de prever, durou apenas o tempo da degustação. Com efeito, depois do Chá (para uns da Irlanda e para outros uma infusão de Gourmet da Colmeia) o debate reacendeu-se em torno da próxima grande Gala do Ilhas. Na verdade, o pomo da discórdia incidiu sobre matérias particularmente fracturantes, como por exemplo, a pré selecção dos candidatos ao prémio revelação da Grande Gala pois, como é já público e notório, será tarefa assaz árdua seleccionar qual será o melhor blog evangélico da ilha Terceira. Apre !
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weekend postcards

Ribeira Grande. 09 de Dezembro 2006. As Ondas estiveram para isso...

segunda-feira, dezembro 11

Desculpe, importa-se de repetir!?...

Qual de nós, em criança, não quis ser bombeiro?
Vasco Garcia in AO de 04/12/06

Reporter X

Calheta. Ponta Delgada. Novembro 2006. O espírito académico anda pouco propenso a actos de civilidade pública e ambiental.

domingo, dezembro 10

ambiente de trabalho

Dividido entre o livro de receitas e os afazeres inerentes à profissão - não houve disponibilidade para a necessária actualização do Post...

sexta-feira, dezembro 8

NÃO, PORQUE NÃO?

Numa visita ao site da plataforma Não Obrigada - eu também acho que obrigada, não - tentei saber quais as razões do Não.
Irónicamente, ou talvez não, o resultado de qualquer dos links (factos, artigos de opinião e argumentário) foi este:

A saborear ...

o recheio do 1.000 folhas, suplemento do Público de hoje, inteiramente dedicado a Mário Cesariny - Cartas inéditas, textos e desenhos de 30 autores.

quarta-feira, dezembro 6

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Prometo que não escrevo aqui, hoje, sobre nenhuma cor específica.

Intervalo publicitário



O Prós e Contras da IVG segue depois da jornada europeia.

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Caro Pedro,
Este teu post de falinhas mansas tem o timbre da habitual sobranceria e soberba com que alguns partidários do SIM (o meu amigo incluído) olham para os partidários do NÃO. Contudo, a tua verdade não é melhor do que a minha. Mas, por outro lado, podemos discutir que projecto de sociedade queremos. Se quisermos uma sociedade dessacralizada dos valores humanos podemos então funcionalizar a vida intra uterina ao bem-estar dessa sociedade; coisa que não repugna aos Socialistas em geral, o que aliás está em congruência com o desvalor personalista da sua doutrina que, em primeiro lugar, coloca a prevalência da sociedade sobre o indivíduo. No resto, não podemos omitir que, a ir avante este projecto do teu Partido Socialista, o que se pretende instituir não é uma simples despenalização, mas sim a institucionalização de um crime sem pena e sem castigo. No fim da linha teremos o aborto a pedido como ultima ratio da contracepção, o que era dispensável, numa sociedade em que, entre outros meios de planeamento da barriga, já vulgarizou o uso do látex. Ademais, a lei vigente já prevê os casos excepcionais de exclusão de ilicitude que a não se verificarem poderão contar com a Jurisprudência suplementar do estado de necessidade. Logo, salvo melhor opinião, não havia necessidade de se abrir a portagem para essa auto estrada liberalizante do aborto cfr. o amigo Pedro Arruda e os seus correligionários pretendem. No resto, claro está que tudo isto será custeado por contribuintes que acaso adoeçam permanecerão em lista de espera muito mais do que 10 semanas, ao invés das senhoras, cachopas e operárias fabris que prioritariamente terão acesso à respectiva marquesa para uma sucção abortiva !!! Acresce ainda que a formulação da pergunta referendária oblitera a responsabilidade do progenitor e é apenas mais um passo na subjugação do homem ao feminismo radical. Lamentável a todos os níveis. Como se depreende muito mais teria a acrescentar mas não tenho tempo...ficará a promessa de uma posta mais desenvolvida e um voto esclarecido no NÃO. Finalmente, mas não menos relevante, gostaria de ver esta matéria discutida a sério por especialistas e práticos das áreas da Obstetrícia-Ginecologia e dos ramos de Direito que, como se sabe, lidam com resmas de processos crime de abortadeiras que têm entupido os Tribunais e cujas pendências só são ultrapassadas pelos processos de execução dos calotes pregados à TMN e Vodafone.

coisas realmente importantes

Não sei bem porquê mas o tema Aborto é dado a todo o tipo de extremismos. No canto do Não juntam-se vários géneros de conservadores e, para grande espanto meu, até alguns desses novíssimos liberais que pululam pela blogoesfera nacional num esforço absurdo por santificar o feto, o que me parece ser o cumulo de uma sociedade, ou melhor, de um tempo que se recusa a ser adulto querendo a todo o custo eternizar a juventude, que é, como todos sabemos, a idade de todas as inconsciências. No canto do Sim congregam-se toda a espécie de abolicionistas, grande parte deles inspirados pelo mesmo tipo de radicalismo dos que estão do outro lado e não se coibindo muitas vezes de usar de retórica e demagogia semelhantes. Eu bem sei que tinha prometido não discutir muito sobre este assunto, mas agora que está lançado o jogo importa fazer um ponto de ordem. Do lado do Não, esse lado que se arroga detentor da verdade do feto, do primado da vida, da santidade do nascituro, é comum, num gesto da mais baixa demagogia, designar o actual referendo como da liberalização, querendo fazer passar a ideia de que este referendo pretende instaurar em Portugal um sistema em que qualquer um se pode candidatar a praticar um aborto. Isto seria irónico, se não fosse grave, é que o que este referendo de facto pretende é impedir que o mercado funcione e impor regras a uma pratica que hoje está liberalizada em clínicas de vão de escada. Este pequeno truque linguístico que têm vindo a ser exaustiva e planeadamente usado revela bem da moral distorcida dos que o empregam que não se importam de mentir com todos os dentes que têm na boca apenas para fazerem vingar o seu ponto de vista. O que está realmente em discussão é a despenalização de um acto médico regido por critérios de saúde pública, tudo o resto, mesmo o individualismo radical de slogans escritos no umbigo, é puro ruído.

segunda-feira, dezembro 4

no Radar

Cat Power hoje na Aula Magna de Lisboa (escusado será referir que bilhetes...já eram!).

Galeria de Vaidades #4



Entrada, 1917 (óleo sobre tela com colagem)
Centro de Arte Moderna (FCG), Lisboa.


Amadeo Souza-Cardoso (1887-1918) nasceu em Manhufe, concelho de Amarante, num tempo em que as elites portuguesas ainda resistiam à litoralização da inteligência. Começo por acentuar esta questão porque me aflige a imparável tendência para a desertificação do interior do país. Quem consultar a cartografia da população portuguesa na Idade Média ficará espantado com a amplitude do povoamento fronteiriço, junto aos chamados portos secos. Para os mais cépticos, aconselho uma vista de olhos pelo Livro das Fortalezas do Duarte Darmas, magnífico registo iconográfico da cordada de castelos raianos que habitualmente caracterizam uma paisagem de fronteira. Portugal sempre voltou as costas à Espanha, é certo, mas dantes olhava-a de frente e do alto das suas torres barbacãs. Agora, toda a gente foge em direcção ao litoral e a geografia das maternidades é regulada por critérios economicistas. O patriotismo está em vias de extinção e a pátria, no seu sentido locativo de "terra onde se nasceu", foi reformatada ao sabor do código postal dos Hospitais das zonas metropolitanas. Sintra, para onde Eça de Queiroz ia pastar, será em breve o concelho mais populoso do país. Poderia continuar pela IC-19 adiante, mas não quero perder de vista o Amadeo amarantino, conterrâneo de Teixeira de Pascoaes, o grande ideólogo do saudosismo nacional e autor da Arte de Ser Português.
Ao contrário de Pascoaes, Amadeo Souza-Cardoso trilhou o caminho dos estrangeirados e em 1906 foi para Paris estudar Arquitectura. Alojado em Montparnasse, onde os vapores verdes do absinto lhe coloriram a imaginação, depressa trocou o estirador pelo cavalete e, entre 1908 e 1916, consolida a sua formação no convívio mundano e artístico de Amadeo Modigliani, Juan Gris, Robert e Sonia Delaunay e Max Jacob, Constantin Brancusi e Alexander Archipenko. Até parece mentira, mas Domingos Rebelo também andava por lá nessa altura (1906-1912), graças a uma bolsa da família Andrade Albuquerque, que muito cedo apoiou a inclinação do jovem micaelense para o desenho e pintura. Porventura devido à sua tenra idade (15 anos) e ao enquadramento quase colegial da sua estadia em Paris, Domingos Rebelo passou ao lado das vanguardas e não respirou o l'air du temp, coisa que Amadeo Souza-Cardoso fez com sofreguidão ao ponto de se tornar o primeiro pintor modernista português com razoável projecção internacional. O grande José de Almada Negreiros, que lhe dedicou aquele seu admirável texto K4 Quadrado Azul, dizia com justiça no catálogo da Exposição Abstaccionismo (Lisboa, Liga Naval, Dezembro 1916) que Amadeo era a primeira Descoberta de Portugal na Europa do século XX. Foi uma descoberta, de facto, e tão primeira quanto efémera, pois Souza-Cardoso sucumbiria pouco tempo depois, em 1918, à epidemia da gripe pneumónica, entre nós significativamente conhecida pelo nome de a espanhola. Morreu em Espinho, a terra onde o seu amigo Manuel Laranjeira se tinha suicidado alguns anos antes. O desaparecimento prematuro de Amadeo e de Laranjeira simboliza como que um Portugal moderno nado-morto e nem mesmo a geração do Orfeu me faz esquecer essa perda irreparável.
Se forem a Lisboa nesta quadra natalícia e quiserem saber o que Portugal não foi e podia ter sido, passem uma tarde na Fundação Calouste Gulbenkian a ver a Exposição do Amadeo Souza-Cardoso e lembrem-se que ele nasceu perto de Amarante.

domingo, dezembro 3

VideoClube

O Ódio (La Haine) de Mathieu Kassovitz em edição especial que comemora os 10 anos do seu lançamento. O filme reflecte 24 horas da vivência estigmatizada (e tensa com as autoridades) dos jovens e das populações que vivem nos arredores da capital francesa. Visionamento obrigatório!..

Alta Fidelidade

Guida de Palma & Jazzinho Por via da última SnC, entregue por mão amiga, dei com uma relíquia dos idos 90's difundida pela ecléctica (à época!) playlist do HQ - a portuguesa Guida de Palma num projecto produzido por Ed Motta. Hoje é referência em Londres e já gravou com os Kyoto Jazz Massive. Portugal e o Brazil andam a dar que falar, senão leia-se o que dizem, por exemplo, de ST. A coluna de referências sonoras do :ILHAS já está uptodate...

CC

Finalmente adaptada para Portugal.

CC1












CC2













Vídeos com licença Creative Commons



Uma selecção do Pior

Para conferir e sobretudo votar.

sexta-feira, dezembro 1

verde:vermelho

Em dia feriado de celebração da Restauração da independência nacional os olhares da nação estão suspensos noutro desafio. Um abraço+parabéns ao André e que a festa seja Verde. Até já...

Às vezes até o inacreditável é possível

A história é simples e pode ser contada em poucas palavras. Durante dois anos os proprietários do Concelho de Ponta Delgada pagaram o Imposto Municipal sobre Imóveis à taxa máxima, isso deu alarido e no ano passado, que foi ano de eleições, a Câmara baixou o imposto. Nada de especial, estava no seu direito e foi bem feito. Dá-se o caso porém que agora, um ano passado sobre umas eleições e três anos antes de outras a Câmara vai e sobe novamente o IMI para a taxa mais alta. Está no seu direito, sem dúvida, mas o que é mais inacreditável é que nessa ânsia moderna de mediaticamente justificar ao povo o injustificável a Câmara decide fazer passar a mensagem de que este aumento do imposto é uma medida para incentivar a recuperação dos imóveis degradados. Diz a Câmara que ao aumentar o IMI de um imóvel antigo de 0,4 para 0,8 e no acto prometendo que se o proprietário fizer obras o imóvel será reavaliado e passará para 0,3 está a fomentar o mercado à recuperação dos imóveis, uma vez que a proliferação de edifícios degradados é uma chaga que afecta o Concelho. Nem o saudoso e recentemente falecido Milton Friedman, pai do liberalismo económico moderno, se lembraria de tal coisa. Desde quando o aumento de um imposto é um incentivo ao investimento? Pergunto eu e perguntará certamente o leitor. Pois, mas o problema não está aí, o verdadeiro problema está naquilo que a Câmara não diz e que os jornalistas da nossa praça também não perguntam, não investigam e não noticiam. É que como qualquer pessoa com dois dedos de testa pode perceber é que é por razões de orçamento e de tempo político que a Câmara Municipal de Ponta Delgada decidiu aumentar as Taxas de IMI para ver se arrecadava mais uns milhões, porque, como toda a gente sabe, o IMI é dos impostos municipais aquele que mais dinheirinho dá às Câmaras, só que como isso é uma medida politicamente impopular os demagogos de serviço na Câmara inventaram esta estupidez de que isso é uma medida para incentivar a recuperação dos imóveis degradados. Ora bem, imagine o leitor que é dono de uma casa que é assim para o antigo e que está avaliada em 1000 euros, a casa até está um poucochinho degradada e por causa desta nova medida o leitor decide fazer umas obras, recuperar o imóvel, pedir nova avaliação e ver se em vez de pagar 0,8 sobre 1000 euros consegue passar a pagar 0,3. Mas o que a Câmara não lhe diz e que eu lhe digo, caro leitor, é que depois das obras e depois da avaliação o seu prédio que valia 1000 passa a valer, sei lá, 10 000 e é muito diferente pagar 0,8 de 1000 e pagar 0,3 de 10 000, não é caro leitor? Existem outros exemplos da nefasta retórica política, que hoje em dia está na moda, e que foi exaustivamente usada pela Câmara neste assunto, como essa esterqueira de dizer que uma taxa que sobe de 0,2 para 0,3 só subiu 1 ponto percentual quando na verdade o que está em causa é que o valor dessa taxa subiu 50%, já para não falar no aumento de 100% na taxa que subiu de 0,4 para 0,8, mas isso já era bater de mais nos jornalistas, que no fundo são apenas os mensageiros, quem faz a mossa são os políticos, políticos esses que nós merecíamos que fossem melhores. Enfim, é o Portugal que temos e como é 1 de Dezembro vale a pena dizer: Viva España!