segunda-feira, julho 5

1924 - 2004



Marlon ... de Brando apenas possuía o apelido. No resto foi um belíssimo animal cinematográfico e uma fera inadaptada no nosso Mundo. Dele disse Bernardo Bertolucci que « foi um anjo enquanto homem, um monstro enquanto actor. Agora, com lágrimas nos olhos, penso que, ao morrer ele se tornou imortal ». Daqui em diante permanecerá no limbo do celulóide ou ressuscitará em clássicos do cinema reeditados em DVD. Ficará para sempre na retina a imagem de the wild one associada à tragédia de uma vida pessoal mergulhada na solidão e numa bulimia auto-destrutiva. Do «chocante» Kowalski de « Um Eléctrico Chamado Desejo » ao apocalíptico coronel Kurtz que, no limite do horror, prenuncia que tudo se dissolve e tudo se consome pela natureza evoco, entretanto, a personagem de « Revolta na Bounty ». Deste filme, menos agraciado pela crítica, guardamos não só o duelo de consciência entre Liberdade e Autoridade mas, também, uma imagem naif do Éden povoada de belíssimas vahinées num crepuscular registo em technicolor...certamente bigger than life já que o cinema já não se faz assim e a vida pouco tem de cinematográfico.

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