domingo, novembro 3

Aguenta-te sempre.

Meter a viola no saco e fugir a sete pés. Empacotar e seguir, fugir para outra dimensão. Zarpar que se faz tarde. Correr a tentar, tentar para conseguir, aguentar para não fugir, travar para não embater de frente. Com mais ou menos liberalização, os senhores do costume mandam e desmandam, sem que para tal sejam orientados por uma conduta ética. De fio a pavio nada se consegue, mesmo para aqueles que se esforçam em prol da coerência. Será que estamos condenados a marinar neste estado de letargia em que aparentemente mergulhamos?

Vemos por todos os lados, a todas as horas, sinais de aviso, achtung, advertencia, warning, attention, attenzione, opgelet e não ligamos porque estamos como contentes, em fuga para a frente, contracenando com a amizade, derramada em baldes de cola. Estes são os dias que correm, com todos a fazerem os fretes habituais e, no mais profundo silêncio, arrastam, quase todos, o fio da amargura que os prende aos compromissos assumidos e às expectativa criadas. Mas há os que não fogem, os que não correm, os que não falam, os que não gostam, os que não discutem, os que não sorriem, os que não lutam mas, não se apercebem. Por outro lado, julgam muitos os muito poucos que idealizam. Gozam os poucos pelos muitos que sofrem. O desequilíbrio acentua-se aceleradamente e, como o amanhã demora a chegar, paramos todos.

Açores, aguentem-se firmes! Alguém há de nos vir tirar deste suplício (parece ser, pela ausência de atitude, o que muitos pensam).

11 comentários:

Anónimo disse...

até tou agoniade. poça, amigue.

Anónimo disse...

Caro Carlos Rodrigues
Não sei se deva embandeirar em arco com o teu texto, ele é de facto bem escrito, reflectido, critico quanto baste e capaz de nos fazer pensar, mas será que se justifica este tom tão cauteloso neste momento tão especial da nossa história democrática?
Penso que não, mau grado ter que ficar contente por ele ser a manifestação que alguém esta vivo neste blogue mesmo que seja com um estilo muito suave para a realidade angustiante que se vive com este desgoverno de Passos e Portas...
Seja como for os meus parabéns pelo texto que seja a sua inteligência a fomentar outras e mais acaloradas vozes criticas...
Açor

Anónimo disse...

A pobreza moribunda da India, esse gigante de mil milhões, ajuda-nos a relativizar.
O sorriso de uma criança de São Tomé, descalça, vestida de trapos e que pensa só o dia a dia, ajuda-nos a perceber.
A felicidade de um casal marroquino, ele a curtir peles e ela a acartar lenha, faz-nos pensar.
Viajar, sempre valeu mais do que carradas de cadeiras tiradas na universidade.
A satisfação, que contrapõe a agonia do artigo, não é comercializável.
É cada um que a faz.
O meu bisavô, que em tempos de crise criou 14 filhos, foi sempre um homem feliz.

Anónimo disse...

Vou ser muito sincero. Este tipo de texto irrita-me solenemente. Propositadamente ambíguo e sinuoso não é, decididamente, um tributo á frontalidade. Pode ser lido de milhentas perspectivas, conforme o gosto do artista. É uma coisa insípida que finge ser o que não é. Excessivamente barroco, desnecessariamente contorcido e barroco.

De frontal não tem rigorosamente nada. É uma crítica camuflada e tímida comum nas sociedades onde a livre expressão era severamente punida por repressão estatal ou convenção social.

Detesto este tipo de escrita.

Anónimo disse...

Vou ser muito sincero. Este tipo de texto irrita-me solenemente. Propositadamente ambíguo e sinuoso não é, decididamente, um tributo á frontalidade. Pode ser lido de milhentas perspectivas, conforme o gosto do artista. É uma coisa insípida que finge ser o que não é. Excessivamente barroco, desnecessariamente contorcido e barroco.

De frontal não tem rigorosamente nada. É uma crítica camuflada e tímida comum nas sociedades onde a livre expressão era severamente punida por repressão estatal ou convenção social.

Detesto este tipo de escrita.

Anónimo disse...

Excessivamente barroco, desnecessariamente contorcido e ELABORADO.

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Anónimo disse...

tas a ver o gajo que quer quer dizer mas q n tem coragem para o fazer.

o que os gajos assim escrevem são textos destes: coisas que querem dizer uma coisa e o seu contrário.

os criticados não são nomeados. alusões pouco precisas.

bulshit!

ezequiel

Anónimo disse...

a timidez revoltante...

no estado em que APARENTEMENTE mergulhamos??

o termo "aparentemente" sugere que, afinal, o letárgico pode ser o seu contrário.

então, Carlos: Mergulhamis ou não mergulhamis na marinada da letargia???????

sim ou sopas.

esta coisa do aparentementi é muito...escorregadia!!!

Anónimo disse...

É uma crítica camuflada e tímida, comum nas sociedades onde a livre expressão era severamente punida por repressão estatal ou convenção social.

Anónimo disse...

Gostei do post!

Anónimo disse...

Eu também gostei muito do post. Deliciosamente ambíguo. Adoro a ambiguidade e as suas muitas virtudes. A primeira e mais importante é de nos permitir dizer X e o seu oposto na mesma frase sem que tal façanha pareça estranha, contraditória ou moralmente repreensível.

Por exemplo, os "senhores do costume" (no dito texto) podem ser:

Escolha múltipla.

A) O Governo de Passos
B) O GRA
C) O Papa
D) A Maçonaria
E) A Opus Dei
F) Os Judeus
G) A Banca
H) A Troika
I) A UE
J) As Nações Unidas
K) Os Templários acompanhados pelo José Rodrigues dos Santos
L) O Movimento LGBT
M) Os Marretas
N) Wall Street
O) City of London

Aqueles que se esforçam "em prol da coerência" são:

A) A esquerda radical
B) A esquerda champanhesca e insípida do PS
C) A direita salazarista
D) A extrema direita
E) O Papa
F) A Sociedade Civil