Eu sei que foi ontem. Mas é hoje também. E será amanhã.
E será ainda durante muito (quanto, oh deuses?) tempo.
O ano de 2012 ficou registado em imagens. Imagens que doem.
Fica aqui um desses registos, de um dos nossos fotógrafos maiores: José António Rodrigues.
12 comentários:
Olá Renata,
esta fotografia foi tirada nos Açores mas, infelizmente, podia ter sido tirada em qualquer lugar do nosso Portugal. Aquilo que eu fiz, foi a denuncia de que a crise também já chegou ao lixo, ou seja, quem por opção, como é o caso deste homem, anda ao lixo, também está a passar por dificuldades, pois o que encontra já não tem a "qualidade" de outros tempos. Não há mais nada por detrás desta imagem. Não há intenção de ridicularizar ninguém, não foi montagem, não lhe paguei!!!O senhor estava ali, a fazer aquilo que está fotografado.Tem havido algumas criticas sobre a fotografia. Eu digo: se alguém tivesse visto isto, e a seguir escrevesse, a situação estava resolvida. Mas como está fotografada, já é montagem, paguei, eu sei lá o quê. Apenas este esclarecimento.
Obrigado, JAR
JAR.
Olho para esta fotografia (que podia ter sido tirada nos Açores, em Londres, na Rússia ou nos EUA) e o que vejo (ou o que sinto) é uma tristeza enorme, uma sensação de solidão atroz, a degradação humana perante a crueldade dos tempos. A questão é que esta cena - tão real quanto dramática -, se pode ser vista por quaisquer olhos, só consegue ser captada pela objectiva de um olhar como o teu, absolutamente sensível em todo o seu profissionalismo.
O mundo deve muito a olhares assim, como o teu e o de outros fotógrafos da mesma "natureza", que nos põem a VER aquilo para que muitas vezes só OLHAMOS. Essa é, com toda a tristeza que as imagens carregam, a mestria de um grande fotógrafo.
Parabéns - SEMPRE - pelo excelente trabalho.
"Não há intenção de ridicularizar ninguém, não foi montagem, não lhe paguei!!!O senhor estava ali, a fazer aquilo que está fotografado."
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Caro JAR,
Onde é que foi acusado de ridicularizar, montar ou pagar?
Cara Renata Botelho
Sem dúvida que a fotografia é forte, leva-nos a pensar o mundo e o tempo em que vivemos, mas sinceramente não sei se estamos confortáveis na liberdade de expor os outros à sua fragilidade humana?
Será que o visado dá o seu consentimento a esta exposição?
Certamente se fosse de outra condição poria os seus advogados a tratar das pendências jurídicas do caso...
Não duvido, nem na boa vontade do qualificado fotografo, nem nas digníssimas e elevadas intenções da autora,mas fico na dúvida, entre agitar as mentes da sociedade adormecida e respeitar o bom nome à imagem do visado.
Julgo eu que não é pelo facto de ser montagem, nem pelo pagamento(que seria até um motivo desculpabilizante e de adesão pelo visado)que está o busílis do problema, a questão é mesmo a de saber se o individuo em causa deu o seu consentimento livre e esclarecido à publicação da imagem.
Resta-me só concluir que mesmo considerando que este evento teve as melhores intenções do mundo, poderá sempre ser questionável, ou mesmo implicar acções judiciais.
Saudações
Açor
Caro Açor
Claro que as questões do consentimento são sempre extremamente relevantes e delicadas. Creio que, num projecto desta natureza, isso terá sido acautelado, mas só alguém directamente ligado a ele é que poderá responder.
De resto, quando fala das "intenções da autora", não sei se se refere a mim... Devo esclarecer, se for o caso, que não tive qualquer autoria neste projecto, limitando-me a "puxá-lo" para o :Ilhas, quer pelas questões (e angústias) que nos coloca, quer por apresentar, entre os vários fotógrafos, o JAR, uma referência maior, incontornável, neste campo.
Um abraço.
montage? nahhh. of course not. people love to be humiliated.
Açor is a decent man.
Well put.
It is a MONTAGE.
It is so OBVIOUSLY A MONTAGE.
ONLY A FUCKING RETARD WOULD PRESUME TO BE ABLE TO SELL IT AS ANYTHING ELSE.
Cara Renata Correia Botelho
Quando falei em autoria limitei-me a considerar o auto de tornar publico a imagem no blog...
Eu questionei em abstracto a divulgação das imagens chocantes com carácter social, pois não tenho certezas sobre a validade da sua divulgação...
Em parte existe um poder na força da imagem, um pouco como a máxima da imagem valer mil palavras, mas por outro, existe uma linha que separa a liberdade de quem é exposto, com a liberdade de quem expõe e dos motivos porque expõe.
Mas se pelo contrário as imagens são criadas como teatro, deixa de existir qualquer reserva.
Não tenho (a concluir) qualquer problema que se use as imagens necessárias para agitar consciências, desde que elas próprias não ataquem os valores que os autores quiseram defender e que sejam assumidos voluntariamente pelos representados, e que por fim sejam de bom gosto, equilibradas e apontadas à recuperação e instituição de valores superiores aos atacados ou representados.
Saudações Açor
Foi montagem, sim senhor.
Confirmado por 3 testemunhas com quem o dito confidenciou.E pelo próprio, depois de abordado e de confrontado com as testemunhas (com quem confidenciou).O Sr JAR que se prepare.O dito vai mover-lhe uma acção em tribunal por difamação.
Vai ganhar duas vezes.Passar bem.
Montagem ou não, há um ser humano a comer num balde que, na nossa terra, era, antigamente, chamado um balde de lavagens...para dar aos porcos com cascas e restos de comida. É disso que se trata! De uma realidade, com montagem ou não, com mais cor ou não...que importa se é entre dois contentores de lixo ou não???? Na REALIDADE não há montagens! Quem pensa o contrário não sabe nada, não conhece nada, não vê nada...e ainda perde tempo com tretas sobre ajustes de imagem! Sejam sensíveis, mas é e reflitam sobre o que DE FACTO é a "pele" de muita gente...entristece-me profundamente ver imagens como esta, mas enytristece-me mais ainda a insensibilidade...
Teresa,
Consegue discernir a diferença entre uma montagem e a realidade?? A montagem é, como o próprio conceito sugere, algo que NÃO é real. Pode recriar, ser inspirado ou até reflectir o real mas não é o real.
Antes de escrever, sugiro que pondere um pouco sobre as palavras que debita.
Isto foi vendido como real. Afinal é montagem. Ou seja, o homem é um charlatone. Tentou vender a montagem como real.
Percebeu ou quer que lhe explique com mais vagar o significado das palavras que usou?
Eu gostaria de a pôr, à laia de montagem, a comer de um balde de lavagem... a seguir exporia a sua fotografia num evento de pseudo intelectualoides em Lisboa...Não sentiria que a sua dignidade foi lesada??? Tudo em nome do REAL, da revelação do REAL (q afinal não é real coisa alguma dado tratar-se de um montagem NOJENTA!!) Gostaria que lhe fizessem isto??
V Exa é burra ou simplesmente insensível???
Mais interessante ainda seria fazer uma montagem de um fotografo que parasita a miséria alheia (sempre em nome do real colectivo, claro!!), o contraste do so shoking, para se propulsionar no meio artístico.
Não me oponho ao direito do sinhor fitografo de fotografar ou montar o que bem desejar. Ele é livre para fazer o que lhe apetecer. Todavia, a mesma liberdade da qual ele usufrui para montar x ou y pode também ser utilizada por mim para o criticar.
Percebeu?
Ele e eu estamos ambos a exercer a valor supremo da liberdade. Ele usou o miserável e eu critico-o livremente por isso. Não quero que esta repugnante criatura seja presa ou punida legalmente (o fotografo). Apenas critico a sua insensibilidade e a sua postura parasítica.
A liberdade é assim. Se ele a pode usar para montar eu também a posso usar para o criticar.
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