terça-feira, janeiro 27

A Batuta ou a Havaiana

Quem, como eu, está prestes a terminar um mandato na Assembleia Municipal de Ponta Delgada já espera tudo por parte da Dra. Berta Cabral, ou melhor, já não espera nada. Só quem a acompanha de perto é que se apercebe do estilo e da actuação política da nova e messiânica lidere do PSD-A. Os seus achaques, a sua arrogância, o pendor ditatorial da sua actividade política, o tom mais ou menos excessivo do discurso e a facilidade com que lhe foge o pé para a Havaiana. Eu próprio já fui vitima directa de um desses momentos, mas adiante… o Açoriano Oriental de hoje é paradigmático daquilo que é o estilo político da Sra. Se sobre a foto da 1ª página não vale a pena fazer muitos comentários, sobre a notícia da última já se torna importante reflectir um pouco. Para se defender da legítima acusação da instrumentalização da Câmara Municipal para fins partidários a Dra. Berta atira-se sonsamente ao filho de Carlos Cesar, numa comparação idiota, injustificada e quase grosseira. Esquece a Dra. Berta que se na verdade são os directórios partidários que aprovam as listas de deputados, é o voto popular que as legitima. E se de alguma maneira a escolha de Francisco Cesar para as listas do Partido Socialista podia ser criticada, essa critica deveria ter sido feita na campanha eleitoral. Neste momento usar a genealogia como arma de arremesso político é uma forma de ataque torpe a um deputado eleito que tem todo o direito de cumprir o seu mandato na melhor das suas capacidades independentemente de ser filho, sobrinho ou enteado seja de quem for. Eu sou insuspeito para fazer a defesa do filho de Cesar, nem ele precisa que eu o faça, mas já é tempo de trazer para a praça pública a verdadeira Dra. Berta. Quem gosta de política e acompanhou o Congresso do PSD-A não pode deixar de reparar no teor dos discursos da Sra. pilhados de ditados populares, lugares comuns e metáforas mais ou menos brejeiras. Como se a totalidade do discurso político da líder do PSD-A se resumisse ao conteúdo de um Dicionário Popular, agora a brejeirice chegou à arena do combate político. É caso para dizer duas coisas: Merecíamos Políticos Melhores e volta Carmo Rodeia, estás perdoada…

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