quarta-feira, dezembro 31

No fundo é o absurdo

Na história dos povos nunca é demasiado tarde para realizar o sonho e cumprir a esperança. Nunca é tarde desde que saibamos ser fortes e unidos, desde que tenhamos orgulho no que somos e desde que saibamos o que queremos ser.
O que os momentos altos da nossa História nos ensinam é que somos um povo marcado pela insatisfação. Que nos marca a ambição de fazer mais e melhor. Marca-nos a ideia de que somos agentes da História, senhores do nosso destino.


Aníbal Cavaco Silva, discurso de tomada de posse como Presidente da República, Lisboa, 9 de Março de 2006

terça-feira, dezembro 30

segunda-feira, dezembro 29

Frase do Ano

Votado e retirado do Arrastão. O imprescindível vídeo complementar.

post curto

Não é sem uma certa angústia que o digo, tanto mais que não sou, nem nunca fui, um entusiasta da personalidade política do Professor Cavaco. Mas, devo dizer que nesta matéria S. Exa. o Presidente da Républica tem, desde o início, toda a razão. Só não compreendo como, depois da veemência do discurso e da gravidade que o Presidente lhe dá, não dissolveu, hoje mesmo, o Parlamento (ambos os Parlamentos...), será que está à espera de melhor imprensa?

Local time (GMT-01:00, Azores)

O Presidente e a espectável promulgação do Estatuto Político-Administrativo dos Açores em discurso directo ao país pelas 20h15 (19h15, hora local).

domingo, dezembro 28

Os melhores discos de 2008



nº5 "dear science" tv on the radio

Finais de setembro. No bairro de brooklyn, em nova iorque, desde 2006, é conhecida a vida e a música de um grupo que nunca escondeu óbvias referências a david bowie, prince e aos talking heads, sobretudo na sua fase de maior criatividade, em finais de 70 e inicios de 80. Os tv on the radio apresentaram-se em 2006 através do magnifico “return of the cookie mountain” onde se cruzaram as canções com as linguagens capazes de trazer algo novo ao meio indie pop americanos nestes anos 00. dois anos depois, o regresso é servido com a mesma excelencia do formato ensaiado na estreia, mas depuraram-se fórmulas e arranjos e o multiracial quinteto transforma-se em 2008, num dos mais sérios nomes da vanguarda da canção. Até o título do disco é irónico e perfeito. Num tempo em que qualquer fenómeno online atrai mais atenções do que a música, “dear science”, não só reafirma o estatuto de uma banda referência desta década como ali está um dos melhores discos escutados em 2008.

nº4 “fleet foxes” fleet foxes

Junho 2008. Chegaram ao inicio do verão e traziam uma das mais surpreendentes apresentações do ano. Naturais de seattle, já haviam editado um primeiro ep em 2006, mas estava reservado para 2008 essa enorme vaga de interesse que a folk suscitou. E em grande parte eles são disso mesmo responsáveis. Chamam-se fleet foxes e têm um disco que já faz parte de muitas das listas que assinalam os melhores álbuns de 2008. Para o agente provocador, ou seja , para aquele que aqui está todas as noites na antena 1, entre os melhores do ano os fleet foxes no nº 4.

nº3 "third" portishead

Abril 2008. Num mundo mais sombrio que há 14 anos, os portishead escolheram voltar. Em 94 eram diferentes as ferramentas de comunicação entre música e público e o seu inicio não poderia ser mais próximo do ideal. “dummy” transformou-se num disco de dimensão histórica e é ainda hoje visto como a referência fundamental da música dos anos 90. O regresso em 2008 para um terceiro álbum colocou no mapa de acontecimentos do ano, um conjunto de canções densas, desconcertantes até, a marcar nova fase da existência dos portishead. Valeu apena esperar dez anos por um dos melhores discos deste ano e não será preciso esperar muito plo seu sucessor, anunciado que está o inicio das gravações para um novo disco, já em 2009 com direito a digressão mundial. Mas é de 2008 que hoje o agente provocador faz a escolha e a avaliação.

nº2 “vampire weekend” vampire weekend

Março 2008. O entusiasmo da blogosfera e certos circuitos mais universitários em território americano nos últimos dias de 2007, deu lugar em março deste ano a uma das certeiras apresentações de 2008. No mapa, outra vez nova iorque, desde o inicio da década, de novo , a capital mundial da pop e do rock de matriz mais alternativa. Ali vivem e trabalham os vampire weekend. Donos de uma inesgotável capacidade em reformar o legado new wave que agora se deixou contagiar por sons importados de uma áfrica que já havia deixado marcas na carreira de paul simon e dos talking heads, e daí as semelhanças… Os vampire weekend souberam reunir canções com sabor a clássicos da canção pop e o seu disco de estreia foi, sem dúvidas, um dos maiores acontecimentos do ano.

nº1 “oracular spectacular” mgmt

Março 2008. São uma dupla, e na verdade conheceram-se nos dias da faculdade. Há três anos lançaram um EP, que passou longe das atenções globais. Actuaram ao vivo mas, Quase se separararam numa altura em que o circuito de bares e a indústria dos discos neles não reparavam... Mas em finais de 2007 tudo mudou. E muito a tempo A tempo de recuperarem a confiança e a inspiração e dessa nasceu um álbum. Talvez o maior vício deste agente provocador e ao seu gira-discos. Chamam-se mgmt e é certo que dividiram opiniões, mas assinam um dos discos a inscrever na história pop de 2008. “Oracular Spectacular” chegou aos escaparates em março e fez-se anunciar ao som de Time To Pretend, um dos mais viciantes singles pop que o ano escutou. O álbum, confirmou a boa impressão deixada pelo primeiro single, mas mais do que isso, o disco mostrava um autêntico carrocel de imaginação e prazeres que a pop parece ainda ser capaz de fazer nascer numa nova geração dos seus criadores. Canções feitas do psicadelismo de 60 e 70, mas também com nova identidade e capaz de servir, no nosso tempo, de cartão postal perfeito de uma década de dois zeros, que também por este som será certamente recordada. Melhor disco do ano, no agente provocador.

melhor disco nacional de 2008

“lusitânia playboys” dead combo


Herberto Quaresma
Dez'08

Y

O melhor de 2008 para o Público.

Sem + Nem -

"Os livros em Portugal são indecentemente caros"
Nem sempre partilho da opinião de António Lobo Antunes mas em relação a este assunto não podia estar mais de acordo.

sábado, dezembro 27

Aviso à navegação

O :ILHAS acusa elevados níveis de açúcar no engenho, uma situação à qual não somos alheios e que tem prejudicado a fluidez de edição. Pedimos desculpa pelo incómodo causado. Retomaremos a emissão assim que o sistema normalize...

quarta-feira, dezembro 24

A Sagrada Família

Fev'08. Guimarães. ...

O tempo não volta para trás

Altura para balanços, repensar o ano, e vislumbrar o que ficou feito e o muito que ficou por realizar. No final deste ano político o discurso fica indubitavelmente avalizado pela crise ou pelas repercussões de uma crise financeira cuja extensão ainda não vislumbramos na sua plenitude mas cujo déficit de liquidez tornou visíveis as fragilidades do sistema bancário. E, por arrastamento, da economia real.

Numa conjuntura menos favorável há quem daí tente auferir dividendos e os rentabilize politicamente, numa lógica de capitalização selvagem. Noutro sentido, e contrariando esta deriva, é tempo de induzir confiança, delimitar os discursos e juízos catastrofistas, assumindo uma atitude ponderada e realista. Independentemente do melindre da situação global actual, temos de olhar o futuro com ânimo e perspectivar soluções de combate a estes tempos de incerteza, com uma certeza porém – estamos perante uma época em mudança e a situação futura dificilmente encontrará paralelo com o tempo passado. O paradigma futuro será de adaptação a novas realidades quer do foro económico quer civilizacional. Podemos eventualmente elaborar um cenário hipotético e efectuar um paralelismo com a “emergência planetária” que vivemos - será este o aviso de que necessitamos para alterar procedimentos e práticas insustentáveis?! Parece-me que sim (e com esta posição não pretendo ser apocalíptico, é quanto a mim uma convicção construtiva).

O Natal está associado a um tempo religioso, do reencontro das famílias, à solidariedade e à reflexão. Paralelamente, não podemos omitir que esta época tem agregado um forte lado mercantilista, de consumo desenfreado e de excesso(s). Pelo que não é despiciendo recordar que estes são bons momentos para colocar em prática alguns procedimentos ambientais. Nessa medida, proponho uma visita ao site da Quercus, onde podem encontrar algumas sugestões de fácil implementação, por forma a concretizarmos um Natal mais ecológico, contribuindo, desta forma, para um ambiente mais protegido e equilibrado.

O Planeta agradece. E o tempo como já sabemos não volta para trás...


* edição de 23/12/08 do AO
** Email Reporter X
*** Imagem X Google

domingo, dezembro 21

Postal de Natal




A Victoria's Secret sabe bem que o Natal não é só para as crianças. E eu também sei que atravessamos tempos difíceis, mas esta é uma quadra de complacências e não custa nada lavar a vista.
Merry Xmas, blogosfera

Aviso à navegação

O prato era um ilustre ornamento e a música vai permanecer por aqui mas não obstante isso o header do :ILHAS passa a ter um motivo mais condicente com o período. A foto em destaque foi gentilmente cedida pelo Francisco.

sábado, dezembro 20

Incontinências

É oficial, o Natal já chegou...

Listas

Tempo de compactar o ano em lista(s): o Y condensou os filmes mais vistos, durante 2008, em Portugal. Outros balanços em Sound + Vision pela pena de dois dos críticos mais influentes da praça lusa.

sexta-feira, dezembro 19

sinistra

Nos últimos dias fui, não sei se acusado se elogiado, de estar a ficar parecido com o Manuel Alegre. Do ponto de vista de um certo marialvismo intelectual, confesso que, é uma comparação que me agrada. Por outro lado, para alguém que como eu sempre procurou uma aplicação pragmática das ideologias, deixa-me algo desconfortável a aproximação ao diletantismo político de Alegre. No entanto, quando sou confrontado nas notícias com coisas como esta preenche-me uma enorme vontade de, com a voz e o altivismo garboso do bardo de Abril, vir a público insultar um governo, do meu partido, que se lembra de propor tamanha enormidade. Olhar para o actual estado das coisas faz-me lembrar esta maravilhosa cena de Nanni MorettiPor favor digam, façam, qualquer coisa de esquerda

Feios, Porcos e Maus *

(...) os portugueses tendem para a esquerda não é por causa de teorias. Os portugueses são de esquerda porque, no essencial, são mal pagos; e não são mal pagos no meio de outros igualmente mal pagos. Os portugueses mal pagos trabalham todos os dias para os portugueses bem pagos. Mesmo os muito mal pagos têm de "conviver" com os muito bem pagos. E uns e outros apercebem-se da diferença.»
Pedro Lomba in DN de 10.12.08

«(...) Em tempos - no tempo do cavaquismo - houve uma resposta de direita à ansiedade social dos portugueses: essa resposta passava pelo mercado, o empreendedorismo e a europeização do país. O eleitorado respondeu-lhe efusivamente, dando maiorias de mais de cinquenta por cento a Cavaco Silva. Mas hoje a direita desistiu de dar resposta à desigualdade, ou simplesmente falhou. E o eleitorado vira-se para outro lado.»
Rui Tavares no Público de 10.12.08

«Não há líderes a prazo!»
Carlos Costa Neves in AO de 12.12.08

«(...) quando regressei reparei que a RTP Açores tinha substituído o deputado do PSD Clélio Meneses pelo Nody. Fiquei na expectativa para perceber se teria havido alguma intenção em ilustrar o discurso de Clélio Meneses em formato de BD, para que as crianças entendessem, ou se outro argumento qualquer, de inovação superior na programação da RTP Açores, estaria para acontecer.»
Rui Simas in AO de 12.12.08

PSD acusa Governo de «chegar sempre atrasado»
Paulo Rangel citado pelo Sol de 13.12.08

«(...) em democracia há sempre soluções para os problemas»
Manuela Ferreira Leite na sua Mensagem de Natal em 17.12.08

«Agora vou fazer desporto»
Santana Lopes ao CdM minutos antes do seu nome ser confirmado como candidato à Câmara de Lisboa

«Se vivemos tão mal, porque carga de água o medo de morrer é tão grande? Quantas pessoas felizes conheço?»
António Lobo Antunes in Visão


* O lado B do Vox Populi
** Foto The Cleverest

quinta-feira, dezembro 18

R.I.P

Para além do lado familiar, inerente, foi, igualmente, bom conselheiro, amigo e pelo qual tinha, obviamente, muita consideração. Peace!

Colheita de 2008

Jack Johnson – Sleep Through the Static | Cat Power – Jukebox | Dodos – Visiter | Black Kids – Partie Traumatic | Midnight Juggernauts – Dystopia | Hercules and Love Affair | Foals – Antidotes | Adele – 19 | Kings of Leon – Only by the Night | Oasis – Dig Out Your Soul | Dennis Wilson – Pacific Ocean Blue | Supergrass – Diamond Hoo Ha | Bloc Party – Intimacy | British Sea Power – Do You Like Rock Music? | The Raconteurs – Consollers of the Lonely | Duffy – Rockferry | Sigur Rós – Met Sut Ieyrum Vit Spilum Endalaust | Kanye West – 808’s & Heartbreak | Os Pontos Negros – Magnífico Material Inútil | Glasvegas | The Fireman – Electric Arguments | Thievery Corporation – Radio Retaliation | Joan As Police Woman – To Survive | Jamie Lidell – Jim | Cut /// Copy – In Ghost Colours | Lambchop – OH (ohio) | American Music Club – The Golden Age | The Walkmen – You & Me | MGMT – Oracular Spectacular | Vampire Weekend | Bon Iver – For Emma, Forever Ago | Fleet Foxes | Camané – Sempre de Mim

Melhor disco do ano:
The Last Shadow Puppets – The Age of the Understatement

coisas realmente importantes

SLB vs Metalist



é pó oito a zero, vamos embora!

Person of the Year 2008

No more, No less... Para conferir na Time.

AP/JNAS/Best of 2008

Agente Provocador / JNAS / Best of 2008...
# 1

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Disco : Velocifero
Autor: Ladytron
Editora: NettWerk : Lançamento: Maio de 2008
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Ladytron é tema do álbum de estreia dos Roxy Music e serve também de marca registada para a banda de Mira Aroyo, Daniel Hunt, Helena Marnie, Reuben Wu. Os Ladytron, em actividade desde 1998, fazem parte da aristocracia do electroclash. Lançaram em 2008 o seu 4 álbum que é carimbado pela crítica como o seu melhor até à data. Velocifero é seguramente um dos melhores discos de 2008. Um verdadeiro chocolate negro para os ouvidos gourmet de quem só consome o que de melhor se confecciona na música do novo milénio. O disco é uma poderosa colectânea de canções com reminiscências de Depeche Mode, a disciplina dos Kraftwerk, a electropop dançável de Human League e até há lugar para a evocação da distorção dos Jesus and Mary Chain na fase final da sua carreira. Velocifero tem tudo isso e o melhor que a banda sabe fazer : electrónica q.b., vocalizações excêntricas – ( com a DJ bulgara Mira Aroyo a cantar na sua língua de origem) - e muito uso de sintetizadores. Synthpop da melhor nestes sobreviventes do electroclash.
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Ladytron no Myspace.
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# 2

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Disco : Apocalypso
Autor: The Presets
Editora: Modular : Lançamento: Abril de 2008
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Os The Presets são um duo de Sydney que manufacturam uma sonoridade dance punk. São eles Julian Hamilton ( uma voz ponderosa ) e Kim Moyes. Depois da estreia em 2005 com Beams, 2008 foi ano de lançamento para o 2º álbum de originais que, na Austrália, mereceu da crítica o prémio de "Best Dance Release" e de "Álbum do Ano"
Apocalypso embrulha e oferece uma cativante mistura de dance music, eletropunk e synthpop. Estamos perante um novo patamar da pop dançável. Tudo isto servido numa atmosfera densa e obscura. Naturais de Sydney, na mesma Austrália que acolhe os fantásticos Cut Copy ( outra escolha incontornável em 2008 ), os The Presets apresentaram em Apocalypso um dos mais suculentos discos de 2008 com uma colecção homogénea de canções onde também moram referências aos incontornáveis pais fundadores da electropop. Assim, não se estranham reminiscências e ecos dos Depeche Mode, dos Human League ou até dos Pet Shop Boys. Eles estão lá mas, seguramente, reinventados e equipados para o novo milénio.
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The Presets no Myspace.
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# 3

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Disco: Disastro
Autor: Sonny J
Editora: Stateside (EMI) : Lançamento: Março de 2008
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Sonny J é uma das mais misteriosas estreias do ano. Não sabemos se é uma banda, um DJ ou um produtor a divertir-se com as sobras da história da música pop. O certo é que Sonny J regista-se no myspace como uma “fábrica de reciclagem musical” e promete que a canção “Can’t Stop Moving”, o single de apresentação do álbum Disastro, seja mais contagiante do que o vírus do ébola ! Sonny J é uma manta de retalhos de estilos excessivamente povoados de samplagens que nos fazem viajar no tempo numa banda sonora que também é feita de nostalgia. Sonny J é uma enigmática criatura sónica com uma estreia que promete - e garante - uma experiência musical festiva. Um sortido sampladelic que fez as delícias de alguns gourmets da colheita de 2008
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Sonny J no Myspace.
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# 4

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Disco: Silent Movie
Autor: Quiet Village
Editora: K7 : Lançamento: Abril de 2008
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Dupla formada por Matt Edwars e Joel Martin os Quiet Village assinam o mais cinematográfico álbum de 2008 para a editora k 7. Silent Movie navega num mar de poucas ondas e muito sofá. Depois de misturas para nomes sonantes como os Gorillaz estes Quiet Village assumiram o risco de um disco conceptual e pleno de referências do grande ecrã sem esquecer em Circus Of Horror um delicioso tributo aos filmes de Série B. O nome deste projecto foi tomado de empréstimo ao exótico álbum vintage de Martin Denny mas o resultado é um disco intemporal onde aquilo que parece novidade afinal é uma antiguidade e vice-versa. As influências passam por bandas sonoras de clássicos do cinema italiano, pelas melodias da golden age de 70 do cinema erótico, pela soul vintage e também pelo easy listening. Este contudo não é um disco easy listening e fica como um dos melhores de 2008. Difícil de catalogar mas fácil de ouvir como trilha sonora para qualquer estação
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Quiet Village no Myspace
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# 5

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Disco: Day & Age
Autor: The Killers
Editora: Island Records : Lançamento: Novembro de 2008
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Os The Killers regressaram no final de 2008 com Day and Age. O álbum resume-se numa frase: eficácia pop. Ali não há lugar a qualquer remorso pelo alinhamento mainstream nem qualquer preconceito em assumir uma estética comercial. Comercial, mas eficaz, com uma arte final de produção pela mão de Stuart Price que vestiu este álbum dos Killers com o brilho de uma pop que, sendo deste milénio, foi aos anos 80 buscar a sua matriz. “Human” o single de avanço do disco - e sério candidato a hino de 2008 - é, nas palavras de Brandon Flowers, vocalista da banda, um encontro entre os Pet Shop Boys e Johnny Cash. As vítimas destes Killers somos todos nós atingidos pela pontaria certeira em melodias que ficam no ouvido. As munições de Day and Age são de vário calibre mas, em teoria, qualquer uma das canções dava para um single. Os Killers ambicionam plastificar o rock and roll com o brilho e o glamour de Las Vegas onde têm a sua morada mas a sua casa é planetária. Por eles passou a redescoberta das referências new-wave do pós-punk de finais de 70 e 80. São hoje um festim de intensidade pop e a mais inglesa de todas as bandas americanas garantindo assim êxito retumbante dos dois lados do Atlântico.
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The Killers no Myspace
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Para outras sugestões brevemente neste blog a lista de Herberto Quaresma do Alexandre Pascoal e do Pedro Arruda.

quarta-feira, dezembro 17

Agente Provocador



Mais logo emissão para a escolha dos melhores discos de 2008. A lista é longa o tempo curto. O Agente como sempre começa às 22h10 (mais noticia menos noticia) na Antena 1 - Açores.

A vaca da vizinha é mais gorda do que a minha


foto Eduardo Costa

Quando no início deste ano Carlos César foi eleito Presidente do PS-Açores com 99% dos votos expressos em eleições directas foram inúmeras as vozes que criticaram o facto e o Partido agitando mesmo o fantasma de uma chavinização do PS regional. Ontem a dra. Berta Cabral foi eleita com 98%, numa corrida solitária, e aclamada como um D. Sebastião de saias, salvadora do PPD açoriano. E já começou a copiar o estilo de Carlos César – ela é abertura à sociedade, ela é “o interesse dos Açores acima do interesse partidário”, não tarda está a arregimentar ex-quadros do PS e a clamar aos céus o bom que é ser açoriana. E ninguém diz nada. Como dizia o Carlos aqui há dias são cada vez menos as coisas que separam o PSD do PS e o pior é que dentro destes dois partidos são cada vez menos as cabeças que pensam e as vozes que falam. Tudo é conspiração e tacticismo. Sic Transit Gloria Mundi, que é para não dizer Merecíamos Políticos Melhores.

terça-feira, dezembro 16

O politicamente incorrecto do politicamente incorrecto.



Peço desculpa aos inquebrantáveis, mas a melhor parte deste vídeo é a esquiva do Bush…

A Rodar


Não sei se é a minha vez de preencher a banda sonora deste vosso humilde blog, mas vou presumir que sim, até porque não o faço há bastante tempo. Como estamos em tempo de balanço do ano que finda, escolhi Cut Copy (obrigatório), Coldplay, em versão dueto com Kiley Minogue (discutível), Lily Allen (polémico, por várias razões), Arcade Fire (quota "intelectualmente garantido") e Gnarls Barkley (mais o tema do que o álbum). Obviamente sujeito a contraditório mas pouco aberto a contestação... Era a brincar!

O espectro ideológico do nosso sistema politico ou: Açores, que futuro?

Mário Soares terá convidado Sá carneiro a integrar o PS, quando aquele lhe disse que estava determinado a criar um partido social-democrata. Ok... tudo bem. Mas será este episódio verdadeiramente suficiente para determinar a afinidade ideológica entre os dois dinossauros da nossa tenra democracia e entre os partidos que ambos representaram?

Por outro lado, todos nós sabemos que o comunismo (pela sua condição sub-niveladora) está a ser banido da face da terra mas, parece que em contra ciclo, os Açores acabam de eleger dois deputados que representam uma esquerda que vai subsistindo (?) à custa de uma certa (arrisco dizê-lo) demagogia sistematizada que, como disse a Lena D’Água, feita à maneira é como queijo numa ratoeira.

Será necessariamente assim? Sempre que as dificuldades apertam, uma boa parte do eleitorado (os de fé) vira-se para Deus e seus Santos e outra (os de boa-fé), considerável também e cansada de pedir, sem que ninguém lhe ajude, vira-se para uma esquerda – mais ou menos aguerrida ou mais ou menos ilustrada. Se eu vos dissesse, confessadamente, em quem votei nas últimas Eleições Legislativas Regionais, muitos haviam de se rir, outros haviam de me querer atirar aos leões e eu, que não sou sportinguista, talvez não gostasse disso.

Ainda assim, maçada é o facto de, em nossas mentes, não conseguirmos desfazer a dúvida, seja ela mais ou menos cartesiana, e perguntamos que esperança podemos nós desenvolver, relativamente ao desejável equilíbrio no espectro político dos Açores, se partidos há que trilham perigosamente o caminho de outros.

Alguém disse um dia: “Sá Carneiro fundou um partido social-democrata, não o partido liberal de direita em que o PSD se tornou ao longo dos anos (uma congregação de interesses desprovida de ideologia que de social-democrata só conserva a designação)”. Eu pergunto: Não será possível dizer-se ainda pior do PS? (!)

Ao concordar, torna-se imperativa a pergunta: Estaremos apenas perante o fruto de um determinado exercício político, condicionado pelas mutações socio-económicas, das quais temos todos sido alvo? Ou será este um momento histórico para um partido «indie» que se deseja reinventado?

Com certeza que todos conhecem a resposta. E todos também sabem que aos social-democratas não basta encontrarem um líder, não lhes basta encontrarem um adversário também. Aos social-democratas não lhes é permitido manterem-se neste rumo, tal não será suficiente (sabemo-lo bem).

Contudo, talvez poucos compreenderão (eu incluso) que a tão desejada renovação possa vir a acontecer a um nível diferente da amiúde defendida renovação de caras e que os políticos devem focar-se, sem anacronismos, nas reais necessidades das suas populações, procurando criar soluções práticas mas, que permitam ir, simultaneamente, ao fundo das questões.

Um novo líder, por si só, não será certamente uma condição «sine qua non» mas, ajudará (e muito). E os social-democratas terão que lutar muito para serem alternativa, sem serem vistos como promotores da simples alternância.

P.S. Meu caro JNAS, espero que possas relevar o relativo atropelo. O dia justifica!

segunda-feira, dezembro 15

Vox Populi


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Hands Up ! Your Money or Your Life ?
Tara King (Linda Thorson)
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Off with the heads
"Tendo-se dito que a intervenção no BPN nada tinha a ver com a crise, mas com questões de natureza interna de más práticas, à parte da garantia dos depositantes, que já estava assegurada pelas autoridades, tenho dificuldades em compreender a intervenção (…) Não me parece que a melhor forma de garantir os depósitos seja a nacionalização, é como curar uma dor de dentes com um corte de cabeça.”
Henrique Granadeiro Economia/Expresso
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This is not Japan
"Estamos a caminhar para a próxima fase do afundamento do consumo – a que alguns chamam deflação – a produção e os preços a caírem"
Kaoru Yosano Ministro da Economia Japonês citado no Economia/Expresso
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Demérito Governamental
"O mesmo governo que faz finca-pé em exigir aos professores que se submetam a uma avaliação para progredirem na carreira por mérito, acaba de dizer que, na banca, não há lugar a avaliação nem a consequências da falta de mérito: se as coisas correrem bem, fiquem com os lucros; se correrem mal dêem cá os prejuízos"
Miguel Sousa Tavares no Expresso
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Suspeitos do Costume
"Fica apenas a suspeita de sempre: que o nosso Estado, os nossos impostos e a nossa democracia são, como foram quase sempre, reféns de meia dúzia de pessoas"
Daniel Oliveira no Expresso.
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O Síndroma de Pinóquio
"Sócrates subiu ao palco da fantasia e prometeu um 2009 glorioso para o bolso dos portugueses: com a descida das taxas de juro, da gasolina e da inflação, a crise não passará por cá."
João Pereira Coutinho na Revista Única
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…and last but not least…
vai um “Aval Retroactivo” ?
"Impõe-se pois no meu entender, a aprovação de UM AVAL RETROACTIVO, para com todos os Portugueses caídos em desgraça, e que não beneficiaram de qualquer aval do Estado. Mais se impõe, a alteração da lei Penal, ou até mesmo uma Amnistia – mas com efeitos retroactivos aplicáveis a sentenças transitadas – que possibilite libertar da Prisão as vítimas que não tiveram qualquer aval."
Viveiros Raposo no Correio dos Açores
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Prémio

António M. Machado Pires foi um dos vencedores dos Prémios Literários do PEN Clube Português com o ensaio "Luz e Sombras no Século XIX em Portugal" (INCM). Os autores foram hoje distinguidos numa sessão realizada na Sociedade Portuguesa de Autores. Os parabéns :ILHAS!

Best of 2008



Na contagem decrescente para o Agente de 4ª feira - onde serão eleitos o que melhor ouvimos este ano, uma das minhas múltiplas opções recai por To Survive de Joan as Police Woman. Em repeat.

domingo, dezembro 14

Ofertório

Top 5 daquilo que poderá constituir-se como ideia ou materializar-se num gift para um familiar, um amigo ou co-blogger. Joaquim Paulo é o autor de Jazz Covers, lançado pela Taschen, uma montra com 650 capas de algumas raridades jazz, umas mais óbvias do que outras, e que mais não são do que um sem número de pistas para outras descobertas ao nível sonoro e do design. O livro inclui uma sequência de entrevistas, com alguns nomes lendários da cena jazz, bem como, uma listagem de sugestões suculentas de nomes tão conhecidos como King Britt, Gilles Peterson e Rainer Trüby. Jazz Covers ganhou o "Prix du livre de Jazz 2008" e já se encontra à venda em Ponta Delgada.

sábado, dezembro 13

Y

O suplemento predilecto das 6fs passou a estar disponível em versão online. Para além da multiplicidade de informação ao dispor tem, igualmente, uma secção de inquéritos: esta semana o herói em escrutínio é Clint Eastwood (em destaque na Cinemateca Portuguesa).

Sad mourning

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...acordar com a triste, mas fatal, notícia da morte da Diva das Pin-Up´s. Porém uma divindade, mesmo que pouco convencional e até iconoclasta, permanece imortal na nossa memória colectiva. No registo da memória do :ilhas aqui fica a nossa homenagem à inolvidável Bettie Page.
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Postais vintages do Ilhas
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...Eu hoje deitei-me assim!
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Hoje recolho ao santuário dos lençóis com a biografia da fetish goddess. Ela mesmo: Bettie Page. Esta mulher transcendeu a sua carne e é hoje um ícone kinky; legítima "Queen of the Pinups" a quem as esmifradas e assépticas modelos de hoje não prestam a devida homenagem. Ler a biografia possível desta misteriosa diva, escrita por Richard Foster, é um deleite, mesmo que o livro seja escassamente ilustrado. Pouco importa, está lá o essencial e até encontramos profusas notas de remissão para a net num apêndice do livro. Boa prosa acondicionada em adequada edição hardcover pelo singelo preço de 0.95 cêntimos... na permanente Feira do Livro da Tabacaria Açoriana em Ponta Delgada.
posted by João Nuno Almeida e Sousa


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CHERCHEZ LA FEMME #9

Bettie Page, a.k.a. The Tease from Tennessee
A senhora ainda existe, mas já se retirou da vida artística há muito tempo e, portanto, não levará a mal que revele aqui a sua idade. Betty Mae Page nasceu em Nashville, Tennessee, a 22 de Abril de 1923. Para muitos, o Tennessee é famoso por três ordens de razões: o álcool que lá se destila, de seu nome Jack Daniels (a propósito, as destilarias do Estado vizinho, Kentucky, produzem um bastante melhor, o Wild Turkey); o Festival de música country, que Robert Altman ajudou a popularizar na Europa com o filme Nashville; o estimável Senador Al Gore, vítima romântica do sistema eleitoral americano em 1999, às mãos do colégio eleitoral do Estado da Florida, governado por Jeb Bush, o irmão badofa do George W., que foi parar à Casa Branca com menos votos que o seu competidor directo. Lembram-se?

Falando de coisas mais agradáveis, a Bettie Page foi a Pinup Queen do pós-guerra e, da Coreia à Trafaria, a perfeita encarnação da She-Devil que endoideceu a geração do meu pai, uma geração de estimáveis cavalheiros que se organizavam em Clubes de Fotografia para fixar em sais de prata os seus fetiches imaginários. O corpo de Bettie, que não era loira e tinha o canudo de professora de Inglês, adequava-se que nem uma luva às fantasias dos fotógrafos amadores e foi daí que ela saltou para as capas das revistas, da Playboy à banda desenhada, onde o grande mestre do desenho anatómico feminino, Alberto Vargas, a imortalizou como o ícone flamejante do erotismo moderno. E, de facto, bem vistas as coisas, ao pé dela a Marilyn Monroe parece uma vagem de baunilha, a Madona Ciccione foi lá beber todo o quadro conceptual Sado-maso e até a Uma Thurman, rapariga que levo muito a sério, lhe copia por vezes a franjinha de colegial perversa.

Enfim, sirva ao menos esta posta para restaurar os créditos perdidos da senhora. Uma nota final de alguém que confessa a sua fraqueza pelos lados Bês da vida: The Real Bettie Page. The truth about the Queen of the Pinups, foi das poucas coisas que comprei na pretérita Feira do Livro em Ponta Delgada. Custou-me 0.95 cêntimos e, ainda por cima, era servido em hardcover. Dois vivas à Cultura Popular.
:ILHAS postado por carlos


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Bettie Xmas

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Pelos cânones da mais milenar tradição Católica o Natal finda em dia de Reis. No elenco da nossa hagiografia os beatíficos magos Gaspar, Belchior e Baltasar, teleguiados pela estrela de Belém, visitaram o Salvador precisamente no dia 6 de Janeiro do ano zero! Quem eram os "Reis Magos" que inevitavelmente têm lugar, por inerência, nos nossos presépios? Os Evangelhos são lacunares quanto à sua identificação, a História é avara quanto à integração das ditas lacunas e a Net pouco acrescenta à dimensão de lenda. De essencial julga-se que Gaspar, o rei negro, andava à deriva com um coração destroçado por uma odalisca de ébano; Belchior enfrentava o exílio certo após uma traição palaciana que lhe tomara o poder; Baltasar buscava a redenção das imagens das divindades do seu povo em crise de fé. O resto são estórias magistralmente tecidas por Michel Tournier em "Gaspar, Belchior & Baltasar", livro editado pela Dom Quixote e que revisito sempre por esta época. Seja como for, no calendário gregoriano, o dia 6 de Janeiro assinala o terminus das festividades natalicías. Revisito também com prazer e deleite a dulcíssima tarefa de enfeitar a árvore de Natal...que agora, em Janeiro, se desmancha. Para o ano há mais e se Deus quiser contaremos com o ânimo e entusiasmo desta lendária ajudante do Pai Natal!
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posted by João Nuno Almeida e Sousa


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rest in peace Bettie Page.

sexta-feira, dezembro 12

!

Para os que de forma fatalista sempre me descreveram as sessões plenárias como episódios sensaborões, uma palavra: wrong! Mas, isso poderá explicar, em parte, determinados comportamentos marginais. Em análise.

Foto do Corsário em trânsito.

A Assembleia, essa coisa inútil...

Sobre o assunto do dia, que tanta polémica e indignação tem provocado em alguns sectores do blogoarquipélago [link, link, link] apetece-me dizer o seguinte: a arrogância não tem filiação partidária e ideológica, é antes uma questão de carácter e está por todo o lado. Apenas me entristece o facto de o meu partido não ter absolutamente necessidade nenhuma de se meter nestas trapalhadas. Estes comportamentos não dignificam em nada uma bancada parlamentar que tem maioria absoluta e abrem a porta às tiradas mais ou menos magnânimas, mas legitimas, da oposição. Mas o pior de tudo não é isso, o pior é a imagem que estes esquemas deixam no cidadão eleitor. Podemos todos nos questionar o que estiveram todos a fazer na Horta desde terça-feira até hoje? Para que serviu o debate, os discursos, foi só para cumprir o protocolo? Talvez fosse melhor e em consonância com as mui prementes preocupações com os gastos da Assembleia reduzir a mesma aos processos administrativos mínimos, é que se é só para discursos façam blogues que são mais afeitos ao paleio e poupam dinheiro à Região. Sic Transit Gloria Mundi, que é para não dizer – Merecíamos Políticos Melhores.

quinta-feira, dezembro 11

Curiosidades?!?!

Meu Querido Amigo

Perdoa-me a franqueza, mas este teu post é de uma barbaridade tremenda, ainda para mais vindo de alguém que sempre defendeu que o que estas ilhas precisavam era de sangue de fora. Pode ter sido apenas uma curiosidade, uma momentânea constatação da realidade ou um quase lapso, mas não quero acreditar que realmente admitas que exista uma "colonização", seja ela lenta, rápida ou imaginada. Desculpa, mas Açorianos são todos aqueles que aqui nasceram e que aqui escolheram viver.

100



Um número mágico realizado com uma filmografia singular. Manoel de Oliveira faz hoje anos.

pequenas questões matinais

"Uma nova liderança no PSD é uma nova oportunidade que se oferece aos Açorianos"
in
post imediatamente abaixo


O que é que distingue esta nova liderança do PSD de todas as outras que vieram antes? Ou será que o tailleur faz a líder e a arrogância faz uma política?

Sinais

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Novos tempos e novas políticas é o que reclamam os Açorianos. Sinal dessa vontade está na representatividade que possui a actual Assembleia Regional cuja legislatura se iniciou com a discussão do programa de governo. Outros sinais virão a tempo depois das directas do PSD que, como maior partido da oposição, tem a responsabilidade de se apresentar como alternativa de poder. Uma democracia sem alternativas, e sem a possibilidade de alternância, cedo degenera numa autocracia na qual se faz o frete de representar os ritos do parlamentarismo, e das decisões colegiais, apesar do poder se concentrar todo num único césar.

Uma nova liderança no PSD é uma nova oportunidade que se oferece aos Açorianos. A credibilidade da alternativa passa também por uma reforma interna do PSD que é muito mais do que o núcleo duro de uma certa orfandade do mota-amaralismo. Sem excluir o contributo seja de quem for importa incluir o contributo de todos. Para além do círculo de militância o PSD contará com vasto apoio de simpatizantes que, por razões várias, andaram arredados da órbita de empatia com o partido. Acresce que quando se inscreve como objectivo a abertura à sociedade civil o mais importante é saber escutar o que a mesma tem para dizer. Importa sempre saber ouvir a rua para que se percepcione, à escala do cidadão comum, quais são os principais problemas que afectam o quotidiano dos cidadãos. Neste momento e de modo quase transversal, além da crise financeira, há um profundo descontentamento com as políticas do rendimento social de inserção, uma séria e real preocupação com o deficit de segurança da nossa sociedade, e ainda o inconfessável desejo de mobilidade que está hoje manietado com o actual modelo de transportes da Região Autónoma dos Açores. São estes alguns sinais dos tempos para os quais urge buscar respostas alternativas ao actual modelo Socialista.

No resto o PSD/A é um partido de matriz personalista e como tal deve colocar essa dimensão em primeiro plano. Nesse sentido Berta Cabral assumiu como linha estratégica o apoio integrado à família e às pequenas e médias empresas que são na nossa realidade o motor produtivo da nossa economia. Centralizar essa realidade como objectivo político é também um sinal de que é possível construir uma alternativa que dignifique a classe média valorizando as pessoas como activos patrimoniais na sociedade e na economia. Na apresentação da moção global de estratégia Berta Cabral assumiu o compromisso de apresentar propostas de alternativa pois "não é o número de críticas que fizermos ao governo que dará credibilidade ao PSD". A "credibilidade" está em ir ao encontro do pulsar da sociedade dando respostas positivas aos sinais dos tempos.

João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com

quarta-feira, dezembro 10

AP

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"Herberto Quaresma com João Nuno Almeida e Sousa e Pedro Arruda a bordo.Uma emissão sem controlo de velocidade, a receber o Campeão Açoriano de Ralis 2008, Ricardo Moura.Das ondas aos automóveis, uma referência da sua geração."
+ logo, em directo, a partir das 22 horas na Antena 1 Açores

Desculpe, importa-se de repetir?!

«(...) A celebração deste dia deve convocar o facto dos poderes públicos terem esquecido o comércio tradicional nas suas políticas, (...) quando há poucos residentes nos centros urbanos, os problemas de trânsito são grandes, a insegurança e vandalismo acentuam-se e não há política clara de valorização das cidades e das vilas.»
Pelos vistos há quem o admita. Publicado por Pedro Gomes na edição de hoje do AO.

Porquê rir, se o que temos é a vontade de chorar?

Muito das nossas vidas nos parece despropositado a determinada altura.
Muitas das coisas que um dia fizeram sentido, num repente, não passam dum amontoado indiferente de conjecturas vãs.
Muitas vezes questionamos os outros, as suas motivações e as suas atitudes, sem nunca nos questionarmos sobre a verdadeira razão pela qual o fazemos.
Obrigamos as pessoas a inflectirem nas suas tomadas de posição, a troco da defesa de um bem maior, do qual não conhecemos a verdadeira dimensão mas, nos parece bem enaltecer.
Empenhamos velhas amizades, as quais jamais pensamos aniquilar, e juntamos trapos com aliados, de sempre altamente improváveis.
Não poucas vezes, traçamos um rumo para as nossas vidas e, muitas mais, damos por nós completamente arredados daqueles trilhos e à procura de outras âncoras que nos segurem à vida e, assim, se vai (des)construindo a nossa existência.
Todas estas coisas mereciam eventualmente o castigo do Divino – ao qual, cada vez, fica mais difícil ascender –, se não fossem elas próprias o motor de tanto arrependimento e contrição (desculpem o ligeiro pleonasmo), potenciando por isso mesmo o regresso ao princípio que, apesar de nos parecer, quase nunca é igual mas, inevitavelmente, nos faz rir, encher de (re)confiança e voltar a caminhar.
Todas estas considerações que, à partida, podem parecer extemporâneas estarão, eventualmente, legitimadas pela expressão: “… Não ganhamos eleições sem o PSD. Mas não ganhamos eleições só com o PSD…”.
Todos nós julgamos saber o que se pretende difundir com esta afirmação. Contudo, do ponto de vista doutrinal e filosófico, ela encerra fragilidades múltiplas e deixa antever a eventual necessidade de se procurar consensos tanto à direita como à esquerda, o que, necessariamente e em abono da verdade, ao vir a acontecer, deveria acarretar a construção de um novo paradigma político, neste santuário no meio do Oceano Atlântico.
Será esta a comprovação de que o actual sistema político está ferido de morte? E perigosamente esvaziado, das respectivas ideologias que consolidam as diferentes alas?
Julgo que certa será a cisão entre as várias correntes internas e que a “décalage” entre um PSD reformado e um PSD reformista será cada vez maior, o que por si só não apresenta qualquer garantia.
Aguardemos, pois, com a serenidade necessária e com a esperança que tal empreitada não comprometa o modelo político e socio-económico preconizado pelo PSD.

“Montra” Subterrânea *

Foi ontem inaugurado, em pleno Dia das Montras, o novo parque de estacionamento da Avenida Marginal de Ponta Delgada, tendo sido descrito, aquando do arranque das obras, como “complementar” ao das Portas do Mar.

A política de revitalização do centro histórico desenvolvida pela edilidade, quer através do programa Reviva, quer do Plano de Mobilidade, é, a múltiplos níveis, questionável. Senão vejamos: o programa Reviva propõe uma redução dos custos de construção, reconstrução, alteração, ampliação, demolição e conservação de edifícios (entre outros) que visam a recuperação e reconversão urbanística de edificações no centro histórico, delimitado entre a Rua Eng.º José Cordeiro, a nascente, a Rua Teófilo de Braga, a poente, e a Rua da Arquinha, no seu perímetro máximo, a norte, abrangendo, assim, uma área indubitavelmente extensa. Sendo que, paralelamente, licencia(ou) um número desmesurado de empreendimentos urbanos na cintura periférica da cidade, dando lugar a uma deslocalização das populações, a uma construção suburbana massificada, assistindo-se, por essa via, ao continuado esvaziamento do referido centro histórico. Esta situação é na sua génese antagónica. A Câmara não assume que o centro histórico está moribundo e que isso ainda não é um problema mas, simultaneamente, promove a sua revitalização (!).

O denominado Plano de Mobilidade previa parques na periferia da cidade que nunca aconteceram e o transporte dos seus utentes, até ao “centro”, por minibus. A rede de minibus nunca cumpriu esse propósito, sendo que é a única rede efectiva de transporte urbano em Ponta Delgada, mas não totalmente eficaz. Pelo facto de não ser um serviço contínuo, com horários alargados pela noite, fins-de-semana e feriados, pelo insuficiente número de autocarros e de não existirem faixas dedicadas ou corredores para os transportes públicos. Não obstante, é uma medida popular e de sucesso comprovado, mas que tem de ser aperfeiçoada. Os parques existentes resolvem, em parte, o problema, mas não retiram o excesso de tráfego automóvel do centro histórico, sufocando-o e conferindo-lhe uma existência pouco qualificada. A construção do novo parque na avenida marginal devia ter coexistido com o das Portas do Mar, mas a razão de existir não pode ser vendida como o vector principal para a revitalização do centro e do comércio histórico que o habita.

A glória noticiosa é fugaz, a obra fica.


* edição de 09/12/08 do AO
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terça-feira, dezembro 9

imagine

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Sob as asas da SATA, que por enquanto ilustram o header deste blog, fico sem perceber se agora temos publicidade institucional à borla ou se esta foto é uma obrigação nossa enquanto "accionistas" da maior empresa dos Açores ( de acordo com os critérios do troféu da Açormedia ). Como não retiramos daqui quaisquer dividendos, pontos ou prémios, para o "Clube Milhas" e demais promoções, não percebo porque razão nos associamos graciosamente a esta bandeira ! Como aqui impera o pluralismo e a liberdade de consciência deixo as circunvoluções de tais razões à imaginação dos leitores.
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domingo, dezembro 7

sábado, dezembro 6

Crise em Formato Musical



Hoje acordei assim. Uma polémica entre Joe Satriani e os mitificados Coldplay por causa de uma linha melódica é mais do que um bom começo de fim-de-semana. Isto sim é uma polémica salutar. O mundo nunca mais será o mesmo se um guitarrista sinfónico-roqueiro ganhar um processo de milhões à melhor banda do mundo em actividade. É toda uma mudança de paradigma. Será a crise em formato musical?

Por estes dias, cresce em mim o Jeremias

Sol#m Dó#m Mi7
Vou falar-vos dum curioso personagem: Jeremias, o fora-da-lei
Lá Sol Dó Ré Mi
Descendente por linhas travessas do famigerado Zé do Telhado
Jeremias dedicou-se desde tenra idade ao fabrico da bomba caseira
Cuja eloquência sempre o deixou maravilhado
Para Jeremias nada se assemelha á magia da dinamite
A não ser talvez o rugir apaixonado das mais profundas entranhas da terra
Só quando as fachadas dos edificios públicos explodirem numa gargalhada
Será realmente pública a lei que as leis encerram
Há quem veja em Jeremias apenas mais uma vitima da sociedade
Muito embora ele tenha a esse respeito uma opinião bem particular
É que enquanto o criminoso tem uma certa tendência natural p'ra ser vitimado
Jeremias nunca encontrou razões p'ra se culpar
Porque nunca foi a ambição nem a vingança que o levou a desprezar a lei
E jamais lhe passou pela cabeça tentar alterar a constituição
Como um poeta ele desarranja o pesadelo p'ra lá dos limites legais
Foragido por amor ao que é belo e por vocação
Jeremias gosta do guarda-roupa negro e dos mitos do fora-da-lei
Gosta do calor da aguardente e de se seguir remando contra a maré
Gosta da forma como os homens respeitáveis se engasgam quando falam dele
E da forma como as mulheres murmuram: o fora-da-lei
Gosta de tesouros e mapas sobretudo daqueles que o tempo mais mal tratou
Gosta de brincar com o destino e nem o próprio inferno o apavora
Não estando disposto a esperar que a humanidade venha alguma vez a ser melhor
Jeremias escolheu o seu lugar do lado de fora

. Jeremias, o Fora-da-Lei
. in Lado Errado da Noite de Jorge Palma

sexta-feira, dezembro 5

"Montra" Subterrânea

Finalmente é inaugurado o novo parque de estacionamento da Avenida Marginal de Ponta Delgada (descrito como complementar ao das Portas do Mar). A política de revitalização do centro histórico (se é que ela existe de facto) desenvolvida pela edilidade é, a múltiplos níveis, questionável. Mas, e apesar disso, tardava a abertura deste empreendimento vendido como vector central na dinamização do denominado comércio tradicional. Se o aguardássemos por mais uns dias - o Natal já era! Do mal o menos. Não obstante, o silêncio é ensurdecedor quanto ao questionar desta e de outras questões em torno da direcção da CMPD. O tempo dirá se esta foi ou não uma medida eficaz. A própria Câmara já não tem (tinha?!) tantas certezas quanto a isso, e continua a não dar ouvidos a outras sugestões. E se não ouve devia ao menos munir-se de dados concretos para consubstanciar estas opções de valor acrescentado. Apesar do partido que a gere vir - agora - a público anunciar abertura à sociedade civil (!).

Sic Transit Glori Mundi ... a lembrar as crónicas de Vítor Moura Pinto na saudosa Noite da Má Língua, num regresso editado recentemente em livro.

* O outdoor, de implantação estética mais que duvidosa, assinala, há largos meses, a obra.

quinta-feira, dezembro 4

The Klein Mystery ?

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Com o poder da sugestão do Victor Marques ( no Açores 2010 ) aqui fica o outro lado do artista Yves Klein. Obcecado com a perfeição da fórmula exacta dos monochromes bleus, que usou como imagem de marca, ultrapassou no Judo esse sinal distintivo e alcançou o negro. Não só chegou a cinto negro como se graduou na Kodokan em Tóquio, chegando a obter o 4º Dan, sendo em meados da década de 50 uma das mais elevadas graduações Europeias. Entre a disciplina das artes marciais e o rigor monocromático da sua obra azul, Yves foi um artista misterioso. A revisitar em The Klein Mystery
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Yves Klein with master Asami, Koshiki-no-kata, Tokyo, Japan, 1953.
Via :
yveskleinarchives.org


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post-scriptum : ou sont les links ? Dans le bleu !

Convite providencial

Recebi um convite.

Um convite para a Festa de Natal da Escola Profissional de Nordeste.
Com o referido convite, e como manda o protocolo, o programa com suas partes primeira e segunda.
Até aí tudo bem. A agradável surpresa constituiu-se no texto intitulado “Sentir o Natal” da autoria da Patrícia Goulart – professora de Português e Inglês da referida escola.
Passo a transcrever:

“Sentir o Natal

É Natal e não o sinto.
Vejo tanta tristeza pelo Mundo
Tantas tormentas, tanto sofrimento,
Tantas adversidades…
Não, não pode ser Natal!

Em todo o lado guerras e terrorismo
Destruição, ódio e egoísmo,
E… vidas ceifadas pelo mal
Sem cumprirem seu destino.
Não, não pode ser Natal!

Nas ruas das grandes cidades…
Que azáfama, que movimentação!
Tantas prendas compradas,
Tanto dinheiro em vão.
Não, não pode ser Natal!

O Mundo está ao contrário,
Vive-se momentos de conflitos,
Já não se sabe qual é a tradição
Nem que a esperança é alimentada por mitos
Não, não pode ser Natal!

Vive-se para a aniquilação do homem
Para a destruição da paz e da alegria comum
Vive-se para o consumismo…
E a partilha? E o amor?
Não, não pode ser Natal!

Tumulto, desordem, agitação!
Quantos corações sem fé, sem esperança
Precisam de carinho, de apoio e de ajuda?
Quantas crianças sem confiança
Necessitam de um sonho,
Que lhes preencha o coração?

Parem, pensem e vivam o Natal!
Abracem o Mundo e dêem-lhe amor,
Façam nascer em cada criança um sorriso,
A esperança de um mundo melhor.



Agora já sinto o Natal.

Pequenas chamas incendeiam os corações,
Espalhando amor…
Pequenas luzinhas de esperança
Abrilhantam as casas, os pinheiros
E as vidas das multidões.”

Maçada, é o facto de ter sido sempre assim (digo eu).

Broar



Visionamento obrigatório, leitura complementar e animação garantida.

Vagamente Interessante

Hesitei muito antes de colocar este post, porque o conteúdo é vagamente interessante, vagamente importante, mas sobretudo porque a sua publicação implica fazer descer o escrito do João Nuno sobre a luta dos professores, e com a luta e, particularmente, com as lutas do João Nuno, não se brinca.
Contudo, atrevo-me, mesmo assim, a sugerir as obras de John A. Centra, professor emérito da Universidade de Syracuse, doutorado em Psicologia e especialista em avaliação académica, e de Lawrence M. Aleamoni, professor emérito da Michigan State University, também doutorado em Psicologia e especializado em avaliação do desempenho.
Entre outras coisas igualmente importantes, ambos provam, em diversos estudos, que os sistemas de avaliação de professores baseados na opinião dos alunos e na opinião dos colegas professores obtêm resultados muito idênticos; que não há relação significativa, do ponto de vista estatístico, entre a opinião dos alunos sobre o mérito científico ou pedagógico do professor e a correspondente opinião sobre a personalidade do mesmo professor; e que um sistema global de avaliação do desempenho dos professores é sempre mais equilibrado e justo do que qualquer sistema parcelar, por exemplo, composto apenas pela avaliação dos pares.
Centra chegou mesmo a elaborar uma lista de critérios de avaliação de desempenho de professores com base em milhares de entrevistas que realizou a estudantes, professores e funcionários escolares e universitários. O resultado foi o seguinte:
1. Capacidade de comunicação;
2. Atitude em relação aos alunos;
3. Conhecimento da matéria;
4. Organização do programa;
5. Entusiasmo em relação aos conteúdos do programa;
6. Justiça na avaliação;
7. Vontade de experimentar;
8. Estímulo à criatividade dos alunos;
9. Dotes de oratória.

Isto serve apenas para provar que: em primeiro lugar, não estamos perante um assunto caído do vácuo do Universo, ou inventado em Portugal, ou nascido de pura embirração, há vasta doutrina e douta análise científica sobre a matéria em todo o mundo; por outro lado, trata-se de um assunto que, antes de ser político, é científico; e, por fim, há muito que se lhe diga e muita informação que rebate os mais entusiasmados slogans de manifestação ou os mais ostensivos aproveitamentos partidário-sindicais.

PS - João Nuno, desculpa lá o mau jeito.

Avaliados

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Na escola Portuguesa do novo milénio ensinar é tarefa árdua e educar é praticamente impossível. A agravar esta tendência o Governo da República, logo replicado pelo Governo da Região, introduziu a desastrosa reforma do Sistema de Avaliação. Não bastavam já os inúmeros trabalhos a que está sujeito o corpo docente faltava ainda o ónus da "Avaliação"! Os Professores é que já avaliaram esta Ministra. A mesma que cedo revelou insuficientes conhecimentos sobre os rudimentos administrativos do Estado de Direito Português. Recordo, para os esquecidos, que em 2005, a propósito da derrota judicial que reprovou a requisição civil dos professores pela mão do Secretário Regional da Educação, que assim pretendia abafar mais uma das inúmeras greves do sector, a Ministra da Educação disse que a Sentença do Tribunal Administrativo de Ponta Delgada era um pronunciamento de um Tribunal que é dos Açores, pelo que, sendo doutro "sistema" não respeita à República Portuguesa. Se fosse aluna, porventura de Desenvolvimento Pessoal e Social, onde recorrentemente se abordam temas da cidadania, teria sido avaliada com um redondo chumbo. Não o sendo tem tido sucessivas passagens administrativas sem a avaliação de desempenho que quer impor às escolas. Não me espanta que assim seja neste lodaçal em que se transformou Portugal capitaneado por um primeiro-ministro cuja própria licenciatura é objecto de nebulosas polémicas. Na escola da inclusão é este o superior exemplo de facilitismo, incompetência e errância que os próprios Professores não aceitam.

Hoje, na agenda, está o modelo de "Avaliação", mas o problema é muito mais profundo do que a superfície das fichas de avaliação sugerem. Mas, mesmo no actual modelo de "Avaliação" não convence ninguém o argumento do Ministério de que simplificando o modelo das fichas de avaliação estaria sanado o motivo da crispação. Por um lado, os Professores estão já treinados quanto baste no exercício de inúmeras tarefas administrativas com preenchimento de um extenso rol de formulários e na lavra de várias actas referentes a repetidas reuniões com que lhes ocupam parte do seu tempo. Logo, o cerne da disputa não está em mais um mimo burocrático. Por outro lado, o problema da "Avaliação" é muito mais visceral do que se pretende e toca nos fundamentos da equidade entre a classe profissional em causa.Efectivamente, o pacote completo inclui aulas assistidas e observadas, a inclusão dos rankings e até dos parâmetros de abandono escolar como padrões de avaliação, a possibilidade de os professores serem avaliados inter-pares por colegas fora da sua área disciplinar e até mesmo com menos tempo de serviço, um sistema de "castas" com professores de primeira e de segunda classe com a introdução na carreira docente da figura do abominável "professor titular"(no caso do Continente)...ao que tudo o mais acrescentamos um largo etc.

Mas, como se disse, a batalha por uma "Avaliação" justa é apenas uma frente na luta por uma melhor Educação. Esta não pode também recuar na intransigência de uma profunda revisão do Estatuto da Carreira Docente e na adopção de medidas efectivas de disciplina e segurança na Escola. Ao arrepio destas preocupações o Governo demite-se de impor um modelo de Escola onde seja possível ensinar e aprender sem o risco, por exemplo, de se ser agredido por alunos que, por via do modelo inclusivo, permanecem integrados mesmo quando a mais básica avaliação recomendaria para os mesmos o exemplar castigo de os colocar fora de jogo. Contudo, prefere este Governo castigar os Professores. Só espero que estes retribuam o castigo nas eleições deste ano avaliando negativamente este modelo de desempenho.
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João Nuno Almeida e Sousa nas crónicasdigitais do jornaldiario.com

quarta-feira, dezembro 3

coisas absolutamente desimportantes


Glenn Miller


James Stewart



ao cuidado do Teatro Micaelense

[link | link]

Agente Provocador



Segundo o teaser no site da RTP-A - esta é noite mais frontal da semana e o confronto de Alexandre Pascoal e João Nuno Almeida e Sousa com Herberto Quaresma... Hoje o convidado é o nosso co-blogger/empresário/hoteleiro Carlos Rodrigues. Para ouvir (e em breve ver) na Antena1 a partir das 22h10.

O Reverso



Não tem direito a medalha mas deu o mote à gafe (visto 1º no Arrastão).

Carlos Rodrigues

Ainda antes da abertura do mercado de Inverno o :Ilhas prossegue a sua maré de contratações. Desta vez trata-se de um médio ala direito chamado Carlos Rodrigues. Gestor, empresário, um verdadeiro empreendedor, uma palavra que nos últimos tempos anda pelas bocas dos políticos, dos apresentadores de telejornais e dos gestores de conta dos inúmeros balcões da periclitante banca nacional. Sendo que 99% das vezes todos os que usam esta palavra não sabem o que implica pagar um ordenado, descontar para a segurança social, ter uma prestação no banco e levar dias e dias a lidar com credores e devedores. Ser empreendedor, num país como Portugal, é ter tanto de engenho, como de arte, como de demência… Mas mesmo assim ainda há quem, neste pântano, se atire ao circo, com leões, gladiadores, esbirros e suplícios, e consiga vencer apesar das adversidades. Diz o povo que a sorte protege os audazes, oxalá o povo tenha razão, porque a audácia do Carlos merece ser protegida. O Carlos Rodrigues é, desde há muito, um amigo do :Ilhas e um amigo pessoal de nós todos que aqui vamos deixando textos e desabafos e outras divagações, foi pelo seu arrojo que por duas vezes se realizaram encontros de bloggers no extraordinariamente bucólico ambiente do parque Terra-Nostra. É pela sua visão que a perspectiva de transformar uma semana de Março (ou de Novembro) num evento anual e global de partilha de ideias e de debate de opiniões pode, um dia, ser uma realidade. Bem vindo Carlos à agitação do :ILHAS, que este espaço seja merecedor do teu tempo e vontade.

terça-feira, dezembro 2

JENNY SAVILLE

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Jenny Saville por Jake Chessum (1)
"Uso o meu corpo como um objecto de atrezzo.
É como se me emprestasse o corpo a mim mesma.
Assim a carne converte-se em algo semelhente a um material."
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Tenho com a Arte uma relação visceral e nada conceptual. Odeio vernissages desde logo pela elevada probabilidade de entremear o croquete da praxe com o artificialismo da crítica de Arte sempre lesta a racionalizar a obra perante o espectador. Ademais, a qualidade do vinho branco que nos servem em tais areópagos é assaz medíocre. Bem sei que estes ajuntamentos da socialite da cultura não são concorrenciais a qualquer Chardonnay Challenge mas também não há forretice que justifique as zurrapas que habitualmente circulam nestes meios. Esta minha idiossincrasia não significa que não escute o dernier cri das artes plásticas cá do burgo ou que não receba o eco do que por esse mundo fora existe à distância de um click.
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Recentemente, com o delay que justificamos com a expiatória insularidade, descobri o trabalho de Jenny Saville. Esta Artista contemporânea criou um acervo monumental de uma obra que será, literalmente, uma das grandes referências do final do Século XX e também de parte do novo milénio, dado que Saville ainda não passou a curva descendente dos "quarenta". Jenny Saville, nasceu em Cambridge no ano de 1970, integra o movimento Young British Artists e tem vasta formação cuja base assentou na Glasgow School of Art, na Universidade de Cincinnati no Ohio e, finalmente, mas não menos relevante, na Slade School of Art em Londres por onde passaram artistas tão díspares como Chesterton e Paula Rego ! Mas, Saville afirma que o "turning point" da sua carreira ocorreu na Universidade de Cincinnati quando se cruzou com mulheres monumentais, hiper-obesas, vagueando pelo campus Universitário em shorts e t-shirts que não escondiam a obscenidade da sua carne.
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TORSO 2
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No final da pós-graduação na Slade, o trabalho de Jenny Saville é revelado a Charles Saatchi, um dos mais influentes coleccionadores de arte do Reino Unido, que logo comissariou trabalhos a Saville durante 2 anos. Com este mecenato Jenny Saville aproveitou os fundos da bolsa de Saatchi para pesquisar, recolher e documentar a matéria-prima que iria dissecar nos seus trabalhos. Acompanhou cirurgias plásticas e reconstrutivas, estudou anatomia e interrogou os mestres do bisturi para lhes captar a arte do ofício e treinar a mão para os seus trabalhos nos quais, com a espátula e o pincel, vai esculpir e cinzelar a carnalidade dos seus fantasmas. As personagens, os temas e os espectros da sua arte seriam escalpelizados retratando a condição das vítimas, dos traumatizados, das deformidades e respectivas correcções plásticas, culminando numa série de retratos de transexuais que, na busca de uma identidade, encontram um bizarro terceiro género.
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REVERSE (2)
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Apesar do seu trabalho estar arrumado no movimento conceptual da escola Young British Artists a marca de Saville recorre ao classicismo da pintura a óleo. A monumentalidade dos seus quadros é também uma marca da arte de Saville que pinta, geralmente, numa escala bigger than life size.
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SHIFT
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Jenny Saville pinta em escalas gigantescas retratando paisagens corpóreas que ora evocam a celebração das imagens de fertilidade cristalizadas, por exemplo, na Vénus de Willendorf, ora apresentam uma reminiscência distorcida do arquétipo do nú Barroco. Alguns quadros são autênticas esculturas a tinta de óleo com uma imponência que enche qualquer galeria. De tal forma é essa a sua obsessão que é assim que se revê no óleo do seu auto-retrato cuja arte, porém, não imita a realidade da própria Artista.
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SELF-PORTRAIT
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Jenny Saville é uma iconoclasta numa sociedade martirizada pelo culto do corpo desenhado sob as quimeras prometidas pela Corporación Dermoestética. Numa civilização obcecada com a aparência física Saville é o lado B de uma sociedade que não se revê no espelho das imagens de marca da publicidade mainstream. Ao contrário desta tendência a Artista esculpe retratos intimistas, numa escala gigantesca, exibindo o corpo humano como objecto que pode ser moldado até ao limite, por exemplo, de uma obesidade que é hoje obscena. Tal audácia mereceu basta controvérsia social. O verniz da beatice da cultura estalou depois da exposição "Sensation" que, inclusivamente, teve promessas e tentativas de vandalização das suas obras. As mesmas que foram expostas mais tarde no Brooklyn Museum of Art apesar do protesto do Mayor Rudy Giuliani ! Polémicas à parte afinal de contas o trabalho de Saville tem o classicismo do retrato a óleo e a dimensão personalista que faz do corpo humano o centro das suas obsessões que pinta à dimensão de um outdoor publicitário. Jenny Saville cuidou de compreender o corpo, nomeadamente, através da anatomia e da cirurgia, para depois o moldar em retratos de intimidade consentida e partilhada. Há poucos Humanistas deste calibre no admirável mundo da Arte contemporânea. Terá pois lugar seguramente garantido nos futuros tratados de História da Arte.
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HYPHEN
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(1) foto numa cortesia do Vitor Marques
(2) o magnetizante Reverse é o meu quadro favorito de Saville.

Quinta dos Sabores

Fruto da dedicação dos amigos Inês e Paulo a Quinta dos Sabores está situada nas Alminhas de Rabo de Peixe, junto à estrada da Ribeira Grande, no cruzamento de Rabo de Peixe. Vegetais e fruta ao domicilio - com garantia de qualidade e sabor. Aos progenitores os parabéns :ILHAS.

Estatuto, Divórcio e a 'ver vamos'

O grupo parlamentar do PS na Assembleia da República anunciou hoje que não vai "mexer" na proposta do Estatuto Político-Administrativo dos Açores, vetada politicamente pelo Presidente da República.
Ah... é verdade: entrou em vigor a nova Lei do Divórcio (nem sei porque é que me lembrei disto; há com cada associação de ideias...)

Coerência

Lisboa, 02 Dez (Lusa) - O presidente do grupo parlamentar do PS anunciou hoje que a bancada irá confirmar o Estatuto Político-Administrativo dos Açores vetado pelo Presidente da República, considerando que o diploma não afecta nem limita qualquer poder do Chefe de Estado.

“Não há qualquer afectação dos poderes do Presidente da República”, afirmou o líder da bancada socialista, Alberto Martins, em declarações aos jornalistas no Parlamento.

Por isso, acrescentou, o grupo parlamentar do PS vai “confirmar a lei”.

“Não iremos propor qualquer alteração à lei”, sublinhou.

segunda-feira, dezembro 1

Independência





Fazendo jus ao pluralismo deste blog e antes que o dia acabe - Viva Portugal e obrigado Duque de Bragança.

Ibéria

Por uma união ibérica. Por um povo de nações e uma nação de povos interligados pela história, pela geografia e por um devir. Viva a Ibéria!

sexta-feira, novembro 28

Ambiente e Energia *

Numa acção promovida pela associação cívica Forum Açoriano decorreu, no passado sábado, uma conferência subordinada ao tema “Ambiente e Energia”, que teve como oradores João do Nascimento Baptista (director-geral, ELECPOR), Fausto Brito e Abreu (assessor do secretário de Estado do Ambiente) e Francisco Botelho (administrador/EDA). A anteceder a referida conferência foi efectuada uma visita às instalações da SOGEO e da Central do Salto do Cabrito, na Ribeira Grande.

Em tempo de incertezas, a crise persiste e não é somente de natureza económica mas de paradigma de viabilidade do planeta e do homem enquanto espécie. Nesta medida a pertinência desta conferência impõe-se pela importância do tema e da reflexão que decorre, actualmente, em termos mundiais, ao nível cientifico e político, e que foi transcrita para o grande público através do livro e do documentário - Uma verdade inconveniente (An inconvenient truth) - do ex-vice-presidente norte-americano Al Gore.

Através de três abordagens distintas ficamos com uma noção abrangente daquilo que tem sido a política ambiental em torno da emergência energética, do papel de Portugal no plano europeu e mundial, sobretudo através da concretização do Bali Road Map que define o calendário na luta contra as alterações climáticas no mundo pós-Quioto até à conferência de Copenhaga, em 2009. Por fim, uma comunicação com enfoque no panorama regional através da intervenção elucidativa do Engº Francisco Botelho, o qual revelou os avanços significativos na área das energias renováveis e dos objectivos a que a Região se propõe no médio prazo, ao nível da produção eléctrica, passando dos actuais 28% para 75%, em 2018. Um valor ambicioso mas concretizável. Senão vejamos, se cada família nos Açores substituísse uma lâmpada incandescente de 100W por uma lâmpada de 20W compacta, para além de reduzir as emissões de CO2, a Região reduziria cerca de 9 MW de potência, o que equivale a um valor superior à ponta máxima anual em muitas das ilhas dos Açores.

Através deste exemplo, podemos vislumbrar aquilo que cada um de nós poderá contribuir, de forma decisiva, para a eficiência energética (Nega Watt) que se pretende atingir, sendo que essa eficácia será, muito provavelmente, uma das melhores formas de “energia renovável”.


* edição de 25/11/08 do AO
** Email Reporter X
*** Imagem X Francisco Botelho

quinta-feira, novembro 27

República das Bananas

Parlamento da Madeira gastará em 2009 mais sete milhões do que Assembleia dos Açores
Este pequeno grande exemplo explica, em parte, o porquê da defesa incondicional – por determinada intelligentzia local - da democracia Made by and for Jardim.