Há alturas na vida das comunidades em que todos ficam, aparentemente, expostos ao mesmo grande problema, cuja solução parece impossível de se materializar e, curiosamente, sempre que essas ocasiões se manifestam, o poder instituído – sobre quem se julga recair a responsabilidade de lidar com elas – raramente está preparado para o fazer.
Os tempos não estão para os heróis de peito empolado. Aliás, ao contrário da imagem mais romântica do “salvador da pátria” que todos temos, precisamos de homens-minhoca que, ao darem de caras com os obstáculos, os possam contornar sem grande alarido mas, com a firmeza de quererem atingir os objectivos que têm que ser cumpridos e concretizar alguma coisa, num mundo super dinâmico, multifacetado e que, para mal dos nossos pecados, está em constante evolução.
Na verdade, não sei se temos homens destes por cá ou se temos que os “importar”. E, não acreditando que o Governo dos Açores se tenha esquecido das suas importantes funções (se bem que algumas vezes – muitas mais do que as desejáveis – assim nos faça crer), torna-se importante relembrar que nos tempos modernos (tempo nosso também) o “Desenvolvimento” é o grande negócio dos Governos Nacionais. Negócio no qual, no nosso caso, o factor “Regional” obriga a inscrever a importante perspectiva da proximidade, que deve permitir adequar toda e qualquer ajuda externa à complexidade pequenina típica do meio.
Não obstante a maior ou menor ajuda que possamos vir a ter, reflectir sobre o caminho a seguir, contrabalançá-lo com as necessidades de intensidade e capacitação, adoptar ou repudiar medidas mais ou menos disruptivas, torna-se imprescindível para sairmos deste fosso no qual nos encontramos e é tarefa para todos nós ou, pelo menos, para aqueles de nós que forem homens-minhoca!
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