domingo, junho 30

Homens-minhoca

Há alturas na vida das comunidades em que todos ficam, aparentemente, expostos ao mesmo grande problema, cuja solução parece impossível de se materializar e, curiosamente, sempre que essas ocasiões se manifestam, o poder instituído – sobre quem se julga recair a responsabilidade de lidar com elas – raramente está preparado para o fazer.
Os tempos não estão para os heróis de peito empolado. Aliás, ao contrário da imagem mais romântica do “salvador da pátria” que todos temos, precisamos de homens-minhoca que, ao darem de caras com os obstáculos, os possam contornar sem grande alarido mas, com a firmeza de quererem atingir os objectivos que têm que ser cumpridos e concretizar alguma coisa, num mundo super dinâmico, multifacetado e que, para mal dos nossos pecados, está em constante evolução.
Na verdade, não sei se temos homens destes por cá ou se temos que os “importar”. E, não acreditando que o Governo dos Açores se tenha esquecido das suas importantes funções (se bem que algumas vezes – muitas mais do que as desejáveis – assim nos faça crer), torna-se importante relembrar que nos tempos modernos (tempo nosso também) o “Desenvolvimento” é o grande negócio dos Governos Nacionais. Negócio no qual, no nosso caso, o factor “Regional” obriga a inscrever a importante perspectiva da proximidade, que deve permitir adequar toda e qualquer ajuda externa à complexidade pequenina típica do meio.
Não obstante a maior ou menor ajuda que possamos vir a ter, reflectir sobre o caminho a seguir, contrabalançá-lo com as necessidades de intensidade e capacitação, adoptar ou repudiar medidas mais ou menos disruptivas, torna-se imprescindível para sairmos deste fosso no qual nos encontramos e é tarefa para todos nós ou, pelo menos, para aqueles de nós que forem homens-minhoca!

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