quarta-feira, fevereiro 29
Hoje, 4ª feira, 19h00 > CINE SOLMAR
ADORMECIDO (2012) é a primeira produção independente do 9500 Cineclube, é um documentário poético e experimental sobre o Vulcão dos Capelinhos na ilha do Faial.
Com realização, fotografia e montagem de Paulo Abreu e captação e desenho de som de Sérgio Gregório, foi rodado nos Capelinhos em Outubro de 2011.
segunda-feira, fevereiro 27
domingo, fevereiro 26
No Inverno
sexta-feira, fevereiro 24
quinta-feira, fevereiro 23
13 portugueses entre os melhores do site ArchDaily
terça-feira, fevereiro 21
...Eu hoje deitei-me assim !
...
Bar girl,Havana, Cuba, 1954 by Eve Arnold
...
Julio Ramón Ribeyro.
...riddle this !
"Que ideia a de que no Carnaval as pessoas se mascaram !
No Carnaval desmascaram-se."
...
domingo, fevereiro 19
...Eu hoje deitei-me assim !
...
disguise by Thierry Mugler
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(…) às vezes penso que a vida é uma longa corrida dessincronizada na qual nos cruzamos fora do tempo com outras pessoas, como se fossem sombras que ignoramos, mas que sempre estiveram no nosso espectro, ou com outros "corredores" que descobrimos quando o nosso passo abranda e os apanhamos numa curva do passado, ou ainda com outras "personas" cujo rasto nos chega em delay mas que queremos apanhar lá à frente, acicatados pelo desejo de lhes adivinhar os mistérios que se escondem sob o véu das suas máscaras, e assim, antes da meta final, aceleramos em direcção ao futuro...depois ocorre-me o "Mito de Sisifo" e no lugar do "corredor" surge a imagem de uma humanidade condenada a ser, nada mais, do que uma "rolling stone"...strolling around.
sábado, fevereiro 18
...Despertares
...
"Que sabia eu da vida, eu que vivera com tanto cuidado? Que não ganhara nem perdera, mas só deixara que a vida me acontecesse? Que tinha as ambições comuns e me adaptara demasiado cedo a que elas não se realizassem? Que evitava ferir-me e chamava a isso capacidade de sobrevivência? Que pagava as minhas contas, estava de bem com toda a gente, na medida do possível, mas para quem o êxtase e o desespero depressa se tornaram meras palavras, lidas outrora nos romances? Eu, cuja autocensura nunca infligia realmente dor? Pois, havia tudo isto para reflectir, enquanto eu passava por um tipo de remorso especial: uma dor finalmente infligida a alguém que sempre pensou saber como evitar ser magoado – infligida por essa mesma razão"
Julian Barnes
sexta-feira, fevereiro 17
...Eu hoje deitei-me assim !
quinta-feira, fevereiro 16
terça-feira, fevereiro 14
domingo, fevereiro 12
...Eu hoje deitei-me assim !
...
It's not
What you thought
When you first began it
You got
What you want
Now you can hardly stand it though,
By now you know
It's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up
You're sure
There's a cure
And you have finally found it
You think
One drink
Will shrink you 'til you're underground
And living down
But it's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up
Prepare a list of what you need
Before you sign away the deed
'Cause it's not going to stop
It's not going to stop
It's not going to stop
'Til you wise up
No, it's not going to stop
'Til you wise up
No, it's not going to stop
So just...give up
sexta-feira, fevereiro 10
Cair sete vezes
E levantar oito.
...
...
"Quando a exaltação morreu, fiquei reduzido à mais simples filosofia : a da resistência (dimensão natural das verdadeiras fadigas). Sofro sem me acomodar, persisto sem me aguerrir : sempre perdido, nunca desencorajado; sou uma boneca Daruma, um boneco sem pernas que sofre incessantes piparotes mas que, finalmente, retoma o seu equilíbrio, estabilizado por uma quilha interior (mas qual é a minha quilha?). É isto que diz um poema popular que acompanha estas bonecas japonesas:
Assim é a vida
Cair sete vezes
E levantar oito.
Roland Barthes."
quinta-feira, fevereiro 9
quarta-feira, fevereiro 8
...Eu hoje deitei-me assim !
Quando o dia entardeceu
E o teu corpo tocou
Num recanto do meu
Uma dança acordou
E o sol apareceu
De gigante ficou
Num instante apagou
O sereno do céu
E a calma a aguardar lugar em mim
O desejo a contar segundo o fim.
Foi num ar que te deu
E o teu canto mudou
E o teu corpo do meu
Uma trança arrancou
E o sangue arrefeceu
E o meu pé aterrou
Minha voz sussurrou
O meu sonho morreu
Dá-me o mar, o meu rio, minha calçada.
Dá-me o quarto vazio da minha casa
Vou deixar-te no fio da tua fala.
Sobre a pele que há em mim
Tu não sabes nada.
Quando o amor se acabou
E o meu corpo esqueceu
O caminho onde andou
Nos recantos do teu
E o luar se apagou
E a noite emudeceu
O frio fundo do céu
Foi descendo e ficou.
Mas a mágoa não mora mais em mim
Já passou, desgastei
Para lá do fim
É preciso partir
É o preço do amor
Para voltar a viver
Já nem sinto o sabor
A suor e pavor
Do teu colo a ferver
Do teu sangue de flor
Já não quero saber.
Dá-me o mar, o meu rio, a minha estrada.
O meu barco vazio na madrugada
Vou deixar-te no frio da tua fala.
Na vertigem da voz
Quando enfim se cala
...
terça-feira, fevereiro 7
segunda-feira, fevereiro 6
Uns e os outros
Dívida aumenta 5670 milhões de euros desde a intervenção da troikaMais uma semana com boas notícias.
domingo, fevereiro 5
...Eu hoje deitei-me assim !
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu era feliz e ninguém estava morto.
Na casa antiga, até eu fazer anos era uma tradição de há séculos,
E a alegria de todos, e a minha, estava certa com uma religião qualquer.
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos,
Eu tinha a grande saúde de não perceber coisa nenhuma,
De ser inteligente para entre a família,
E de não ter as esperanças que os outros tinham por mim.
Quando vim a ter esperanças, já não sabia ter esperanças.
Quando vim a olhar para a vida, perdera o sentido da vida.
Sim, o que fui de suposto a mim-mesmo,
O que fui de coração e parentesco.
O que fui de serões de meia-província,
O que fui de amarem-me e eu ser menino,
O que fui — ai, meu Deus!, o que só hoje sei que fui...
A que distância!...
(Nem o acho... )
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!
O que eu sou hoje é como a humidade no corredor do fim da casa,
Pondo grelado nas paredes...
O que eu sou hoje (e a casa dos que me amaram treme através das minhas lágrimas),
O que eu sou hoje é terem vendido a casa,
É terem morrido todos,
É estar eu sobrevivente a mim-mesmo como um fósforo frio...
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos ...
Que meu amor, como uma pessoa, esse tempo!
Desejo físico da alma de se encontrar ali outra vez,
Por uma viagem metafísica e carnal,
Com uma dualidade de eu para mim...
Comer o passado como pão de fome, sem tempo de manteiga nos dentes!
Vejo tudo outra vez com uma nitidez que me cega para o que há aqui...
A mesa posta com mais lugares, com melhores desenhos na loiça, com mais copos,
O aparador com muitas coisas — doces, frutas, o resto na sombra debaixo do alçado,
As tias velhas, os primos diferentes, e tudo era por minha causa,
No tempo em que festejavam o dia dos meus anos...
Pára, meu coração!
Não penses! Deixa o pensar na cabeça!
Ó meu Deus, meu Deus, meu Deus!
Hoje já não faço anos.
Duro.
Somam-se-me dias.
Serei velho quando o for.
Mais nada.
Raiva de não ter trazido o passado roubado na algibeira! ...
O tempo em que festejavam o dia dos meus anos!...
Álvaro de Campos, in "Poemas"
Heterónimo de Fernando Pessoa